Publicada em 08 de Setembro de 2021 às 18:56

Com público focado, vendas de máquinas devem superar R$ 1 bilhão na Expointer

Máquinas e implementos agrícolas de 85 marcas estão presentes na 44ª edição da feira

Máquinas e implementos agrícolas de 85 marcas estão presentes na 44ª edição da feira


LUIZA PRADO/JC
Diego Nuñez
Após um 2020 longe de Esteio, máquinas e implementos agrícolas estão de volta à Expointer. A feira, ainda encarada como atípica pelos expositores devidos aos protocolos sanitários e limitação do número de visitantes, não repetirá o sucesso de 2019. Contudo, a expectativa do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers) é que o volume de negócios ultrapasse R$ 1 bilhão até o final da 44ª edição.
Após um 2020 longe de Esteio, máquinas e implementos agrícolas estão de volta à Expointer. A feira, ainda encarada como atípica pelos expositores devidos aos protocolos sanitários e limitação do número de visitantes, não repetirá o sucesso de 2019. Contudo, a expectativa do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers) é que o volume de negócios ultrapasse R$ 1 bilhão até o final da 44ª edição.
Neste ano, 85 marcas estão presentes no Parque Assis Brasil expondo seus catálogos a um público um pouco diferenciado em relação às edições anteriores. A Expointer 2021 está marcada por ser uma feira essencialmente de negócios. Em meio a uma pandemia que se arrasta por quase 18 meses no Rio Grande do Sul, os visitantes diminuíram, sequer atingido o limite de 15 mil ingressos à disposição nesta primeira metade de evento.
Mais do que isso, o perfil de visitantes mudou. Os expositores de máquinas e implementos agrícolas têm recebido menos ‘curiosos’, pessoas de fora do ramo, que passeiam pelo parque e aproveitam a feira com família e amigos. Passam, agora, a lidar majoritariamente com empresários e investidores, que rumaram à Região Metropolitana de Porto Alegre para conhecer as novidades do setor, fazer contatos para compras futuras e até mesmo concretizar negócios.
“Quando o pessoal vem, vem bem focado no negócio. Nos outros anos, vinha mais gente, mas era um pessoal mais que queria saber como funcionava, não tinha tanto conhecimento. Hoje, o público é mais direcionado, mais centrado na compra”, relatou Matheus Antônio da Silva, gerente de marketing da Ipacol, fabricante de Veranópolis.
Quem também sentiu a alteração no perfil do público foi a Masal, fabricante de Santo Antônio da Patrulha. Segundo o gerente de vendas Paulo Reni, nos primeiros dias, “o movimento foi surpreendentemente bom de clientes, pessoas interessadas”. “Na minha visão, não teve tanto aquele público em geral, mas a frequência de cliente em potencial foi bem importante, o pessoal vem com uma busca mais dirigida”, afirmou ele.
Essa ‘busca dirigida’ já tem gerado resultados. Na primeira metade da Expointer, a Masal teve um volume de vendas que corresponde a aproximadamente 75% do volume registrado no mesmo período de 2019. Os números são positivos, visto que a expectativa da fabricante era ficar entre 50% e 60% do montante. Nesta edição, a Masal está lançando uma plataforma para elevação de caminhões e descarga de grãos, chamado informalmente de Tombador.
A feira é positiva também para a Ipacol. “O ano é atípico, ainda em pandemia, mas está sendo positivo para a gente. Já foram feitas algumas vendas até para fora do Rio Grande do Sul, uma delas para Brasília, mas a maioria tem sido aqui no Estado”, conta Matheus Antônio da Silva. A Ipacol vendeu cerca de 100 unidades de diferentes equipamentos, como vagão forrageiro misturador, escarificador hidropneumático e o distribuidor de adubos e calcários.
Quem também está presente na feira é a Verdes Vales, consorciada e revendedora da John Deere, Hamm, Wirtgen e outras marcas. Tales Barbosa, gerente geral de construção e pavimentação da empresa, avalia que “as vendas estão baixas, mas dentro das expectativas”. Até o quinto dia de evento, a Verdes Vales tinha fechado a negociação de 18 equipamentos. Neste ano, o lançamento da John Deere fica por conta da pá-carregadeira 444G, que tem força de desagregação de 8 mil quilos, carga estática de tombamento de até 9,5 mil quilos e controle de patinagem.

