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Esportes

- Publicada em 26 de Novembro de 2018 às 17:10

'Não vou jogar em um estádio onde posso morrer', diz capitão do Boca

O atleta relata que a Conmebol não prestou assistência médica, apesar de ter dado condições de jogo

O atleta relata que a Conmebol não prestou assistência médica, apesar de ter dado condições de jogo


JUAN MABROMATA/afp/jc
Agência Estado
Principal vítima do violento ataque ao ônibus do Boca Juniors no último sábado, o volante Pablo Pérez relatou o medo vivido nos minutos em que foi um dos alvos dos objetos atirados pelos torcedores do River Plate. Nesta segunda-feira, em sua primeira aparição após o caso, o jogador de 33 anos cravou: "Não desejo isso para ninguém".
Principal vítima do violento ataque ao ônibus do Boca Juniors no último sábado, o volante Pablo Pérez relatou o medo vivido nos minutos em que foi um dos alvos dos objetos atirados pelos torcedores do River Plate. Nesta segunda-feira, em sua primeira aparição após o caso, o jogador de 33 anos cravou: "Não desejo isso para ninguém".
"Eles se dedicaram a atirar pedras, garrafas. Todas as pessoas estavam juntas em um só lugar. Foram minutos que não desejo para ninguém. Eram estilhaços de vidro constantemente. Não foi muito longe do estádio, foi bastante próximo", relatou em entrevista a repórteres argentinos.
Pérez sofreu lesões no olho e no braço e precisou ser encaminhado ao hospital imediatamente após o ataque. Naquele momento, a ordem era de que a decisão da Libertadores fosse realizada quando o jogador retornasse, mas ele deixou claro nesta segunda que não queria jogar.
"Não posso ir a um campo onde não me trazem segurança. O que iria acontecer se jogássemos e ganhássemos? Quem iria me tirar dali? Se as pessoas já estavam loucas antes de começar o jogo, imagina se damos a volta olímpica no estádio deles. Me matam! Não vou jogar em um estádio onde posso morrer", disparou.
O veterano meio-campista revelou que os ataques não cessaram após a entrada do ônibus do Boca no estádio. "Quando saímos com a ambulância, voltaram a atirar pedras na gente. Não é pequeno o que aconteceu. Nem bem passamos pelo portão, voltaram a nos atacar, quando íamos ser atendidos."
O jogador ainda foi bastante crítico com o comportamento da Conmebol, que ordenou que a partida acontecesse no sábado, chegando a alterar o horário de seu início em duas oportunidades, apesar dos feridos do lado do Boca. Somente quando as diretorias de ambos os clubes entraram em acordo, o duelo foi adiado para domingo, antes de ser suspenso pela entidade.
"A Conmebol foi uma vergonha. Estava no hospital e me diziam que teria de jogar, com o olho machucado, inchado. Ia entrar em campo, mas não sei se poderia jogar" afirmou. "O médico da Conmebol nem veio me ver. Entrou em algum momento e anotou que eu estava em condições sem nem me examinar. Não veio médico, nunca foram solidários conosco."
Diagnosticado com "conjuntivite química com erosão conjuntival inferior", Pérez tem passado por exames diariamente para acompanhar a evolução de seu olho. Ainda "chateado" com os torcedores do River, ele revelou ter recebido mensagens de apenas dois jogadores do rival e relatou o reencontro com a família após todo o ocorrido de sábado.
"O Nacho (Scocco) e o Milton (Casco) me escreveram, fizemos amizade no Newell's Old Boys. Ninguém mais entrou em contato", disse. "Se me arrancam o olho, ninguém pagaria nada. Tenho três filhas, minha esposa. Minha filha mais velha estava chorando quando cheguei em casa."
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