Haroldo Matsumoto

Os produtos com apelo de preços menores e para baixa renda têm potencial de consumo maior

A nova gestão para pequenas e médias empresas pós-pandemia

Haroldo Matsumoto

Os produtos com apelo de preços menores e para baixa renda têm potencial de consumo maior

Vejo que a gestão das pequenas e médias empresas (PMEs) deve ser realizada dia após dia, com planos de curto prazo e análise de indicadores de receita, pagamentos, produção, estocagem, custos e equipe feitas com bastante critério. Por conta da abertura flexível, não se pode investir muito na produção com a certeza do escoamento dos produtos. Por outro lado, o empreendedor também não pode ser surpreendido por uma demanda maior e perder oportunidade de gerar receita. Neste momento, todos os controles devem estar à disposição de cada gestor para tomadas de decisão imediatas.
Não há dúvida de que entraremos em uma recessão. Por isso, os produtos com apelo de preços menores e para baixa renda têm potencial de consumo maior. Passamos pela mesma situação em 2014 e, pela experiência acumulada, sabemos qual caminho escolher agora. Temos bagagem para entender quais produtos e serviços precisam ser readequados de acordo com a propensão e poder aquisitivo dos clientes. Isso faz com que sejamos cães farejadores de desperdício e eliminadores de custos para manter preços baixos.
Deveremos trabalhar, ainda, nas ações de proteção. Telas de acrílico, faixas pintadas no chão indicando distanciamento, controle de entrada de clientes nos locais, dispenser de álcool em gel acionado com os pés, cabines isoladas por pessoa ou por família, atendimento à domicílio e outras iniciativas devem ser executadas e divulgadas para que o cliente tenha confiança para consumir produtos e serviços da sua empresa.
Temos recomendado para os donos de empresas que não arrisquem investir em novos negócios neste pós-pandemia, pois além da demanda ser menor, há o risco de encarar concorrentes que estão fazendo de tudo para sobreviver e, por isso, corroem as margens que um iniciante não tem fôlego para enfrentar.
Infelizmente, neste momento, veremos que aqueles que não trabalham com boas práticas de gestão não vão resistir à crise. A pandemia só acelerou o processo que, mais cedo ou o mais tarde, iria acontecer, que é o fechamento de empresas conduzidas por pessoas que deixaram de lado o planejamento, o acompanhamento das ações, a tomada de decisões baseadas em dados, enfim, que não se valeram da gestão atenta do próprio negócio.
É claro que também existirão boas notícias. Veremos empresas que trabalham da maneira correta se reinventando e superando as dificuldades. O novo mundo que nos aguarda será muito diferente de 2019 e de outros anos. A velocidade das mudanças já ditas há tanto tempo nunca esteve tão evidente. Empresas que utilizam plataformas digitais vendem mesmo com o isolamento social, as videoconferências e o ensino a distância já provaram que o ensino tradicional pode ser substituído. Por isso, o empreendedor deve ter a mente aberta para o novo e experimentar outras formas de gerir sua empresa. Talvez, ficar agarrado à forma como a gestão era feita até poucos meses atrás levará a empresa a permanecer no passado. A empresa que melhor se beneficiará é aquela cujo gestor segue a citação de Alvin Toffler: "O analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender".
Arquivo Pessoal/Divulgação/JC
Haroldo Matsumoto

Haroldo Matsumoto

Haroldo Matsumoto

Haroldo Matsumoto

Haroldo Matsumoto é especialista em gestão de negócios e sócio-diretor da Prosphera Educação Corporativa
Haroldo Matsumoto

Leia também

Deixe um comentário