O engenheiro civil Felipe Masotti, 32 anos, usou a sua expertise em tecnologia para resolver uma logística que julgava complicada. "Fui acessar um condomínio em Gramado e fiquei preso na portaria por uns 10 minutos explicando quem eu era, dando meus dados, documentos. Pensei como poderia resolver aquilo. Percebi que o pessoal da recepção tem computador, acesso a internet e celular", diz. Durante um mês, fez pesquisas e conversou com muita gente que frequenta condomínios e hotéis. Em dezembro, contratou uma equipe para desenvolver o sistema da iD Online. O objetivo é criar uma identidade digital única para a entrada de pessoas a locais que exijam informações pessoais.

O sistema é simples: um QR Code fica disponível na bancada da recepção e o visitante lê com o seu celular o código. Naquele momento, abre uma página para a autorização de transferência de dados. "Desde o início, percebi que, se fosse uma coisa muito complicada, por mais que eu estivesse oferecendo uma facilidade, seria uma barreira. Não podia ser um aplicativo de celular, porque uma pessoa com uma conexão 3G não vai querer baixá-lo só para fazer o acesso a um lugar. Os celulares modernos estão lendo QR Codes automaticamente. Aponta a câmera, ele faz a leitura, vai para o site, preenche as informações, e, quando confirma, a empresa recebe tudo."

No primeiro acesso, o usuário preenche um cadastro completo com nome, CPF, endereço e e-mail. Nas próximas vezes que utilizar, o sistema puxa tudo isso e envia para a empresa.

Os estabelecimentos que fazem uso da identidade digital só recebem os dados necessários para os seus formulários. Hotéis, que por legislação precisam de um número maior de informações, recebem o modelo completo. Condomínios, por outro lado, uma versão reduzida.

Felipe destaca que os dados só são transferidos quando o usuário autoriza, o que garante a segurança do trâmite. "Definimos como identificação ativa", garante.

Funcionando desde fevereiro deste ano, a iD Online já trabalha com nomes importantes do setor hoteleiro, como Laghetto Hotéis, Plaza São Rafael e Casa da Montanha. "Esse problema está presente em diversos lugares, mas fica mais latente no hotel porque todo hóspede passa pela burocracia", acredita o empreendedor gramadense. Em seus primeiros meses de operação, a ferramenta atendeu a mais de 60 empresas e contabilizou cerca de 9 mil check-ins.