Publicada em 12 de Setembro de 2021 às 12:05

Vendas de sêmen bovino dos EUA para o Brasil batem recorde

Martin Sieber projeta crescimento ainda maior da importação de genética pelo mercado brasileiro

Martin Sieber projeta crescimento ainda maior da importação de genética pelo mercado brasileiro


PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
Na pandemia, uma demanda brasileira que não parou de crescer foi a da importação de material genético para melhorar rebanhos de pecuária de corte e leite. O Brasil alcançou a primeira posição no volume de importação de sêmen dos Estados Unidos, segundo a Associação de Exportação de Genética dos Estados Unidos (USLGE, da sigla em inglês), à frente da China, que lidera em receita nas compras de material com origem nos EUA. 
Na pandemia, uma demanda brasileira que não parou de crescer foi a da importação de material genético para melhorar rebanhos de pecuária de corte e leite. O Brasil alcançou a primeira posição no volume de importação de sêmen dos Estados Unidos, segundo a Associação de Exportação de Genética dos Estados Unidos (USLGE, da sigla em inglês), à frente da China, que lidera em receita nas compras de material com origem nos EUA. 
A demanda dos chineses é focada em gado leiteiro. Já os produtores do Brasil compram mais para qualificar os rebanhos de corte, mas é crescente também o interesse e pedidos para a matriz de leite. Nesta área, a raça holandesa é a mais buscada, informa o presidente da USLGE, Martin Sieber, que esteve na Expointer, em Esteio. A demanda global por sêmen de alta qualidade em 2020 somou recorde de US$ 36,4 milhões, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Sieber destaca que o fluxo de vendas para o Brasil bateu recorde em 2020 e deve ter mais crescimento até o fim de 2021. O dirigente acompanha contatos de entidades ligadas a desenvolvimento de raças e destaca o impacto da maior importação para a qualidade do rebanho, desde a busca de produtividade de carne ao leite.
Laboratórios e companhias especializadas na comercialização de sêmen e embriões com origem nos EUA e com escritórios no Brasil também estavam na feira. Mercados como o de Minas Gerais, que lidera na área de produção leiteira, Rio Grande do Sul e Santa Catarina são os que mais demandam material de empresas norte-americanas que atuam no setor. 
"Pequenos e médios produtores são os que estão importando mais, com mais crescimento e maior potencial no futuro", acrescenta Sieber. Na área de embriões, o Brasil também melhorou posições, passando a figurar na décima posição entre as nações que mais importam. Hoje os Estados Unidos enviam este tipo de material a mais de 40 países pelo mundo. China, Japão, Austrália, Holanda, Alemanha, Canadá, Vietnã, Reúno Unido e Polônia estão nas primeiras posições, segundo dados de 2019.
O representante americano associa a busca por genética a atenção cada vez maior não só para o melhoramento genético, mas também à nutrição e ao manejo. "A produção da vaca de leite depende 60% do manejo e ambiente de criação e 30% da genética", associa o presidente da USLGE. 
O dirigente da associação avalia que este ano o crescimento das importações deve ficar entre 2% e 5% de produtores brasileiros. Para ele, a procura também mostra a confiança na genética, com aquisições feitas de forma online. As empresas americanas garantem o suprimento dos pedidos. Uma das ações também quer devem ser intensificadas, com maior flexibilidade das viagens, é o intercâmbio de associações de produtores de raças do Rio Grande do Sul, a partir de contatos feitos na Expointer. 
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