Publicada em 21 de Setembro de 2020 às 00:00

Tecnologia e inclusão feminina fortalecem o futuro do agro

Márcia preside hub de inovação no campus da Imed, em Passo Fundo

Márcia preside hub de inovação no campus da Imed, em Passo Fundo


/MÁRCIA CAPELLARI/ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Carlos Villela, do Rio de Janeiro, especial para o JC
As oportunidades de inovação no agronegócio, crescentes com a capilaridade das tecnologias e digitalização de processos nos campos e lavouras, também abrem caminho para a correção de diferenças e a amplificação de vozes que até recentemente eram pouco ouvidas, mesmo quando carregadas de experiência. E é pelo senso de inclusão que a diretora do Imed Hub, Márcia Capellari, pauta suas ações junto a empresários do Norte do Estado.
No campus da Imed em Passo Fundo, Márcia preside o hub de inovação, que tem como objetivo principal a integração da universidade com empresas e startups, proporcionando networking e troca de experiências. Dentro do hub, há clusters específicos, e um deles é o cluster de AgroTech, uma iniciativa que atua junto aos cursos da Imed proporcionando aos estudantes aprendizado sobre conhecimentos importantes para quem vai lidar com o agronegócio.
"Dentro do hub a gente construiu o cluster, que atua como um instrumento para potencializar e fomentar inciativas e transformar a partir da pesquisa, ciência e tecnologia riquezas das organizações da região, que tem tanto potencial de agronegócio", conta Márcia. "A partir desse hub e do movimento colaborativo entre as empresas envolvendo pessoas, cultura, métodos e processos, a gente consegue colocar mais e melhores notas fiscais emitidas no mercado, e isso para nós é inovação."
Segundo Márcia, o cluster começou com um movimento de empresários da região há dois anos, e passou a ser executado neste ano a partir das parcerias com um movimento de empresários da região, a Aliança Empresarial Norte RS. Desde então, vem sendo responsável por atividades que visam a integração do campo com novas tecnologias, como a curadoria da Arena Agrodigital, da Cotrijal. "Levamos robótica e inteligência artificial como interação com os associados da Cotrijal, para entenderem sobre pesquisas que existem para solucionar problemas no campo", explica Márcia. Através do Umbô, um robô em formato humanoide que interagia com o público, se apresentaram soluções de tecnologias para o agronegócio e temas como inovação, smart farming, saúde animal e responsabilidade social. Fazendo a ponte entre cooperativas, empresas e startups, ela explica que é um processo que acabou desenvolvendo novas formas e se readequando com os desafios. "Com a pandemia, nós acabamos expandindo nosso hub. Ele é totalmente digital, conecta startups do Brasil, inclusive de outros ecossistemas de empreendedorismo", conta.
A diretora relata que, mesmo com o sucesso profissional, não deixa de ser um desafio a busca de mulheres ocuparem mais lugares de trabalho que são vistos como tradicionalmente masculinos, mesmo que na prática não seja o caso. "Eu passei por isso porque vim da área da ciência da computação, que é uma área muito masculinizada. A área do agronegócio é tão masculinizada quanto, e como eu já realizava consultoria no desenvolvimento de executivos eu percebia sim uma dificuldade de mulheres terem esses espaços, voz e grau de poder", explica. De acordo com Márcia, embora existam movimentos rumo à inclusão feminina em diversas áreas, esses movimentos acabam não levando as mulheres para áreas de tomada de decisões.
"A mulher ocupa um espaço muito importante na decisão do agronegócio, da família e dos negócios familiares. Falta um olhar para a mulher no agro, um reconhecimento pela parte externa, e também a própria mulher ocupar esses espaços". De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 18,7% dos estabelecimentos agropecuários no Brasil são chefiados por mulheres. Na região Sul, esse índice é de apenas 11%.
Além da formação em Ciências da Computação e especialização em Gestão de Projetos e Desenvolvimento de Software, Márcia é mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e doutora em Administração pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (2018). Ela é docente nos cursos de Graduação e Pós-Graduação com as disciplinas de Comportamento Organizacional, Liderança, Inovação e Empreendedorismo, e pesquisadora da Fundação Meridional no grupo de pesquisa Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade, com foco em gamification, aprendizagem organizacional, inovação e empreendedorismo. Márcia também é conselheira dos Parceiros Voluntários e da Aceleradora de Mulheres Empreendedoras da Federasul e preside a Lídera - Associação das Mulheres Empreendedoras. Às mulheres, Márcia recomenda que assistam o filme As Sufragistas (Sarah Gavron, 2015), estrelado por Helena Bonham Carter e Meryl Streep e que conta uma versão semificcional da luta pelo direito ao voto feminino no Reino Unido na década de 1910, para explicar a importância da parceria feminina rumo a objetivos comuns - como a igualdade. "Mulheres em cargo de direção é uma coisa incomum, mas à medida que fui entrando na área vi que não é um problema que não existe espaço. Nós mulheres precisamos apoiar outras mulheres", afirma.
