Luka Pumes

A Casa de Joana tem negócios de diferentes segmentos, todos comandados por negros

Coletivo de afroempreendedores abre espaço na Cidade Baixa

Luka Pumes

A Casa de Joana tem negócios de diferentes segmentos, todos comandados por negros

“É um sonho para sonhar junto. Não só entre nós, mas com o nosso público. Queremos encorajar outras pessoas a abrirem seus negócios. Muitos pensam em concorrência, nós pensamos em redes.” É assim que o jornalista Deivison Campos define o Coletivo Casa de Joana, novo espaço compartilhado de trabalho em Porto Alegre focado em afroempreendedorismo.
“É um sonho para sonhar junto. Não só entre nós, mas com o nosso público. Queremos encorajar outras pessoas a abrirem seus negócios. Muitos pensam em concorrência, nós pensamos em redes.” É assim que o jornalista Deivison Campos define o Coletivo Casa de Joana, novo espaço compartilhado de trabalho em Porto Alegre focado em afroempreendedorismo.
Deivison é um dos sócios da RPiQ Comunicação, uma das empresas do coletivo. Ele explica que o nome é uma referência à expressão casa da mãe Joana. “É um lugar onde qualquer um pode entrar e se sentir à vontade. A proposta de identidade é o acolhimento, portas abertas e carinho de mãe para quem comparecer”, expõe. 
Claudia Campos, historiadora, designer de moda e proprietária da ClauStampas, conta que o coletivo surgiu de um desejo de compartilhar um espaço físico. “A maioria do nosso pessoal fazia feiras. Há um tempo pensávamos sobre ter um local próprio, físico. Lembro da minha mãe e da minha avó dizendo para eu ‘estudar para não fazer força’ e fugir do que, de certa forma, esperam de nós. Fazendo feira eu me sentia forcejando. E não é diminuir a capacidade de fazer força, mas estar aqui é muito importante e significativo”, acredita. 
NÍCOLAS CHIDEM/JC
Além da RPiQ e da ClauStampas, funcionam no local as marcas Estilo Afro e Gisa Acessórios, além do café de alimentação saudável Kynutryzzy. A psicopedagoga Lisiane Belloli e a personal organizer Flávia Pires completam os serviços oferecidos no espaço. De forma conjunta, os empreendedores e as empreendedoras planejam capacitações através de cursos, sendo um gratuito por mês.
A Casa de Joana conta com a parceria de outro negócio de diretriz afro da Capital: a Cervejaria Implicantes. Por isso, também, o espaço pode ser uma opção para happy hour de quinta-feira à sábado. “Não queremos somente fomentar nossos negócios, mas sim aproximar a comunidade afro de forma geral. Público, artistas, nós”, garante Deivison sobre adicionar essa parceria ao empreendimento.
Kyzzy Rodrigues, nutricionista e proprietária da Kynutryzzy, explica que os clientes de cada marca puderam, nos eventos organizados no espaço, conhecer os outros negócios. “É muito proveitoso porque o público de uma marca acaba virando cliente da outra também. Muitas pessoas dizem sobre a deficiência que existia de um negócio como o nosso, que estava mais que na hora de aparecer algo assim. Ficamos felizes.”
Sobre a nova fase, Kyzzy faz um paralelo entre empreendedorismo por necessidade e por oportunidade, e se emociona ao falar sobre a iniciativa. “Muitos no País empreendem por hobby ou motivações parecidas. Aqui é para sobreviver. A realização de estar aqui é emocionante. Minha avó é confeiteira e sempre dizia que eu tinha que ter meu espacinho, meu café. Sempre cito um provérbio africano e acho que aqui cabe. Ele diz ‘se quer ir rápido, vá sozinho; se quer ir longe, vá em grupo’. Aqui é assim.”
A Casa de Joana fica na Rua General Lima e Silva, nº 1332, e funciona de segunda à quarta-feira das 9h às 19h. De quinta-feira à sábado, o local opera das 9h às 23h.
NÍCOLAS CHIDEM/JC
Luka Pumes

Luka Pumes - repórter do GeraçãoE

Luka Pumes

Luka Pumes - repórter do GeraçãoE

Leia também

Deixe um comentário