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Esportes

- Publicada em 19 de Novembro de 2020 às 23:24

'Estamos sobrevivendo', diz dirigente do Santos do Amapá em meio a apagão

Por falta de energia elétrica, o clube está mandando os jogos no estádio Zerão, à tarde

Por falta de energia elétrica, o clube está mandando os jogos no estádio Zerão, à tarde


JOSÉ BAIA/SECOM
Racionamento de energia, poucas horas de sono, água em escassez, dificuldades para fazer refeições e isolamento no centro de treinamento. Essa é a realidade vivida pelo elenco do Santos, do Amapá, em meio ao apagão no estado que já dura 16 dias. Mesmo com tantas adversidades, o time segue em atividade na Série D do Campeonato Brasileiro.
Racionamento de energia, poucas horas de sono, água em escassez, dificuldades para fazer refeições e isolamento no centro de treinamento. Essa é a realidade vivida pelo elenco do Santos, do Amapá, em meio ao apagão no estado que já dura 16 dias. Mesmo com tantas adversidades, o time segue em atividade na Série D do Campeonato Brasileiro.
Na terça-feira (17), em um jogo à tarde, o Santos-AP venceu o Sinop por 3 a 0. Às pressas, o elenco deixou o estádio Zerão, em Macapá, sob os últimos raios de sol, antes de voltar à escuridão que aflige a população. O sentimento é comum entre as pessoas ligadas ao esporte: as dificuldades são imensas e o trabalho é feito sem expectativa alguma de melhora.
Depois de um segundo apagão total em Macapá na terça-feira, a cidade voltou ao rodízio de energia. São três horas com fornecimento normal e as três seguintes no escuro. "Está uma coisa de louco, estamos sobrevivendo", disse Willian Matos, diretor do Santos-AP, que relatou dificuldades para comprar comida, tomar banho e se comunicar por telefone ou aplicativos de mensagem.
"O mais difícil agora tem sido o descanso dos atletas. É um cansaço físico e mental. Antes do jogo, os atletas não dormiram bem, mas foram para o jogo. Estão acontecendo muitas manifestações, e nosso CT fica numa rodovia. A gente ficou uma hora no trânsito", explicou Matos.
O presidente de honra do clube, Luciano Marba, ressaltou que o clube já enfrentava adversidades por causa da pandemia da Covid-19. "Com a situação do apagão piorou, muitos jogadores passam a noite sem dormir e precisam treinar de manhã. Estamos vivos na competição aos trancos e barrancos. As dificuldades são todas possíveis e imagináveis", disse o dirigente, que divulgou um manifesto com críticas ao poder público.

Primeiro apagão fez o clube perder 70% do alimento estocado pelo clube

O primeiro apagão no Amapá resultou na perda de 70% de todo o alimento estocado pelo Santos no CT. O clube faz as compras quinzenalmente, e os freezeres estavam lotados. Agora, com o racionamento de energia em curso, as compras são feitas todos os dias, com preços muito acima do normal.
"Verdura, legumes, o preço das coisas triplicou. A água que levamos para o jogo pagávamos R$ 5,00 e agora custa R$ 20,00. Os atletas precisam fazer gelo. O saco que custava R$ 8 está R$ 30", relatou Matos.
A higiene dos atletas, por sua vez, só é garantida porque o clube tem duas caixas d'água no CT. Quando a energia é reestabelecida, as bombas são acionadas para enchê-las. A comunicação segue instável. No começo da crise, era complicado dar e receber notícias. Além disso, a maior parte dos jogadores do elenco é de outros estados do país. Diante da situação, muitos ouviram apelos de familiares para voltarem para casa. "Os atletas se uniram e disseram que queriam cumprir o contrato, que não iam abandonar, foi uma superação", frisou o dirigente.
Apesar das dificuldades e da sétima colocação em um dos grupos da Série D - dos oito times da chave, quatro avançam à segunda fase -, o Santos tem chances pequenas de avançar. Será preciso vencer os três últimos jogos e torcer para tropeços de adversários.
Diante do apagão, o Santos teve dois jogos adiados, que seriam disputados dia 8 e dia 14. Devido à situação, o time disputará três jogos em sete dias. Depois de derrotar o Sinop na última terça-feira, irá enfrentar o São Raimundo nesta sexta-feira (20), novamente em casa, às 15h. Na segunda-feira (23), o adversário será o Altos, no Piauí.
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