Publicada em 21 de Setembro de 2020 às 00:00

Pesquisa busca menor impacto ambiental na Metade Sul

Ávila não aceitou ideia que terras baixas ocasionavam prejuízos e foi em busca de alternativas sustentáveis

Ávila não aceitou ideia que terras baixas ocasionavam prejuízos e foi em busca de alternativas sustentáveis


/Luis Antonio Ávila/ARQUIVO PESSOAL/JC
Marcelo Beledeli, do Rio de Janeiro, especial para o JC
Estudar os impactos ambientais da atividade agrícola na Metade Sul do Estado é um dos principais objetivos de trabalho do engenheiro agrônomo Luis Antonio de Ávila. Ao longo de mais de 20 anos de carreira, o professor de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) concentrou seus estudos em manejo de plantas daninhas e em dinâmica de agroquímicos - especialmente herbicidas - no ambiente.
"Minha dedicação à essa área foi devido ao fato de ouvir muitas vezes que a agricultura era o grande contaminador do meio ambiente", explica Ávila. "Por não acreditar nessa afirmativa, passei, ainda quando no meu mestrado, a mensurar o impacto ambiental da agricultura de terras baixas e, após verificar que o impacto era menor que era aventado na mídia, a buscar alternativas para tornar o sistema agrícola ainda mais sustentável", destaca o professor.
Ávila lembra que houve uma grande evolução em relação à consciência ambiental e ao uso correto de agroquímicos no Rio Grande do Sul nas últimas décadas. Segundo o professor, atualmente, a agricultura da Metade Sul do Estado usa produtos mais seguros para o meio ambiente e também técnicas que permitem o manejo integrado e maior sustentabilidade do sistema agrícola, como a rotação de arroz com soja ou a integração com produção animal. "Somente esses dois aspectos já permitem uma lavoura mais sustentável que tínhamos no passado", aponta.
Entre os estudos recentes realizados pelo grupo de trabalho de Ávila estão pesquisas sobre derivas de herbicidas - deslocamentos de agroquímicos para áreas fora de onde foram aplicados, afetando culturas mais sensíveis, como videiras e oliveiras. Eventos desse tipo têm ocorrido nos últimos anos no Rio Grande do Sul, gerando polêmica e colocando conflitos entre produtores rurais.
"Os problemas mais graves que aconteceram de impacto sobre cultivos não alvo, em sua maioria, foram devido a problemas de tecnologia de aplicação", explica o professor. Em sua opinião, deveria haver uma lei federal para criar um sistema de treinamento e emissão de licença de aplicador. "Uma pequena quantidade de aplicadores que não fazem a aplicação correta, por falta de treinamento ou de instrução, pode colocar em risco a produção de seus vizinhos e também a reputação de todo o setor agrícola, que têm feito tanto para o desenvolvimento do Brasil", alerta.
Em arroz irrigado, os trabalhos de sua equipe têm indicado que o manejo de irrigação é fundamental para a redução do transporte de herbicidas para o ambiente e também para a redução da persistência dos herbicidas no campo. Os resultados dessas pesquisas demonstraram que o manejo intermitente da lâmina de água é um dos sistemas mais eficientes em redução do impacto ambiental, reduzindo o uso de água, reduzindo o transporte de pesticidas e mantendo o rendimento de grãos do arroz.
Outra técnica que tem impacto na redução da persistência de herbicidas nas lavouras, aponta Ávila, é o uso de plantas de cobertura que auxiliam na degradação dos herbicidas no solo - a fitorremediação. "Nossos resultados demonstram que o uso de plantas de cobertura de inverno quanto culturas, assim como soja em rotação no verão, reduzem significativamente a persistência de herbicidas no ambiente. Além disso, o uso de plantas de cobertura e rotação de culturas tem inúmeros outros benefícios para a lavoura", comenta.
Para o professor, os agricultores, em sua maioria, sabem da importância da preservação do meio ambiente por diferentes motivos: para garantir sustentabilidade do seu negócio; para garantir um ambiente melhor para as pessoas em volta de suas propriedades; e para garantir um mundo melhor para as gerações futuras. "Os produtores cada vez mais estão conscientes e agindo para produzir alimentos de forma mais sustentável", afirma.
