“Posicionar o RS como referência nacional no setor”. É como define Fabiano Zortéa, o coordenador estadual de Projetos de Moda do Sebrae RS, quanto aos objetivos da entidade. Através de consultorias, algumas empresas estão alcançando novos mercados. É o caso da V.Kingman, marca gaúcha especializada em camisas que, a partir deste mês, estará exposta em Nova York.

O trabalho realizado pelo Sebrae é amplo e busca dar uma identidade maior aos negócios que iniciam o programa. “Como que se vira referência em algum âmbito? Tendo marcas relevantes. E é assim que trabalhamos. Ajudamos fazendo um plano comercial elaborado, aprimorando a comunicação com o consumidor. O resultado está aparecendo. Não dá para dizer se o objetivo vai ser alcançado em dez ou em 25 anos, mas está acontecendo”, define Zortéa.

Panaiotis Demetre Constantinou, o Pana, é o responsável pela V.Kingman. Para o empreendedor, as cores definem os seus produtos. “Eu sempre gostei ‘de mais cor’ e as minhas camisas são assim. Sou uma pessoa alta e normalmente as roupas que encontrava eram muito sem graça. Decidi investir nisso e dar o meu toque”, conta.

Pana explica que já teve produção própria, mas que hoje é tudo terceirizado. “Prefiro assim. Sou o único dono e fica mais viável. Junto a isso, estou com o Sebrae e lá pude evoluir a parte estrutural da empresa, as finanças e o próprio produto como coleção. Lá se fortificou meu desejo de exportar.”

A V.Kingman vai expor seus produtos na Flying Solo, loja que reúne diversas marcas em ascensão. O espaço virou tendência mundial para a moda nos últimos três anos. A Revista Vogue chegou a declarar que a Flying “está rompendo com a indústria convencional”. Pana crê que é uma grande oportunidade, mas já busca novos negócios. “Vou viajar para Londres e Amsterdã antes de ir para os Estados Unidos. Conversar com alguns investidores, apresentar o produto. Não posso achar que já está bom”.

A iniciativa do Sebrae em dar uma atenção maior à moda surgiu da percepção de que varejistas gaúchos estavam comprando mais de fora do estado do que de produtores internos. Essa visão, passada tanto pelo lado do Sebrae quanto da marca, é o que justifica o trabalho. "Precisamos posicionar as marcas gaúchas de uma maneira especial", define Zortéa.