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Esportes

- Publicada em 02 de Outubro de 2020 às 15:46

Após retornar em 2015, Honda anuncia saída da F-1

Congelamento dos motores era fundamental para a permanência da Red Bull na F-1

Congelamento dos motores era fundamental para a permanência da Red Bull na F-1


PAVEL GOLOVKIN/AFP/JC
Única fornecedora de motores, além da Mercedes, a vencer na temporada 2020, a Honda anunciou que deixará a Fórmula 1 no final de 2021, quando terminam seus atuais contratos com a Red Bull e a AlphaTauri.
Única fornecedora de motores, além da Mercedes, a vencer na temporada 2020, a Honda anunciou que deixará a Fórmula 1 no final de 2021, quando terminam seus atuais contratos com a Red Bull e a AlphaTauri.
Os japoneses tinham voltado para o esporte em 2015 e investiram mais de R$ 1 bilhão até aqui. Descontentes com a decisão da categoria de manter as mesmas unidades de potência pelo menos até 2026, a montadora decidiu deixar de investir na F-1.
A volta da Honda aconteceu em um contexto complicado em 2015, com a pesquisa para o desenvolvimento da unidade de potência híbrida V6 turbo começando anos depois das rivais, que iniciaram seus estudos na virada da década e passaram a investir pesado quando as regras foram definidas, entre 2012 e 2013. Isso fez com que faltasse potência e também confiabilidade quando o motor estreou, pela McLaren.
Para complicar ainda mais a situação da Honda, somente em 2017 o desenvolvimento das unidades de potência ao longo da temporada foi totalmente liberado. Só a partir daí, e também já colaborando com a Red Bull, equipe mais aberta a ouvir as necessidades dos parceiros do que a McLaren em termos de engenharia, os japoneses puderam ter uma evolução maior, e hoje em dia têm uma unidade de potência no mesmo nível de Mercedes e Renault, ainda que com certa deficiência na recuperação de energia.
No entanto, eles nunca esconderam a decepção em relação às regras acertadas primeiramente para 2021, e que depois passaram para 2022 devido ao coronavírus. Inicialmente, a F-1 queria rever também a unidade de potência, mas depois os fornecedores pressionaram para que esta revisão acontecesse somente em 2025 - agora, em 2026, também por causa da pandemia.
Justificando que focará o investimento em outras matrizes energéticas, a Honda decidiu pela saída. "Como a indústria automobilística passa por um período de grande transformação, algo que não ocorre há 100 anos, a Honda decidiu se empenhar para neutralizar sua produção de carbono até 2050. Este objetivo será perseguido como parte das iniciativas ambientais da Honda, que é uma das principais prioridades da Honda como empresa de mobilidade", disse a montadora em comunicado.
Os japoneses tiveram duas passagens na categoria como equipe e estão na terceira como fornecedores de motores. Sua história com a F-1 começou ainda nos anos 1960, pouco depois de terem construído seu primeiro carro de rua, no pós-guerra.
A equipe estreou em 1964 e saiu da F-1 em 1968, chegando ao quarto lugar entre as equipes e tendo John Surtees como piloto em 1967. Voltou ao comprar a BAR, competindo também como construtora entre 2006 e 2008, quando foi uma das montadoras que deixaram a categoria em decorrência da crise mundial daquele ano.
Curiosamente, a Honda já tinha Ross Brawn como diretor-técnico em 2008. Sabendo que o time tinha usado sua estrutura de dois túneis de vento funcionando 24 horas para fazer um ótimo carro, o engenheiro britânico fez de tudo para salvar a equipe que se tornaria a Brawn GP e seria campeã em 2009. A Brawn depois foi comprada pela Mercedes em 2010, e caminha para a conquista do sétimo título seguido.
Como fornecedora de motores, a Honda teve muitos triunfos nos anos 1980. Eles entraram no esporte em 1983 e saíram em 1992. Sua história de sucesso é intimamente ligada à trajetória de Ayrton Senna na F-1. Eles voltariam em 2000, fornecendo motores para a BAR e, depois, em 2015, retomando a parceria com a McLaren.
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