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Esportes

- Publicada em 16 de Outubro de 2021 às 17:29

Bia Haddad volta ao top 100 do tênis mais verdadeira e consciente

Nesta semana, Bia venceu a tcheca Karolina Pliskova, número 3 do mundo, no torneio norte-americano

Nesta semana, Bia venceu a tcheca Karolina Pliskova, número 3 do mundo, no torneio norte-americano


FREDERIC J BROWN/AFP/JC
A tenista brasileira Bia Haddad Maia comemorou de forma contida o triunfo sobre a tcheca Karolina Pliskova, número 3 do mundo, na terceira rodada do torneio WTA 1.000 de Indian Wells, na última segunda-feira (11).
A tenista brasileira Bia Haddad Maia comemorou de forma contida o triunfo sobre a tcheca Karolina Pliskova, número 3 do mundo, na terceira rodada do torneio WTA 1.000 de Indian Wells, na última segunda-feira (11).
A vitória mais expressiva da carreira de Bia por 6/3 e 7/5 foi definida por ela mesma como um dos momentos mais especiais da vida, também foi tratada com sobriedade nas suas declarações. A paulista apontou que as duas estiveram abaixo do seu melhor nível num dia de muito vento, em que ter se mantido mentalmente na partida fez a diferença a seu favor.
Na terça (12), ela voltou à quadra contra a estoniana Anett Kontaveit (20ª do ranking) e foi dominada no jogo pelas oitavas de final (6/0 e 6/2). Sem tirar o mérito da inspirada adversária, declarou estar insatisfeita consigo mesma por ter entrado passivamente na partida.
Aos 25 anos, Bia Haddad voltou aos grandes torneios após mais de dois anos e também estará novamente no top 100 do ranking mundial a partir desta segunda-feira (18). A campanha em Indian Wells faz com que ela saltasse 19 posições, da 115ª para a 96ª.
Os resultados e os pés no chão ao analisá-los refletem um processo de reconstrução da carreira da tenista, que em 2017 e 2018 chegou a ocupar a 58ª colocação. "Um dos pontos muito importantes para mim é saber me expor e falar a verdade. O que eu sinto, meus medos, o que aconteceu de fato no jogo, não tirando o mérito da adversária. Quando você é sincera com você e fala a verdade, não se coloca nem acima nem abaixo do que está acontecendo. Cada vez mais venho trabalhando para ser verdadeira e passar a realidade para as pessoas", disse.
Nessa busca de se expor com menos receios, Bia tem como grande incentivador o técnico Rafael Paciaroni, com quem ela começou a trabalhar neste ano. "Essa é uma das coisas que ele mais conversou comigo. Venho de um País onde as pessoas esperam que você seja um craque: um Guga, um Ayrton Senna, um Medina, pessoas fora da curva. Muitos atletas têm sucesso e não são considerados pessoas de sucesso. É muito difícil ser brasileira", refletiu. "O tênis é um esporte muito difícil, muito mental, solitário. Tem muita coisa que envolve o jogo, não só o jogo, e ser brasileiro tem uma pressão a mais, muita gente palpitando na sua vida", completou.
Em julho de 2019, a tenista foi suspensa por doping. A pena acabou fixada em 10 meses, após a defesa ter conseguido provar que as substâncias anabólicas encontradas no exame entraram em seu organismo por meio de suplementos alimentares contaminados.
A atleta estaria liberada para jogar em maio de 2020, mas o circuito só foi retomado em agosto do ano passado, por causa da pandemia. Devido aos pontos perdidos nesse período, ela retomou a carreira a partir da 1.342ª posição, disputando uma série de torneios pequenos pelo mundo.
Bia iniciou 2021 como número 359 e esperava entrar no grupo das 200 melhores até dezembro, mas já superou essa meta. Ela disputou os qualificatórios de Wimbledon e do US Open - não conseguiu avançar para a chave principal - e em Indian Wells entrou de última hora, graças a uma desistência.
Uma sorte que a brasileira se mostrou preparada para aproveitar depois de um longo período de escalada do ranking. "Eu sempre me senti muito preparada e confiante quando voltei, mas meu tênis não estava em alto nível. Ganhei muitos jogos competindo. Pelo histórico que tive, às vezes as meninas tinham chances, mas duvidavam e cometiam alguns erros, até mentais", afirmou.
Bia, que também encarou as suas dificuldades, agora valoriza a chance de jogar novamente contra as melhores. "Foram muitas pedras no caminho: momentos difíceis, lesões, frustrações, aprendi muito. São esses momentos que me fazem ver um jogo de tênis de uma forma não tão grande, me fazem colocar o pé no chão e falar 'cara, já pensei por tanta coisa difícil, já fiquei longe do que eu mais amava, não vai ser agora, num momento tão gostoso, de entrar na quadra contra a número 3 do mundo, que isso vai ser difícil para mim", contou.
Bia jogará mais quatro torneios até o fim do ano. Com boas chances de entrar diretamente na chave principal do Australian Open, no início de 2022, ela quer aproveitar o fim de temporada para trabalhar principalmente sua agressividade, o jogo de rede e ampliar as variações.
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