Vitorya Paulo

Raí Shoes reaproveita tecidos excedentes da indústria que iriam para o lixo

Gaúcha cria marca vegana e sustentável de calçados

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Raí Shoes reaproveita tecidos excedentes da indústria que iriam para o lixo

“Por que não abrir meu próprio negócio e criar minhas próprias expectativas, minha própria realidade?”. Foi com essa dúvida que Jaqueline Souza, 26 anos, decidiu largar os empregos na área de Design de Moda, que só a decepcionavam, e abrir a própria marca de sapatos. Criada em junho de 2019, a marca Raí Shoes surgiu com a proposta de ser uma marca sustentável e vegana de sapatos, reutilizando tecidos excedentes da indústria, que seriam descartados, para produzi-los.
“Por que não abrir meu próprio negócio e criar minhas próprias expectativas, minha própria realidade?”. Foi com essa dúvida que Jaqueline Souza, 26 anos, decidiu largar os empregos na área de Design de Moda, que só a decepcionavam, e abrir a própria marca de sapatos. Criada em junho de 2019, a marca Raí Shoes surgiu com a proposta de ser uma marca sustentável e vegana de sapatos, reutilizando tecidos excedentes da indústria, que seriam descartados, para produzi-los.
LUIZA PRADO/JC
Responsável pela criação dos produtos, Jaqueline repassa as instruções e materiais para um sapateiro parceiro, seu Paulo da Rosa, 60 anos, que mora em Novo Hamburgo. O profissional, segundo Jaqueline, foi um achado, visto que a mão de obra nesse ramo, na opinião da designer, é escassa. “Fiquei um mês procurando até que encontrei ele”, conta. Com Paulo, a rotina é semanal: compra as solagens, os tecidos, sai de Porto Alegre e viaja até a região metropolitana para buscar encomendas prontas e combinar as próximas. Além do sapateiro, Jaqueline também conta com a parceria da amiga Caroline Laner, 27 anos, que auxilia na administração da marca.
No preço total dos sapatos de modelo Oxford, que saem a R$ 179,90, e os chinelos, a R$ 99,00, está embutido o valor repassado a seu Paulo. Essa, aliás, é uma preocupação constante da empreendedora. “Eu prezo pelo comércio justo. Ele colocou o preço dele e eu pago”, afirma. Ela observa que um dos motivos para ter se desmotivado com o grande mercado da moda é a exploração deste meio. “A gente compra uma blusa e não imagina o caminho que ela percorreu.”
Nesse sentido, como estratégia de conscientização dos consumidores para a produção sustentável e justa, e até mesmo para que entendam o preço final dos calçados, Jaqueline aposta nos conteúdos produzidos para o Instagram da marca mostrando os bastidores da produção artesanal. No perfil, que já alcança mais de 3 mil seguidores, há vídeos e fotos do próprio processo de criação e fabricação, aproximando os clientes ainda mais da marca. “Nós também somos responsáveis por orientá-los”, opina.
Inicialmente, a Raí Shoes foi pensada para ser uma marca de sapatos com estampas afro, que remetiam à ancestralidade do povo negro. Porém, Jaqueline percebeu a demanda de mercado para outros segmentos, como os florais. Assim, em setembro, a empreendedora ampliou seu nicho para atingir outros consumidores que se identificam com estampas diversificadas. “Eu jamais vou deixar de produzir os sapatos afro. Só estou agregando”, diz.
É essa autonomia no próprio negócio, para Jaqueline, que vale ouro. “Empreendedorismo é atitude. É poder ajudar pessoas que podem se identificar comigo e se inspirar na minha história”, destaca. Frente aos problemas do mercado de trabalho e da vida em geral, na opinião da empreendedora, é importante “fazer acontecer” e não se acomodar. Para 2020, Jaqueline pretende ganhar espaço na cena de produção independente, participar de mais feiras de rua e aproximar contatos com coletivos voltados aos pequenos empreendedores. Assim, a Raí Shoes se desenvolve: olhando para o futuro e fazendo acontecer à sua maneira.
Vitorya Paulo

Vitorya Paulo - repórter do GeraçãoE

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