Luka Pumes

Através do conceito de ser "internacionalmente local", Carlos Kristensen garimpa iguarias pelo Rio Grande do Sul para ofertar aos clientes e fortalecer a economia

Chef leva a cultura gastronômica do Estado para outros países

Luka Pumes

Através do conceito de ser "internacionalmente local", Carlos Kristensen garimpa iguarias pelo Rio Grande do Sul para ofertar aos clientes e fortalecer a economia

"Pego produtos cultivados aqui pertinho, que poderiam estar em qualquer lugar do mundo, em qualquer restaurante badalado, pelo cozinheiro mais estrelado, servido ao cliente mais exigente." Esse é o raciocínio do chef Carlos Kristensen, dono do UM Bar&Cozinha, para colocar em prática o conceito Internacionalmente Local. A ideia dele é ter um ambiente pronto para atender clientes de diferentes culturas e mostrar o que o Rio Grande do Sul tem de melhor.
"Pego produtos cultivados aqui pertinho, que poderiam estar em qualquer lugar do mundo, em qualquer restaurante badalado, pelo cozinheiro mais estrelado, servido ao cliente mais exigente." Esse é o raciocínio do chef Carlos Kristensen, dono do UM Bar&Cozinha, para colocar em prática o conceito Internacionalmente Local. A ideia dele é ter um ambiente pronto para atender clientes de diferentes culturas e mostrar o que o Rio Grande do Sul tem de melhor.
Embora ele esteja instalado em Porto Alegre, com duas unidades, a mais recente aberta no BarraShoppingSul, já exportou seus sabores para fora do País.
"Levei o Internacionalmente Local para outros países no intuito de expor o que temos. Em Lisboa, realizei uma série de jantares, cozinha show e workshops junto ao Fartura, projeto que tem no Brasil inteiro e, agora, está em Portugal. Representei a Região Sul com ingredientes bem interessantes, como o charque e o ganso. Houve uma curiosidade gigante por parte dos portugueses. Eles têm uma proximidade bem intensa com nossa cultura gastronômica e, mesmo tendo bons queijos, por exemplo, se interessaram muito pelos nossos", garante.
Carlos tem vivência em cozinhas da Austrália, Nepal, Tailândia, Índia e outros locais. Ele certifica que o movimento de buscar alimentos direto nos produtores vai em contrapartida ao cenário de algum tempo atrás. "Tinha que buscar de fora para ser bom. As trufas da Itália, queijos franceses", compara.
O rótulo Internacionalmente Local estampa vários produtos vendidos no restaurante. Ele garante, no entanto, que não trata-se de uma marca. "Não é um projeto. É um movimento, uma forma de pensar. Dezenas de famílias de pequenos produtores fazem com que isso dê certo. Temos que fazer a roda girar dentro do Estado, em conjunto, da mesma forma com que eles fazem girar dentro de seus municípios."
O chef também é dono do restaurante Hashi (temporariamente fechado até março). Lá, ele percebeu algo que o incomodava na forma de lidar com a comida. "Estava abrindo umas caixas, porque um dos guris do almoxarifado não tinha aparecido. Fiquei um tempão recebendo caixas, observando entregadores que vinham de um lugar que eu não conhecia, com produtores que eu não fazia a menor ideia de como lidava com seus produtos. Fiquei enlouquecido. Não tinha história, era um monte de caixa chegando. Concentrei toda minha paixão, toda minha força, todo meu trabalho em melhorar todo esse processo", lembra.
Carlos entende que, independentemente do lugar do mundo, onde estão as pessoas, estão as boas comidas. Por isso mesmo, tem uma relação tão próxima com os produtores. "Hoje, liguei para um deles e perguntei: 'O que tem bastante aí?'. Ele respondeu que tinha caixas e caixas de tomate. Sabe qual a entrada de hoje? Todos os tipos de tomate, fatiadinhos, com queijo feta de ovelha de outro produtor nosso e manjericão. Simples, gostoso e nosso", expõe o chef.
Essa postura gera um trabalho de educação da clientela também. De ela entender que o que come em um mês pode não estar no cardápio do próximo.
É uma consciência que encanta frequentadores que chegam dos mais variados cantos.
Luka Pumes

Luka Pumes - repórter do GeraçãoE

Luka Pumes

Luka Pumes - repórter do GeraçãoE

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