"Acho que ele vai incomodar muito os demais porque vai mostrar que dá para ser um grande piloto mesmo sendo gentil com todo mundo", opina o fotógrafo Gregory Heirman com a autoridade de quem segue a carreira de Charles Leclerc desde o kart. "Logo depois de fazer a primeira pole da vida, ele me mandou uma mensagem pedindo algumas fotos. Mandei e fiquei impressionado porque ele respondeu em cinco segundos, mesmo em um momento como esse. Ele não mudou nada desde que chegou na F-1, e agora na Ferrari", acrescentou.
Os fotógrafos costumam ser um bom parâmetro para saber mais sobre a personalidade de cada piloto, já que eles estão ao mesmo tempo próximos deles no calor do momento, como também em compromissos com patrocinadores e eventos, ou seja, mais longe de seu 'habitat' natural. E todos, sem exceção, destacam a educação e humildade de Leclerc.
Não que o monegasco de 21 anos não esteja acostumado aos holofotes. Ele já era cercado de expectativas nas categorias de base, quando conquistou o título da GP3 em 2016 e da Fórmula 2, de maneira dominante, em 2017. Na Sauber, ano passado, pontuou em 10 das 21 etapas e marcou 45 dos 48 pontos do time. Fruto da academia de pilotos da Ferrari, tem a carreira administrada por um dos principais empresários do automobilismo, Nicolas Todt.
Todt, inclusive, conheceu o menino ainda no kart, apresentado por seu grande amigo, Jules Bianchi. Os dois se conheceram por intermédio dos pais, que também foram pilotos. O francês, outro prodígio das categorias de base e também piloto da academia da Ferrari, morreu em 2015 em decorrência de um acidente sofrido meses antes no Japão, e o pai de Leclerc também faleceu em 2017. O próximo capítulo da história de Leclerc será dia 14 de abril, no GP da China.