Vitorya Paulo

Com os espaços de atividades fechados, ClassPass irá repassar 100% do valor das aulas para os credenciados até junho

Ambiente digital pode converter os alunos

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Com os espaços de atividades fechados, ClassPass irá repassar 100% do valor das aulas para os credenciados até junho

Ter, na palma da mão, acesso a milhares de estúdios de ginástica, yoga, ciclismo, pilates, treinamento de força, boxe, tratamentos de estética e beleza em mais de 2,5 mil cidades. É assim que a startup ClassPass se apresenta ao mercado fitness.
Ter, na palma da mão, acesso a milhares de estúdios de ginástica, yoga, ciclismo, pilates, treinamento de força, boxe, tratamentos de estética e beleza em mais de 2,5 mil cidades. É assim que a startup ClassPass se apresenta ao mercado fitness.
Criada em 2013, em Nova Iorque, a ideia é que os assinantes da plataforma possam fazer os exercícios físicos que queiram em locais credenciados e o mais próximo possível.
Porém, com a impossibilidade de frequentar academias e estúdios causada pela pandemia, a empresa se adequou, criando aulas ao vivo, que são transmitidas pelos parceiros diretamente nos canais da startup, como o aplicativo e o site. Além disso, até 1 de junho, os pagamentos das atividades serão feitos 100% para os profissionais cadastrados, como uma forma de reduzir os prejuízos econômicos que a Covid-19 está impondo.
Nesta entrevista, o head de expansão da ClassPass na América Latina, Dhaval Chadha, dá sua visão sobre a atual situação e a crescente digitalização do mercado fitness:
GeraçãoE - Quantos parceiros e usuários a ClassPass têm no Brasil e há planos para chegar ao Rio Grande do Sul?
Dhaval Chadha - São mais de 30 mil estúdios em todo mundo. Temos parcerias com a Pure Pilates, maior rede de pilates da cidade de São Paulo, Action 360, que além de pilates oferece treinamento funcional, Studio Mormaii, Ritual Gym, Race Bootcamp, Vidya Yoga, Jab House, Tônus Gym, MyYoga, Ballet Fitness by Betina Dantas, entre outros. No Rio de Janeiro, as parcerias incluem a academia Meu Mood, Iron Box, Proforma, Puri Fitness, Ride Club, Pró Forma, Le Gym, entre outras. Ainda não estamos no Rio Grande do Sul, mas Porto Alegre é uma das cidades que estão no nosso radar para o plano de expansão no Brasil, ainda indefinido por conta desse momento de pandemia.
GE - Como foi a concepção do Fundo de Apoio aos Parceiros?
Dhaval - Este fundo foi criado como forma de apoiar a indústria fitness e de bem estar que foi profundamente impactada pela pandemia do novo coronavírus. Para se ter uma ideia, quase 90% dos nossos 30 mil parceiros, entre academias, estúdios e demais negócios, em 30 países, fecharam indefinidamente seus locais físicos. Disponibilizamos um botão de doação na plataforma que permite aos membros doarem valores aos seus estúdios preferidos. Para cada doação, ClassPass fará um "match", ou seja, repassará o mesmo valor, isso até US$ 1 milhão. Essa possibilidade já está disponível no Brasil.
GE - Sobre as aulas on-line, ao vivo, como você enxerga a digitalização do fitness?
Dhaval - Sou meio suspeito para falar disso por ter criado uma startup de fitness digital, que foi adquirida pela ClassPass. Acredito muito em duas formas de digitalização, mesmo para quem vai para academia: aulas por vídeo para fazer em casa quando não dá tempo (de ir ao local), ou aulas de áudio para máquinas de cardio (como esteira, bikes, etc). Com a situação de pandemia, as aulas digitais estão sendo adotadas por muitos alunos e isso vai converter muitas pessoas para esse meio. Não acho que o uso de conteúdo on-line seja exclusivo, mas pode ser um excelente complemento do formato off-line.
GE - Acha que, após a pandemia, a modalidade on-line se tornará mais comum?
Dhaval - Com certeza. Nada substitui o ao vivo. Uma aula em uma academia, com estrutura, equipamentos especializados, colegas e professor ao lado é muito melhor que uma atividade em casa. Mas, a partir do momento que fomos forçados a essa condição e experimentamos isso, acredito que as possibilidades do on-line se abriram, mais pessoas conheceram a opção e, por conta disso, a modalidade será cada vez mais popular.
GE - Quais orientações você pode destacar para quem quer fazer exercícios em casa?
Dhaval - Nossa principal orientação é seguir um profissional que seja de sua confiança. Se você já praticava uma atividade em um estúdio, por exemplo, pode manter sua rotina no conforto de sua casa agora com as aulas em streaming. Outra opção interessante são as videoaulas. No ClassPass Live, por exemplo, temos uma biblioteca de mais de 2 mil horas de exercícios com profissionais especializados. Lembre- se sempre de respeitar seus limites e também as limitações de espaço e estrutura da sua residência.
GE - Quem chegar para empreender no mercado fitness após a pandemia, o que deve ter em mente?
Dhaval - Acima de tudo, um nível de cuidado superior ao acostumado com sua saúde e a saúde dos outros. Ainda não está claro até quando vamos continuar lidando com algum grau de infecção e como a pandemia vai ser impactada pelas diferentes estações. Frente a este cenário, todos deveriam tomar cuidados como usar luvas e máscaras, desinfetar os equipamentos e lavar as mãos várias vezes até termos uma vacina.
GE - Como mudará a percepção do consumidor sobre esse mercado?
Dhaval - As pessoas vão ter receio em relação às academias enquanto não tivermos uma vacina ou uma queda drástica nas taxas de infecção e mortalidade. Mas passando isso, acho que a demanda latente vai querer achar finalidades e vamos ter um boom neste setor.
GE - Quais lições o ramo fitness pode aprender com essa crise?
Dhaval - As principais lições são: diversificar fontes de receita, como, exemplo, o investimento a mais na área digital, tentar sempre manter o máximo possível de caixa para bancar eventuais baixas como essa, e também tomar os cuidados relevantes quando os usuários voltarem às academias.
Vitorya Paulo

Vitorya Paulo - repórter do GeraçãoE

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Vitorya Paulo - repórter do GeraçãoE

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