Isadora Jacoby

Exclusivo para o público feminino, a Sisterwave surgiu para suprir demanda do mercado de hospedagem

Plataforma aposta nas mulheres viajantes

Isadora Jacoby

Exclusivo para o público feminino, a Sisterwave surgiu para suprir demanda do mercado de hospedagem

A insegurança, muitas vezes, é uma barreira para mulheres que desejam viajar sozinhas. Entusiasta do turismo, Jussara Botelho fez três mochilões pela Ásia, América do Sul e Europa e, em muitos momentos, sem companhia. Foi percorrendo 17 países que sentiu na pele as dificuldades que podem ser ocasionadas por ser uma mulher viajante.
A insegurança, muitas vezes, é uma barreira para mulheres que desejam viajar sozinhas. Entusiasta do turismo, Jussara Botelho fez três mochilões pela Ásia, América do Sul e Europa e, em muitos momentos, sem companhia. Foi percorrendo 17 países que sentiu na pele as dificuldades que podem ser ocasionadas por ser uma mulher viajante.
Ao conversar com outras pessoas que também vivenciaram situações similares, percebeu a necessidade de criar uma rede de apoio. Em 2017, durante o Startup Weekend Women de Brasília, a empreendedora amadureceu a ideia e, assim, nasceu a Sisterwave, rede que promove a conexão entre turistas e moradoras locais para hospedagem. Desde 2019, a plataforma reúne 328 anfitriãs e uma rede de mais de 15 mil mulheres em todo Brasil. No Rio Grande do Sul, são 25 anfitriãs espalhadas por 12 cidades. Na entrevista abaixo, Jussara explica como funciona a plataforma e avalia o segmento de hospedagem no Brasil.
GeraçãoE - Em que é baseado o negócio?
Jussara Botelho - Na comunidade da Sisterwave, o pilar principal é sororidade, que significa a relação de apoio mútuo e cooperação entre mulheres, em que uma reconhece a outra como irmã. Por isso, cada mulher da rede é chamada de sister (irmã em inglês). O foco da Sisterwave é, além de uma hospedagem entre mulheres, investirmos em conexão e vivências acolhedoras. Na plataforma, é possível ver o perfil de cada uma das anfitriãs, com seu interesses, um pouco sobre a sua personalidade. Em agosto de 2019, a Sisterwave foi uma das 10 selecionadas para o programa de aceleração e residência de startups de impacto social da Estação Hack do Facebook com a Artemísia.
GE - Qual a projeção do crescimento?
Jussara - Triplicar o número de anfitriãs, com o foco nas cidades mais buscadas, e quintuplicar o número de sisters na comunidade.
GE - Qual o panorama do mercado de hospedagem no Brasil?
Jussara - Está em expansão. As hospedagens domiciliares são uma tendência, principalmente entre a geração Millenial, que busca fazer viagens que estão fora do roteiro turístico tradicional e quer ter uma experiência local, mais autêntica no destino. Já existem diversos competidores nessa área no Brasil e no mundo. A Sisterwave, porém, é a maior no Brasil segmentada para o público feminino. O advento da internet e redes sociais facilitou isso. Nos últimos seis anos, cresceu em 230% o número de serviços de turismo exclusivos para mulheres.
GE - Quais as medidas de segurança que a plataforma recomenda?
Jussara - A Sisterwave confere a documentação, telefone e e-mail das sisters (tanto da anfitriã, quanto da viajante). No caso da anfitriã, ela passa por um processo de aprovação da qualidade do anúncio que está oferecendo.
GE - Por que investir em uma plataforma exclusiva para o público feminino?
Jussara - Mulheres viajando sozinhas é uma tendência que está crescendo no Brasil e no mundo. Segundo a Forbes, 100 milhões de mulheres viajaram sozinhas em 2017 no mundo. O Brasil ocupa o 2° lugar no ranking de mais mulheres viajantes. Esse público sofre com obstáculos que, muitas vezes, são invisíveis aos homens. O medo de assédio e violência contra a mulher, falta de referência e representatividade de outras no seu contexto pessoal que já viajaram sozinhas, julgamento pelo fato de estar sozinha, quantidade de notícias amedrontantes, não saber os reais riscos de ser mulher no destino buscado e o toque de recolher invisível.
GE - Qual a lição da Sisterwave?
Jussara - É necessário utilizar a tecnologia e o poder de pertencimento de uma comunidade para existir um espaço seguro para a mulher poder aproveitar o mundo com liberdade, autonomia e segurança.
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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