Publicada em 07 de Setembro de 2021 às 11:38
Touro James Bond e carne premium: os atrativos da raça estreante na Expointer
Ardenghy diz que já vendeu mais de 15 mi doses do sêmen do touro para disseminar a raça
LUIZA PRADO/JC
Patrícia Comunello, do Rio de Janeiro, especial para o JC
Da Feira de Palermo, em Buenos Aires, para a Expointer em 2021. O percurso da raça bovina de corte Murray Grey, estreante na feira, segue muito o de outras que já tiveram o auge como novidade na mostra.
No Parque Assis Brasil, exemplares da raça estão no pavilhão de grandes animais com duas propriedades expondo, uma delas de Rondônia. O precursor e disseminador da raça de origem australiana no Rio Grande do Sul é Luiz Carlos Ardenghy Sobrinho, da cabanha Guarita, de Palmeira das Missões, e presidente da Associação Brasileira de Criadores de Murray Grey e Greyman (ABMGG), criada em 2019.
“Vi raça em Palermo, conversei com criadores da Argentina e resolvi trazer”, conta o produtor. Ele lembra que é de uma região em que outra raça, a charolesa, com pelagem branca, teve grande adesão. O Murray Grey tem pelagem clara e tem como trunfo a qualidade da carne, cita ele.
"É super premium devido ao tipo de marmoreio, que é a gordura entremeada na carne", define o precursor, lembrando que cortes de carcaças de animais da raça podem ser encontrados em mercados especializados e que não há muita diferença de preços em relação a outras com padrão semelhante e de outras raças.
No estande da Guarita, no pavilhão dos grandes animais, o touro James Bond é a atração. O nome fantasia surgiu porque o número de registro é 007, conta Ardenghy. O animal foi comprado da cabanha Silver no Uruguai e tem sua genética multiplicada por meio da venda de sêmen.
Trentin, a mulher Ana Rita, a filha Maria Helena e amiguinha posam perto do touro James Bond. Fotos: Luiza Prado/JC
Crianças se aproximam e fazem carinho no animal gigante com uma tonelada. O gerente do Banco do Brasil Alexandre Trentin levou a filha Maria Helena e a amiguinha dela Maria Eduarda para ficar bem pertinho de James Bond, que nem se mexe.
"A ideia é dar exemplo para que elas tenham contato com os animais desde cedo", diz Trentin. As meninas ficam receosas no começo, mas depois tocam na pelagem do touro.
Ardenghy reforça a docilidade da raça e aposta que possa ganhar mais criadores. Do touro que tem oito anos, já foram vendidas cerca de 18 mil doses de sêmen, que custam R$ 15 por dose. "Já tem cruzamento no norte, e a raça ajuda a mellhorar o rebanho", observa Ardenghy.
Algumas unidades chegaram ao norte do Brasil. Foi dessa forma que o pecuarista Carlos Henrique Andrade de Carli teve contato com a raça e agora exibe alguns exemplares da propriedade localizada em Cabixi, em Rondônia.
De Carli acredita na boa adaptação e cruza com o Nelore, raça mais difundida na região. Com 300 animais no plantel, o pecuarista rondonense enxerga mercado comprador da carne entre butiques no Sudeste. A propriedade faz cruzamento do Murray Gray e Brahman, que é chamado de Greyman.
"Vim à feira pela primeira vez para divulgar os animais. Estou há 39 anos na pecuária e é a raça mais fantástica que já vi", garante de Carli. O produtor lembra que o Nelore domina na região e que o Murray Grey aporta precocidade, qualidade de carne e docilidade. "É uma máquina de fazer carne", resume o rondonense. O julgamento dos animais será nesta quinta-feira (9), após adiamento devido à chuva.
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Da Feira de Palermo, em Buenos Aires, para a Expointer em 2021. O percurso da raça bovina de corte Murray Grey, estreante na feira, segue muito o de outras que já tiveram o auge como novidade na mostra.
No Parque Assis Brasil, exemplares da raça estão no pavilhão de grandes animais com duas propriedades expondo, uma delas de Rondônia. O precursor e disseminador da raça de origem australiana no Rio Grande do Sul é Luiz Carlos Ardenghy Sobrinho, da cabanha Guarita, de Palmeira das Missões, e presidente da Associação Brasileira de Criadores de Murray Grey e Greyman (ABMGG), criada em 2019.
“Vi raça em Palermo, conversei com criadores da Argentina e resolvi trazer”, conta o produtor. Ele lembra que é de uma região em que outra raça, a charolesa, com pelagem branca, teve grande adesão. O Murray Grey tem pelagem clara e tem como trunfo a qualidade da carne, cita ele.
"É super premium devido ao tipo de marmoreio, que é a gordura entremeada na carne", define o precursor, lembrando que cortes de carcaças de animais da raça podem ser encontrados em mercados especializados e que não há muita diferença de preços em relação a outras com padrão semelhante e de outras raças.
No estande da Guarita, no pavilhão dos grandes animais, o touro James Bond é a atração. O nome fantasia surgiu porque o número de registro é 007, conta Ardenghy. O animal foi comprado da cabanha Silver no Uruguai e tem sua genética multiplicada por meio da venda de sêmen.
Trentin, a mulher Ana Rita, a filha Maria Helena e amiguinha posam perto do touro James Bond. Fotos: Luiza Prado/JC
Crianças se aproximam e fazem carinho no animal gigante com uma tonelada. O gerente do Banco do Brasil Alexandre Trentin levou a filha Maria Helena e a amiguinha dela Maria Eduarda para ficar bem pertinho de James Bond, que nem se mexe.
"A ideia é dar exemplo para que elas tenham contato com os animais desde cedo", diz Trentin. As meninas ficam receosas no começo, mas depois tocam na pelagem do touro.
Ardenghy reforça a docilidade da raça e aposta que possa ganhar mais criadores. Do touro que tem oito anos, já foram vendidas cerca de 18 mil doses de sêmen, que custam R$ 15 por dose. "Já tem cruzamento no norte, e a raça ajuda a mellhorar o rebanho", observa Ardenghy.
Algumas unidades chegaram ao norte do Brasil. Foi dessa forma que o pecuarista Carlos Henrique Andrade de Carli teve contato com a raça e agora exibe alguns exemplares da propriedade localizada em Cabixi, em Rondônia.
De Carli acredita na boa adaptação e cruza com o Nelore, raça mais difundida na região. Com 300 animais no plantel, o pecuarista rondonense enxerga mercado comprador da carne entre butiques no Sudeste. A propriedade faz cruzamento do Murray Gray e Brahman, que é chamado de Greyman.
"Vim à feira pela primeira vez para divulgar os animais. Estou há 39 anos na pecuária e é a raça mais fantástica que já vi", garante de Carli. O produtor lembra que o Nelore domina na região e que o Murray Grey aporta precocidade, qualidade de carne e docilidade. "É uma máquina de fazer carne", resume o rondonense. O julgamento dos animais será nesta quinta-feira (9), após adiamento devido à chuva.
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