Isadora Jacoby

Hoje, o grupo organizado pelo Faxina Boa reúne mais de cinco mil profissionais

Faxineira vira empreendedora a partir de post divertido nas redes sociais

Isadora Jacoby

Hoje, o grupo organizado pelo Faxina Boa reúne mais de cinco mil profissionais

“Se eu ganhar R$ 150,00 por dia, viro a Kim Kardashian da Zona Leste.” Foi esse insight que fez Veronica Oliveira, proprietária do Faxina Boa (@faxinaboa), decidir investir no ramo. Veronica contou a sua história em uma palestra no primeiro dia do Gramado Summit, evento que reúne empreendedores para um grande brainstorm na Serra Gaúcha. Antes de empreender, Veronica trabalhava em telemarketing até que uma demissão inesperada mudou a conjuntura da sua vida. “Fui morar com os meus dois filhos em uma favela, e não tinha ali uma estrutura, uma base para sobreviver. Aquilo me adoeceu de tal forma que acabei sendo internada com depressão por cerca de um mês. Saindo de lá, precisava me restabelecer e fiquei na casa de uma amiga por um período”, conta Veronica, que, naquele momento, tinha apenas R$ 1,70 em sua conta. “No primeiro dia, fiz uma faxina enquanto conversava com a minha amiga. Ela perguntou se podia me pagar porque pagava a menina que limpava o apartamento. Então ela me pagou R$ 150,00.” Foi nesse momento que Veronica viu na limpeza uma possibilidade de negócio.
“Se eu ganhar R$ 150,00 por dia, viro a Kim Kardashian da Zona Leste.” Foi esse insight que fez Veronica Oliveira, proprietária do Faxina Boa (@faxinaboa), decidir investir no ramo. Veronica contou a sua história em uma palestra no primeiro dia do Gramado Summit, evento que reúne empreendedores para um grande brainstorm na Serra Gaúcha. Antes de empreender, Veronica trabalhava em telemarketing até que uma demissão inesperada mudou a conjuntura da sua vida. “Fui morar com os meus dois filhos em uma favela, e não tinha ali uma estrutura, uma base para sobreviver. Aquilo me adoeceu de tal forma que acabei sendo internada com depressão por cerca de um mês. Saindo de lá, precisava me restabelecer e fiquei na casa de uma amiga por um período”, conta Veronica, que, naquele momento, tinha apenas R$ 1,70 em sua conta. “No primeiro dia, fiz uma faxina enquanto conversava com a minha amiga. Ela perguntou se podia me pagar porque pagava a menina que limpava o apartamento. Então ela me pagou R$ 150,00.” Foi nesse momento que Veronica viu na limpeza uma possibilidade de negócio.
No entanto, o caminho da empreendedora foi um pouco diferente. Para divulgar o seu trabalho, ela decidiu fazer um post em um grupo de mulheres no Facebook. “Quando eu vi o post, achei tão ridículo que postei. Coloquei brincando e fui dormir. Acordei com 3 mil likes.”
FAXINA BOA/DIVULGAÇÃO/JC
A partir daí, as redes sociais se tornaram grandes aliadas do projeto e Veronica decidiu investir a pouca verba que dispunha no momento para impulsionar ainda mais a sua presença on-line. “Sempre digo que a internet mudou a minha vida com R$ 12,00. Já tinha usado a grana da faxina da minha amiga, e tinha só esse dinheiro. Gastei R$ 7,00 para comprar um waffle e R$ 5,00 para comprar um sangue falso que mal aparece na foto. Mas tinha para investir. Postei isso na minha timeline, fechei dois meses de faxina e nunca mais precisei pedir comida para ninguém”, detalha, sobre a produção da foto abaixo. 
Faxina Boa/DIVULGAÇÃO/JC
Hoje, ela tem um grupo no Facebook com mais de cinco mil faxineiras para discutir a rotina de trabalho dessas profissionais. Além disso, está presente em todas as redes sociais, de Instagram a Linkedin. Segundo Veronica, enxergar o potencial transformador da sua presença na internet foi um divisor de águas. “Percebi que essas pessoas precisam que eu fale por elas. A partir desse momento, passei a dar mais importância, mais amor, a ser a porta voz dessas pessoas”, expõe. O objetivo dos seus posts diários nas redes sociais, nas quais conta como é a rotina de uma faxineira, é mudar a percepção acerca da profissão. “Quando alguém diz que não pode tomar água na casa em que trabalha, e entra às 8h e sai às 18h, diz que não pode pegar no copo porque a patroa tem nojo, eu vejo que a gente tem um problema e que precisamos fazer algo para mudar essa visão que as pessoas têm de quem faz limpeza. Quando exponho isso na internet, muda a cabeça das pessoas”, acredita.
Preocupada em fomentar o empreendedorismo feminino, Veronica procura consumir produtos de outras empreendedoras e incentivar as mulheres da sua região. “Quero fazer com que essas meninas da quebrada consigam ganhar dinheiro. Sempre busco consumir das meninas que moram na periferia, que têm pequenas empresas. Quero estimular a economia do meu bairro, da minha quebrada.”
Agora longe das faxinas, o novo projeto de Veronica é ampliar a sua atuação na produção de conteúdo sobre o assunto e também tornar a prestação de serviço mais justa. “Essa semana eu decidi que eu vou parar de fazer faxina para conseguir focar o meu trabalho em dois lados. Em produzir conteúdo, fazer trabalhos de publicidade, dar palestras. E por outro lado quero proporcionar para as pessoas a mesma oportunidade de crescer profissionalmente, de ascender financeiramente, como aconteceu comigo. Hoje tenho uma pessoa trabalhando comigo. Quero ampliar e fazer uma pequena equipe com um propósito muito diferente das empresas de faxina que a gente conhece, onde a empresa fica com uma grande parte do valor. Tenho a possibilidade, justamente por ter outras fontes de renda, de focar em um trabalho de impacto social. Hoje a menina que trabalha comigo fica com 80% do valor da faxina.”
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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