Estudar os impactos ambientais da atividade agrícola na Metade Sul do Estado é um dos principais objetivos de trabalho do engenheiro agrônomo Luis Antonio de Ávila. Ao longo de mais de 20 anos de carreira, o professor de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) concentrou seus estudos em manejo de plantas daninhas e em dinâmica de agroquímicos - especialmente herbicidas - no ambiente.
"Minha dedicação à essa área foi devido ao fato de ouvir muitas vezes que a agricultura era o grande contaminador do meio ambiente", explica Ávila. "Por não acreditar nessa afirmativa, passei, ainda quando no meu mestrado, a mensurar o impacto ambiental da agricultura de terras baixas e, após verificar que o impacto era menor que era aventado na mídia, a buscar alternativas para tornar o sistema agrícola ainda mais sustentável", destaca o professor.
Ávila lembra que houve uma grande evolução em relação à consciência ambiental e ao uso correto de agroquímicos no Rio Grande do Sul nas últimas décadas. Segundo o professor, atualmente, a agricultura da Metade Sul do Estado usa produtos mais seguros para o meio ambiente e também técnicas que permitem o manejo integrado e maior sustentabilidade do sistema agrícola, como a rotação de arroz com soja ou a integração com produção animal. "Somente esses dois aspectos já permitem uma lavoura mais sustentável que tínhamos no passado", aponta.
Entre os estudos recentes realizados pelo grupo de trabalho de Ávila estão pesquisas sobre derivas de herbicidas - deslocamentos de agroquímicos para áreas fora de onde foram aplicados, afetando culturas mais sensíveis, como videiras e oliveiras. Eventos desse tipo têm ocorrido nos últimos anos no Rio Grande do Sul, gerando polêmica e colocando conflitos entre produtores rurais.
"Os problemas mais graves que aconteceram de impacto sobre cultivos não alvo, em sua maioria, foram devido a problemas de tecnologia de aplicação", explica o professor. Em sua opinião, deveria haver uma lei federal para criar um sistema de treinamento e emissão de licença de aplicador. "Uma pequena quantidade de aplicadores que não fazem a aplicação correta, por falta de treinamento ou de instrução, pode colocar em risco a produção de seus vizinhos e também a reputação de todo o setor agrícola, que têm feito tanto para o desenvolvimento do Brasil", alerta.
Em arroz irrigado, os trabalhos de sua equipe têm indicado que o manejo de irrigação é fundamental para a redução do transporte de herbicidas para o ambiente e também para a redução da persistência dos herbicidas no campo. Os resultados dessas pesquisas demonstraram que o manejo intermitente da lâmina de água é um dos sistemas mais eficientes em redução do impacto ambiental, reduzindo o uso de água, reduzindo o transporte de pesticidas e mantendo o rendimento de grãos do arroz.
Outra técnica que tem impacto na redução da persistência de herbicidas nas lavouras, aponta Ávila, é o uso de plantas de cobertura que auxiliam na degradação dos herbicidas no solo - a fitorremediação. "Nossos resultados demonstram que o uso de plantas de cobertura de inverno quanto culturas, assim como soja em rotação no verão, reduzem significativamente a persistência de herbicidas no ambiente. Além disso, o uso de plantas de cobertura e rotação de culturas tem inúmeros outros benefícios para a lavoura", comenta.
Para o professor, os agricultores, em sua maioria, sabem da importância da preservação do meio ambiente por diferentes motivos: para garantir sustentabilidade do seu negócio; para garantir um ambiente melhor para as pessoas em volta de suas propriedades; e para garantir um mundo melhor para as gerações futuras. "Os produtores cada vez mais estão conscientes e agindo para produzir alimentos de forma mais sustentável", afirma.
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