Ao visitar o palco da final da Copa do Mundo de 2022, no Catar, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu nesta quarta-feira (17) seu apoio à ideia de transformar a competição em um evento realizado de dois em dois anos.
"Vou dar minha opinião como peladeiro. A Copa de dois em dois anos é bem-vinda, ajuda no aspecto econômico. Quatro anos talvez seja um pouco longo", afirmou Bolsonaro, na chegada para um tour pelo estádio de Lusail, que está em fase final de construção e será o principal do torneio, que começa em 21 de novembro do próximo ano.
A
redução no intervalo do Mundial é uma bandeira do atual presidente da Fifa, Gianni Infantino, que também estava presente no estádio e visitou a arena com Bolsonaro.
Bolsonaro, no entanto, disse ser favorável à Copa e a um novo Mundial de Clubes intercalados, fazendo coro ao que defende Infantino. "Veio uma proposta aí sobre o Mundial de Clubes, talvez nos mesmos moldes da Copa do Mundo, seriam 24 clubes, ou um pouco mais. De modo que sempre teríamos um ano de Copa do Mundo e outro de Mundial de Clubes", defendeu.
Bolsonaro ressalvou, contudo, que está apenas dando um palpite pessoal, mas que a posição brasileira será dada pela CBF. "Ela que vai dar o norte de como devemos prosseguir."
Em contato com jornalistas ao final da visita, Infantino disse que a ideia segue em aberto. "Estamos no meio de um processo de consulta, ouvindo e consultando. Muitos são favoráveis, mas as discussões são acaloradas, como sempre acontece quando se fala de futebol", declarou ele, que não deu prazo para o final desse processo.
Com capacidade para 80 mil espectadores, o estádio está recebendo os retoques finais. Toda a estrutura já está pronta, com cadeiras, telões, sistema de som e luz, além de um gramado provisório. Faltam apenas obras no entorno da arena, que deve ficar pronta oficialmente no começo de 2022.
Após a visita, Bolsonaro e integrantes de sua comitiva bateram bola no gramado, jogando altinha e bobinho. Participaram da brincadeira o presidente e os dois filhos que o acompanham na viagem, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), além do secretário nacional de Cultura, Mário Frias, do ministro do Turismo, Gilson Machado, e do próprio Infantino.
O presidente chegou ao estádio numa moto Harley-Davidson, repetindo pela primeira vez no exterior os passeios que dá quando está no Brasil. Cerca de dez motociclistas o acompanharam no trajeto de quase uma hora que o levou do hotel em que está hospedado até o estádio. Ele elogiou a civilidade do país. "Não vi nenhum muro pichado em todo o trajeto", declarou.