As oportunidades de inovação no agronegócio, crescentes com a capilaridade das tecnologias e digitalização de processos nos campos e lavouras, também abrem caminho para a correção de diferenças e a amplificação de vozes que até recentemente eram pouco ouvidas, mesmo quando carregadas de experiência. E é pelo senso de inclusão que a diretora do Imed Hub, Márcia Capellari, pauta suas ações junto a empresários do Norte do Estado.
No campus da Imed em Passo Fundo, Márcia preside o hub de inovação, que tem como objetivo principal a integração da universidade com empresas e startups, proporcionando networking e troca de experiências. Dentro do hub, há clusters específicos, e um deles é o cluster de AgroTech, uma iniciativa que atua junto aos cursos da Imed proporcionando aos estudantes aprendizado sobre conhecimentos importantes para quem vai lidar com o agronegócio.
"Dentro do hub a gente construiu o cluster, que atua como um instrumento para potencializar e fomentar inciativas e transformar a partir da pesquisa, ciência e tecnologia riquezas das organizações da região, que tem tanto potencial de agronegócio", conta Márcia. "A partir desse hub e do movimento colaborativo entre as empresas envolvendo pessoas, cultura, métodos e processos, a gente consegue colocar mais e melhores notas fiscais emitidas no mercado, e isso para nós é inovação."
Segundo Márcia, o cluster começou com um movimento de empresários da região há dois anos, e passou a ser executado neste ano a partir das parcerias com um movimento de empresários da região, a Aliança Empresarial Norte RS. Desde então, vem sendo responsável por atividades que visam a integração do campo com novas tecnologias, como a curadoria da Arena Agrodigital, da Cotrijal. "Levamos robótica e inteligência artificial como interação com os associados da Cotrijal, para entenderem sobre pesquisas que existem para solucionar problemas no campo", explica Márcia. Através do Umbô, um robô em formato humanoide que interagia com o público, se apresentaram soluções de tecnologias para o agronegócio e temas como inovação, smart farming, saúde animal e responsabilidade social. Fazendo a ponte entre cooperativas, empresas e startups, ela explica que é um processo que acabou desenvolvendo novas formas e se readequando com os desafios. "Com a pandemia, nós acabamos expandindo nosso hub. Ele é totalmente digital, conecta startups do Brasil, inclusive de outros ecossistemas de empreendedorismo", conta.
A diretora relata que, mesmo com o sucesso profissional, não deixa de ser um desafio a busca de mulheres ocuparem mais lugares de trabalho que são vistos como tradicionalmente masculinos, mesmo que na prática não seja o caso. "Eu passei por isso porque vim da área da ciência da computação, que é uma área muito masculinizada. A área do agronegócio é tão masculinizada quanto, e como eu já realizava consultoria no desenvolvimento de executivos eu percebia sim uma dificuldade de mulheres terem esses espaços, voz e grau de poder", explica. De acordo com Márcia, embora existam movimentos rumo à inclusão feminina em diversas áreas, esses movimentos acabam não levando as mulheres para áreas de tomada de decisões.
"A mulher ocupa um espaço muito importante na decisão do agronegócio, da família e dos negócios familiares. Falta um olhar para a mulher no agro, um reconhecimento pela parte externa, e também a própria mulher ocupar esses espaços". De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 18,7% dos estabelecimentos agropecuários no Brasil são chefiados por mulheres. Na região Sul, esse índice é de apenas 11%.
Além da formação em Ciências da Computação e especialização em Gestão de Projetos e Desenvolvimento de Software, Márcia é mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e doutora em Administração pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (2018). Ela é docente nos cursos de Graduação e Pós-Graduação com as disciplinas de Comportamento Organizacional, Liderança, Inovação e Empreendedorismo, e pesquisadora da Fundação Meridional no grupo de pesquisa Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade, com foco em gamification, aprendizagem organizacional, inovação e empreendedorismo. Márcia também é conselheira dos Parceiros Voluntários e da Aceleradora de Mulheres Empreendedoras da Federasul e preside a Lídera - Associação das Mulheres Empreendedoras. Às mulheres, Márcia recomenda que assistam o filme As Sufragistas (Sarah Gavron, 2015), estrelado por Helena Bonham Carter e Meryl Streep e que conta uma versão semificcional da luta pelo direito ao voto feminino no Reino Unido na década de 1910, para explicar a importância da parceria feminina rumo a objetivos comuns - como a igualdade. "Mulheres em cargo de direção é uma coisa incomum, mas à medida que fui entrando na área vi que não é um problema que não existe espaço. Nós mulheres precisamos apoiar outras mulheres", afirma.
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