Publicada em 21 de Setembro de 2020 às 00:00

Novas linhas de pesquisa fortalecem apicultura nacional

Sattler há anos se dedica à saúde das abelhas e a todo um sistema produtivo que gera renda no Estado

Sattler há anos se dedica à saúde das abelhas e a todo um sistema produtivo que gera renda no Estado


JOYCE ROCHA/JC
Osni Machado, do Rio de Janeiro, especial para o JC
Maior produtor de mel nacional, o Rio Grande do Sul responde por um volume anual ao redor de 8 mil toneladas. O Brasil, por sua vez, produz por ano cerca de 40 a 45 mil toneladas, conforme dados do IBGE. Neste cenário, em particular, no Rio Grande do Sul, o mel produzido tem a sua qualidade validada pelo aprimoramento crescente das pesquisas e de novas tecnologias, mas a produção e a produtividade poderiam duplicar em curto espaço de tempo caso todas as barreiras fossem vencidas.
Muitos são os desafios do setor, como, por exemplo, o permanente trabalho de controle da saúde das abelhas, que também estão ameaçadas por agrotóxicos e pelo desequilíbrio ambiental, entre outros. Outro fator que barra o pleno desenvolvimento da atividade é o desconhecimento sobre a importância das abelhas, uma das principais espécies de insetos polinizadores na natureza. Pesquisas apontam que lavouras como a soja podem aumentar a produtividade de 5% a 15% com um número de polinizadores suficientes - medida que serve, igualmente, para outras culturas como arroz, girassol, feijão e fruticultura.
Um dos responsáveis pelo avanço científico aplicado à apicultura é o professor Aroni Sattler, com 71 anos de idade e natural de Travesseiro (RS). Sattler tem dedicado à sua vida ao manejo sanitário das abelhas, bem como ao aprimoramento do mel e dos demais produtos da colmeia, além de grande contribuição para o fortalecimento da cadeia produtiva apícola e também para na formação acadêmica de profissionais para atuarem nesta área. Ele foi agraciado, neste ano, como destaque na categoria Cadeias produtivas e alternativas agrícolas do troféu O Futuro da Terra.
De acordo com Sattler a sua dedicação no ensino, pesquisa e extensão voltado à apicultura tem origem familiar, a partir do exemplo dado pelo seu pai e pelos irmãos mais velhos. Com família de oito filhos, seu pai, alfaiate de profissão, também dedicava-se à apicultura, mantendo entre 100 e 150 colmeias. Parte do mel era para o consumo próprio e a outra, ele comercializava, transformando em renda.
Sattler formou-se em 1974 como engenheiro agrônomo pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Dois episódios ocorridos durante a graduação foram definitivos na opção pela apicultura: um curso sobre criação de rainhas e sanidade apícola no Departamento de Granjas em La Plata, Argentina; e a instalação do primeiro apiário didático na UPF, pelo qual recebeu uma "bolsa-trabalho". Como consequência, no primeiro ano de formado, ele foi contratado como professor da disciplina de apicultura na UPF, e permaneceu nela vinculado até 1989.
Depois, entrou no Parque Apícola, em Taquari (RS), um centro de referência na área, tanto no Brasil quanto na América do Sul, criado pelo professor Emílio Schenk, uma das maiores autoridades em apicultura no Sul do Brasil. Como diretor do local no período de 1984 a 1989, Sattler coordenou os cursos de atualização de mais de 200 técnicos extensionistas da Emater, incentivou a adoção da Colmeia Longstroth (sistema americano) para aderir ao programa nacional e passou a indicar a utilização das abelhas africanizadas em substituição às de origem europeia, pela sua alta produtividade e resistência às doenças. Este último fator, por sinal, eliminou a necessidade do uso de qualquer antibiótico ou acaricida nas colmeias, facilitando a produção de mel orgânico e aumentando a comercialização interna e a exportação.
Maior produtor de mel nacional, o Rio Grande do Sul responde por um volume anual ao redor de 8 mil toneladas. O Brasil, por sua vez, produz por ano cerca de 40 a 45 mil toneladas, conforme dados do IBGE. Neste cenário, em particular, no Rio Grande do Sul, o mel produzido tem a sua qualidade validada pelo aprimoramento crescente das pesquisas e de novas tecnologias, mas a produção e a produtividade poderiam duplicar em curto espaço de tempo caso todas as barreiras fossem vencidas.
Muitos são os desafios do setor, como, por exemplo, o permanente trabalho de controle da saúde das abelhas, que também estão ameaçadas por agrotóxicos e pelo desequilíbrio ambiental, entre outros. Outro fator que barra o pleno desenvolvimento da atividade é o desconhecimento sobre a importância das abelhas, uma das principais espécies de insetos polinizadores na natureza. Pesquisas apontam que lavouras como a soja podem aumentar a produtividade de 5% a 15% com um número de polinizadores suficientes - medida que serve, igualmente, para outras culturas como arroz, girassol, feijão e fruticultura.
Um dos responsáveis pelo avanço científico aplicado à apicultura é o professor Aroni Sattler, com 71 anos de idade e natural de Travesseiro (RS). Sattler tem dedicado à sua vida ao manejo sanitário das abelhas, bem como ao aprimoramento do mel e dos demais produtos da colmeia, além de grande contribuição para o fortalecimento da cadeia produtiva apícola e também para na formação acadêmica de profissionais para atuarem nesta área. Ele foi agraciado, neste ano, como destaque na categoria Cadeias produtivas e alternativas agrícolas do troféu O Futuro da Terra.
De acordo com Sattler a sua dedicação no ensino, pesquisa e extensão voltado à apicultura tem origem familiar, a partir do exemplo dado pelo seu pai e pelos irmãos mais velhos. Com família de oito filhos, seu pai, alfaiate de profissão, também dedicava-se à apicultura, mantendo entre 100 e 150 colmeias. Parte do mel era para o consumo próprio e a outra, ele comercializava, transformando em renda.
Sattler formou-se em 1974 como engenheiro agrônomo pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Dois episódios ocorridos durante a graduação foram definitivos na opção pela apicultura: um curso sobre criação de rainhas e sanidade apícola no Departamento de Granjas em La Plata, Argentina; e a instalação do primeiro apiário didático na UPF, pelo qual recebeu uma "bolsa-trabalho". Como consequência, no primeiro ano de formado, ele foi contratado como professor da disciplina de apicultura na UPF, e permaneceu nela vinculado até 1989.
Depois, entrou no Parque Apícola, em Taquari (RS), um centro de referência na área, tanto no Brasil quanto na América do Sul, criado pelo professor Emílio Schenk, uma das maiores autoridades em apicultura no Sul do Brasil. Como diretor do local no período de 1984 a 1989, Sattler coordenou os cursos de atualização de mais de 200 técnicos extensionistas da Emater, incentivou a adoção da Colmeia Longstroth (sistema americano) para aderir ao programa nacional e passou a indicar a utilização das abelhas africanizadas em substituição às de origem europeia, pela sua alta produtividade e resistência às doenças. Este último fator, por sinal, eliminou a necessidade do uso de qualquer antibiótico ou acaricida nas colmeias, facilitando a produção de mel orgânico e aumentando a comercialização interna e a exportação.
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