Na Expointer da retomada, se planta para colher mais tarde

Centro de solução integrada permite atualização sobre combustível e reparo de máquinas de forma remota

Centro de solução integrada permite atualização sobre combustível e reparo de máquinas de forma remota


LUIZA PRADO/JC
Com a demora para confirmação da realização e data da Expointer 2021, muitas marcas não tinham certeza se iriam participar da 44ª edição da feira. A indefinição e posterior adiamento em uma semana na data tradicional da exposição atrapalhou a logística das empresas, que mobilizam grande parte do catálogo e da equipe de vendas para estarem presentes no Parque Assis Brasil.
Mesmo assim, 85 marcas se fazem presentes no evento que ocorre até domingo (12). A Verdes Vales, consorciada e revendedora da John Deere, Hamm, Wirtgen e outras marcas, por exemplo, levou um certo tempo até confirmar presença no evento. A empresa “tomou a decisão por se tratar de uma exposição que marca a retomada da atividade econômica e dos eventos no Rio Grande do Sul”, relatou Tales Barbosa, gerente geral de construção e pavimentação da empresa.
Ele vê “um pouco de atropelo” na realização do evento: “mas, apesar do curto tempo, a gente conseguiu mobilizar todo mundo e estamos aqui com um volume bem bom”, disse Barbosa.
É importante estar presente na feira. Mesmo com público reduzido, de até 15 mil visitantes por dia, a Expointer ainda é a grande vitrine do agronegócio gaúcho - algo que motiva a presença do maquinário e implementos agrícolas mesmo ainda em uma realidade de pandemia mundial de coronavírus.
A Verdes Vales trouxe seu catálogo para apresentar aos clientes na feira. Além do simbolismo da retomada econômica, “apresentar o portfólio é muito importante. Muitas vezes, se planta a semente na Expointer para colher os frutos lá na frente. A feira é para isso também”, refletiu Barbosa.
Neste portfólio, além do maquinário, a Verdes Vales apresenta o centro de soluções integradas - um sistema que permite a atualização remota em tempo real da localização das máquinas, consumo de combustível, dados operacionais, aponta possíveis falhas e necessidades de manutenção e permite atualizações de software a distância, conectando a central da empresa ao equipamento do produtor: “queremos mostrar que o nosso trabalho não é apenas ferro, e sim tecnologia”, afirmou o gerente da Verdes Vales.
Quem tambémenxerga assim é Paulo Reni, gerente de vendas da Masal. “A Expointer ainda é uma propaganda barata em relação a outras mídias. Pega um público dirigido, o cliente passa no estande, pode se explicar o produto. E essa venda pode retornar daqui a um, dois, três meses, ou daqui a um ano”, relatou Reni.

Marca de silos móveis registra vendas na Expointer e espera mais negócios até domingo

Indústria investiu em inovação para levar à feira equipamento para pecuária de leite e corte

Indústria investiu em inovação para levar à feira equipamento para pecuária de leite e corte


LUIZA PRADO/JC
Fabricantes de máquinas investiram em novos produtos para levar à Expointer da retomada, como é chamada a primeira edição depois da suspensão de 2020 devido à pandemia. Marcas como a Marcher Brasil levaram lançamentos em busca de mercado. A chuva acabou atrapalhando um pouco nos dois últimos dias, mas a comercialização está correndo, diz o gerente comercial da indústria, Mauro Longa.
A Marcher Brasil tem sede em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), apresentou seu novo modelo de silo móvel, com a nova versão do Ingrain60, que teve aporte de R$ 3,5 milhões em pesquisa e inovação. O equipamento ganhou esteira lateral, facilitando o embolsamento de silagem e grãos. Para a fabricação, a fábrica foi ampliada no ano passado com investimento de R$ 7 milhões, informou a empresa.
Longa observa que os negócios não repetem os de 2019, que foi uma edição recorde em contratos na feira, mas segue projeção. "A expectativa é positiva. Mesmo com a chuva, houve a venda de cinco equipamentos para produtores da Metade Sul", comenta o diretor.
Até domino (12), quando se encerra a exposição, a empresa espera ampliar a comercialização, com a visistação de produtores de médio e pequeno porte de segmentos da pecuária de corte e leite de diversas regiões gaúchas, não apenas da Zona Sul, e também de outros estados.
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