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Esportes

- Publicada em 17 de Janeiro de 2019 às 15:35

Investigação do Ministério Público aponta repasses de empresários a ex-dirigentes do Inter

A investigação do Ministério Público sobre a gestão 2015/2016 do Internacional deu novo passo com a quebra do sigilo bancário dos ex-dirigentes supostamente envolvidos em atividades ilegais no clube.
A investigação do Ministério Público sobre a gestão 2015/2016 do Internacional deu novo passo com a quebra do sigilo bancário dos ex-dirigentes supostamente envolvidos em atividades ilegais no clube.
O fato foi inicialmente divulgado pela Zero Hora. A reportagem teve acesso aos documentos da investigação que apontam repasses irregulares de empresários para os antigos cartolas.
Segundo a investigação, a prática funcionava, resumidamente, da seguinte forma: um determinado jogador era contratado; uma quantia, como praxe, repassada a empresários como pagamento de honorários; em seguida, parte da comissão era depositada na conta do ex-vice de futebol do clube Carlo Pellegrini.
Estão citadas pelo MP as contratações do lateral-esquerdo Paulo Cezar Magalhães, do zagueiro Réver, do centroavante Ariel, a renovação do lateral-direito Claudio Winck e a venda do goleiro Alisson.
"Havia, pois, uma lógico dos fatos. Ora determinada negociação era concluída e, em seguida, o empresário, em nome próprio, de uma empresa a ele vinculada ou de terceiro também relacionado a ele, efetuava, em recompensa, algum repasse financeiro ao dirigente responsável", diz a Promotoria.
E não era apenas este o fluxo detalhado. Em outros casos empresários repassavam dinheiro aos dirigentes para "criar vínculo" e em seguida concluir negócios com atletas agenciados por eles.
Além de Pellegrini, estão citados nesta fase da investigação o ex-presidente Vitório Píffero, o ex-vice de finanças Pedro Affatato e o ex-vice de administração Alexandre Limeira. Os agentes referidos são: Fernando Otto, Rogério Braun e Giuliano Bertolucci.
Na última semana, foram realizadas ações de busca e apreensão na casa de ex-dirigentes colorados e empresários envolvidos no caso.
A investigação ainda sublinhou que, antes de se tornar vice de futebol do Inter, quando possivelmente exerceria com maior atenção suas atividades profissionais, a conta bancária de Carlos Pellegrini praticamente não recebia depósitos em espécie. Tão logo passou a ter função importante no futebol do Inter, os recebimentos se multiplicaram, atingindo mais de R$ 300 mil.
"Sempre era o clube que saía prejudicado, ou contratando atletas que, sem tais acertos financeiros, por critérios técnicos ou físicos, jamais seriam contratados, ou embutindo no preço pago pelos jogadores valores que seriam repassados a dirigentes. Assim, o Internacional era induzido em erro pelos dirigentes e pelos empresários, que, em conluio, simulavam contrato em valores superiores ao pertinente e adequado, obtendo, desta forma, vantagens financeiras em detrimento do clube, circunstância que pode caracterizar o delito de estelionato", segue a investigação.
Ao jornal Zero Hora, o advogado Jorge Otávio Teixeira, que defende Carlos Pellegrini, principal figura da investigação, deu a seguinte declaração: "Afirmar que o Pellegrini recebeu valores indevidos por contratações não é verdade. Ainda estamos analisando todo o inquérito. Tudo será explicado ao MP. Estamos ao lado da investigação e queremos que tudo seja apurado. Por que não falam das boas contratações da gestão, como Marcelo Lomba, Nico López, Danilo Fernandes? Ou destes Pellegrini não recebeu valor nenhum?", disse.
As demais partes investigadas, através de seus advogados, informam que irão se manifestar apenas na Justiça.
O Internacional aguarda a conclusão dos apontamentos do MP para buscar ressarcimento dos valores que ficarem comprovados que deixaram os cofres do clube de forma irregular. Todos os dirigentes envolvidos na investigação se tornaram inelegíveis em qualquer clube esportivo após definição interna no Conselho Deliberativo do clube e ainda podem ser expulsos do quadro.
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