Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Esportes

- Publicada em 11 de Junho de 2020 às 10:13

Federação de futebol dos EUA derruba proibição de se ajoelhar durante hino

Gesto de Colin Kaepernick, estampado na máscara de manifestante, inspira protestos em 2020

Gesto de Colin Kaepernick, estampado na máscara de manifestante, inspira protestos em 2020


ROBERTO SCHMIDT/AFP/JC
Agência Estado
O conselho de administração da Federação de Futebol dos Estados Unidos decidiu revogar, por meio de votação, a regra que proibia os jogadores de seleção nacional de protestarem ajoelhando-se no gramado durante a execução do hino do país. A medida foi divulgada nesta quarta-feira (10).
O conselho de administração da Federação de Futebol dos Estados Unidos decidiu revogar, por meio de votação, a regra que proibia os jogadores de seleção nacional de protestarem ajoelhando-se no gramado durante a execução do hino do país. A medida foi divulgada nesta quarta-feira (10).
A norma estabelecia desde 2017 que os jogadores de futebol deveriam "ficar de pé respeitosamente" durante a execução do hino nacional antes dos jogos. Além de derrubar a regra, a federação norte-americana pediu desculpas aos atletas, especialmente aos negros, e reconheceu que a proibição não deveria existir.
"Está claro que a essa norma estava errada e prejudicava a importante mensagem de que vidas negras importam", reconheceu a Federação de Futebol dos Estados Unidos, por meio de um comunicado. A nova presidente da US Soccer, Cindy Parlow Cone, já havia sugerido inicialmente a ideia de anular a regra.
A proibição de não ficar de pé durante o hino tinha sido imposta em fevereiro de 2017 depois de a estrela da seleção norte-americana e melhor jogadora do mundo atualmente, Megan Rapinoe, ter se ajoelhado no gramado, repetindo o gesto de Colin Kaepernick, jogador de futebol americano, em protesto contra a violência policial contra os negros nos Estados Unidos.
Kaepernick virou um ícone na luta contra o racismo e inspirou diversos outros atletas, norte-americanos ou não, como o astro da NBA, LeBron James, a se posicionarem diante da descriminação racial. O ex-quarterback do San Francisco 49ers foi boicotado pela NFL e, sem uma equipe para jogar, concentrou seus esforços no ativismo.
"Não fizemos o suficiente para ouvir - especialmente os nossos jogadores - para entender e reconhecer as experiências reais e significativas de negros e de outras comunidades minoritárias no nosso país. Pedimos desculpas aos nossos jogadores - especialmente aos jogadores negros - funcionários, adeptos e a todos os que apoiam a erradicação do racismo", completou a federação.
A mudança ocorre na esteira de uma onda de protestos contra o racismo nos Estados Unidos e em vários outros países. O estopim para as manifestações foi a morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos que morreu em 25 de maio, em Minneapolis, depois de um policial branco ter pressionado o seu pescoço com o joelho durante cerca de oito minutos em uma abordagem.
O Conselho dos Atletas de Futebol dos Estados Unidos, que inclui nomes como Alex Morgan e Ali Krieger, além de ex-jogadores como Landon Donovan, pediu à federação que também se desculpasse pela política que havia imposto a fim de promover "uma relação positiva daqui para frente".
"Então e só então, sentiremos que um novo capítulo pode começar entre a federação e seus atletas. Além disso, pedimos que a federação desenvolva um plano com ações focadas no combate ao racismo, que seja compartilhado publicamente com seus atletas, membros-chave e fãs", disse o conselho no início desta semana em um comunicado.
A Associação de Jogadores da seleção dos Estados Unidos solicitou também um pedido de desculpas da federação e um plano para resolver os problemas de desigualdade racial.
"Enquanto a USSF não fizer isso, a própria existência da norma continuará perpetuando os equívocos e o medo que nublavam a importância e o verdadeiro significado de Colin Kaepernick, Megan Rapinoe e outros atletas terem colocado o joelho no chão - o fato de as pessoas negras nos Estados Unidos não receberem e continuarem a não obter as mesmas liberdades que os brancos, e que existe brutalidade policial e racismo sistêmico neste país", destacaram os futebolistas em sua declaração.
Fora dos Estados Unidos, recentemente, jogadores do Borussia Dortmund e Liverpool ajoelharam-se no gramado durante uma sessão de treinamento como forma de apoiar a luta por igualdade racial. O atacante do Borussia Mönchengladbach, Marcus Thuram, filho do ex-jogador campeão mundial pela França, Lilian Thuram, também ecoou as manifestações ao escolher não comemorar um gol e sim ficar de joelhos no campo.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO