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Esportes

- Publicada em 19 de Setembro de 2021 às 09:00

Netflix mostra Schumacher para nova geração, mas pouco revela sobre seu estado atual

Após o acidente de Schumacher em 2013, pouco se sabe sobre a real situação do piloto

Após o acidente de Schumacher em 2013, pouco se sabe sobre a real situação do piloto


Josep Lago/AFP/JC
À primeira vista, o documentário "Schumacher", recém-lançado pela Netflix sobre o ex-piloto alemão de F-1, nos leva a crer que seremos apresentados a uma parte da vida do ídolo que pouco se conhecia, a de sua intimidade com a família e momentos fora dos autódromos. A expectativa, no entanto, dura somente os minutos iniciais, nos quais ele é mostrado durante um mergulho com a esposa.
À primeira vista, o documentário "Schumacher", recém-lançado pela Netflix sobre o ex-piloto alemão de F-1, nos leva a crer que seremos apresentados a uma parte da vida do ídolo que pouco se conhecia, a de sua intimidade com a família e momentos fora dos autódromos. A expectativa, no entanto, dura somente os minutos iniciais, nos quais ele é mostrado durante um mergulho com a esposa.
Tal qual o heptacampeão fazia na principal categoria do automobilismo mundial, o filme deixa pouco espaço para conhecermos um lado mais humano daquele que era visto como uma máquina de pilotar, um competidor obcecado, frio e, por vezes, calculista.
Ao optar por uma narrativa cronológica da carreira dele, que vai desde sua infância nas pistas de kart, passando pela rápida ascensão na F-1 até o primeiro título pela Ferrari - o terceiro conquistado por ele -, a obra mais se dedica a apresentar o ex-piloto para gerações que não foram contemporâneas de sua época do que satisfazer o anseio dos fãs de saber, afinal, como vive o ídolo atualmente.
Na pequena sinopse disponível no serviço de streaming, a promessa de "traçar um perfil íntimo de Michael Schumacher" é cumprida apenas em parte, e sobretudo com depoimentos de Corinna Schumacher, esposa do alemão, que dá alguns indícios sobre a saúde do ex-piloto, de quem pouco se sabe desde dezembro de 2013, quando ele sofreu um grave acidente enquanto esquiava nos Alpes Franceses.
"Eu sinto falta de Michael todos os dias. E eu não sou a única que sente falta. Os filhos, a família, seu pai, todos ao seu redor. Todos nós sentimos falta de Michael, embora ele ainda esteja aqui", confessa Corinna.
Ela relata ainda que "ele não é mais o mesmo, mas está aqui e isso nos dá força para continuar", diz antes de lamentar o acidente. "Nunca culpei Deus pelo que aconteceu. Só teve muito azar, todo azar que poderia ter tido", afirma.
Ao longo do filme, a companheira de Schumacher comenta algumas passagens da carreira dele, reforçando o quanto ele era dedicado ao trabalho, além de lembrar algumas das características que mais lhe chamaram atenção desde quando se conheceram.
Além de momentos de sua trajetória nas pistas, Schumacher aparece em imagens de entrevistas antigas. Em uma delas, lembra que o acidente que vitimou Ayrton Senna, em 1994, em Ímola, mudou sua forma de encarar as corridas.
"O pior foram as duas semanas depois disso, quando eu tive de aceitar que ele tinha morrido", relembra Schumacher, antes de citar um episódio ocorrido na Inglaterra, semanas após a morte de Senna. "Eu percorri o circuito de Silverstone em um carro de rua, olhando a pista e pensando 'este é um ponto em que você pode morrer'", contou o alemão, que conviveu com insônia por algum tempo. "Eu acordava durante a noite, dormia talvez umas três horas por noite, algo assim. Foi uma loucura."
Schumacher tinha um pôster de Senna em seu quarto na adolescência. E foi justamente com o brasileiro que ele teve sua primeira rivalidade na F-1, algo que toma boa parte do filme de uma hora e 52 minutos. O alemão é apresentado como um jovem capaz de desafiar aquele que reinava nas pistas à época.
As disputas marcantes e também polêmicas com o britânico Damon Hill e com o finlandês Mika Häkkinen são outras relembradas no documentário, que conta ainda com depoimentos de pessoas que trabalharam diretamente com o alemão, como Jean Todt, Flavio Briatore e Ross Brawn. Por outro lado, companheiros de equipe, como Rubens Barrichello e Felipe Massa, por exemplo, são ignorados.
Para a geração que passou a se interessar mais por F-1 após assistir à série "Drive to Survive", da própria Netflix, ou por disputar corridas virtuais no game oficial da categoria, o filme é competente para mostrar como Schumacher se transformou em uma lenda das corridas.
Aos fãs que tiveram o privilégio de acompanhar a carreira de Michael Schumacher, a produção, mais do que a chance de conhecer melhor o ídolo ou saber o que houve após o acidente, é um refresco à memória de cenas que, certamente, ainda estão muito vivas na mente de todos.
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