Temos observado nas páginas dos jornais inúmeras reportagens que retratam o crescimento do mercado imobiliário do Estado, em especial de alto padrão. Esse aquecimento é inegável e eu destaco três principais motivos: a atratividade dos negócios, a oferta crescente de avulsos e lançamentos e a falta de uma opção mais confiável de investimento ao olhar do consumidor gaúcho.

Contudo, o nosso mercado de alto padrão ainda não atingiu a sua maturidade, como vemos em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo. Aos poucos, o gaúcho passa a ser mais exigente em relação ao imóvel.

Exemplo disso é o aumento de 47% registrado pela Brain Inteligência Estratégica nas vendas do nicho chamado de "superluxo" em Porto Alegre, que compreende imóveis com valor acima de R$ 2 milhões.

Tendo em vista que as opções disponíveis são variadas e fartas, o nosso consumidor acaba por criar uma postura mais agressiva. Na ótica do comprador, o conflito surge quando os proprietários ficam mais reticentes se este é o momento adequado para a venda ou não. Isso gera obstáculos em condições que, em outros tempos, haveria flexibilidade.

Hoje, em comparação com os primeiros movimentos do início da pandemia, os negociadores estão mais travados. Naquele momento, houve quase uma euforia das pessoas querendo fazer negócio de forma rápida, para "resolver o problema". Passada essa etapa de ansiedade, chegamos ao momento atual.

Naturalmente, essa fase tende a passar à medida que acontece o amadurecimento do mercado imobiliário gaúcho. Ou seja, as flexibilizações deverão voltar em breve e as negociações tomarão outros formatos. Nesse futuro próximo, viveremos uma nova normalidade que manterá o aquecimento e a atratividade do mercado, agora mais maduro.

Virão novas regras e haverá a necessidade de maior profissionalização do mercado. É aí que ganharão ainda mais terreno as imobiliárias de renome no Estado. A verdade é que o mercado só amadurece quando seus stakeholders amadurecem.