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GASTRONOMIA

- Publicada em 17 de Maio de 2019 às 03:00

Pela valorização do produto local

Borges e Rita comercializam na loja as suas descobertas de itens nacionais

Borges e Rita comercializam na loja as suas descobertas de itens nacionais


/CLAITON DORNELLES /JC
Há queijos e vinhos brasileiros premiados mundialmente. O modo de fazer é diferente dos franceses e italianos, não somente quimicamente, mas culturalmente, o que reflete no sabor. "Se a gente parar para pensar, pode até parecer processo simples. Quando a gente começa a entender a influência do terroir, se dá conta que há muita complexidade envolvida e que os processos de produção ainda não muito humanos", observa Eduardo Borges.
Há queijos e vinhos brasileiros premiados mundialmente. O modo de fazer é diferente dos franceses e italianos, não somente quimicamente, mas culturalmente, o que reflete no sabor. "Se a gente parar para pensar, pode até parecer processo simples. Quando a gente começa a entender a influência do terroir, se dá conta que há muita complexidade envolvida e que os processos de produção ainda não muito humanos", observa Eduardo Borges.
Em sua loja, a Borges Queijos Artesanais, Eduardo Borges e Rita Brandão, esposa e sócia, buscam apresentar aos clientes as descobertas de queijos e vinhos nacionais. O casal dedica tempo e muita conversa para entender a fundo cada item comercializado. "É fundamental que esses produtores, do queijo e do vinho, tenham alguém em quem confiem e saibam vender o que eles fazem. Acho que assim, quando a gente conhece e explica, o cliente gosta até mais. Ser a extensão da fazenda ou da vinícola é parte do nosso trabalho", reconhece.
O espaço, localizado no bairro Moinhos de Vento, foi projetado para que a experiência proporcionasse essa pauta para saber sobre o que é vendido. "Não estamos falando de produtos baratos. Por isso, pensamos num mercadinho que fosse possível olhar, estudar e comprar com calma. Nossa intenção, desde quando participávamos de feiras, é dar acesso ao queijo brasileiro sem muita frescura. E agora com a loja vendemos vinho nesta mesma batida. Reconheço que temos poucas coisas, em variedade e quantidade, mas conhecemos muito bem tudo que temos aqui. Temos produtos tipicamente brasileiros. E eu almejo que tenhamos o melhor do Brasil aqui", avisa.

Um olhar genuíno para o 'saber fazer'

Eduardo Borges é historiador por formação. Por pouco mais de 10 anos trabalhou numa grande rede de livrarias selecionando e comprando os livros para suas prateleiras. Dedicava-se à pesquisa de títulos e às negociações. Mas, no fundo, queria cuidar das prateleiras de um mercadinho, sonho bem mais antigo que a vontade de empreender. "Eu sempre fui encantado por mercearias e comércio de bairro. Morei na Itália por dois anos e me chamava a atenção que, atrás do balcão, sempre tinha um especialista. Passava sempre por uma banca que vendia tomates. Só tomates. E sabia tudo sobre seus produtos. Carreguei comigo essa ideia", recorda.
Na Itália, comia, quase que diariamente, excelentes queijos e tomava bons vinhos. "Mas era algo cotidiano. Não pensava muito sobre o assunto." Numa viagem a Minas Gerais teve a oportunidade de visitar uma feira de queijos. "Eu custei a entender o valor daquele produto. Naquele momento pensei: 'por que será que custa tão caro?'. Ao abrir e prová-lo, entendi tudo. Feito pela Marly, produtora que hoje conheço e sei que não existe igual. Decidi, naquele momento, que era com esse produto, o queijo brasileiro, que eu queria trabalhar", reconhece.
O Brasil é um país de tradição queijeira. Os portugueses trouxeram o conhecimento da produção ainda no tempo do Brasil Colônia. O Canastra, um dos mais emblemáticos e parente distante do famoso queijo da Serra da Estrela, de Portugal, é produzido há mais de duzentos anos.
O clima, a altitude, os pastos nativos e as águas da Serra da Canastra dão um sabor único: forte, meio picante, denso e encorpado. Desde maio de 2008, é considerado patrimônio cultural imaterial brasileiro, título concedido pelo Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. "Mas em toda essa história, conhecer a Canastra fez eu me apaixonar não só pelos queijos, mas pelas pessoas que o fazem", comenta Borges.
 

Borges traça perfil, pessoal e divertido, dos queijeiros da Serra da Canastra

Onésio

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“O Onésio fazia queijo em casa para consumo próprio. Até pouco tempo, vendia uma peça fresca por R$ 8,00. Como tem uma mão excelente para queijo, ajudava outros produtores e, assim, começou a perceber que a maturação tinha importância para agregar valor ao produto. Botou na cabeça que ia legalizar o queijo que fazia e foi um dos primeiros a conquistar certificação federal. A família está toda envolvida com a fazenda, e isso tem um papel importante, pois garante a manutenção da história do queijo da Canastra.”

João Leite

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“É engenheiro-agrônomo e sempre fez queijo. Ele encabeçou todo o processo de organização da Serra da Canastra, região que quase faliu quando a agência bancária local fechou. E ele, que estudou, acreditou na criação de uma cooperativa de crédito, que, atualmente, ajuda na obtenção de crédito e de renda de produtores da Canastra. Se hoje a região é rica e autossustentável, me atrevo a dizer que tem muito trabalho dele. O seu filho, Hugo, é quem faz os queijos da família.”

Zé Mario

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“É referência para todos os produtores da Serra da Canastra pelo capricho e força que dá aos vizinhos. Aos 70 anos, é da quinta geração de queijeiros. Quem cuida de tudo ao seu lado é a esposa Valdete. É ela quem, de fato, coloca a mão na massa. Nos anos 1980, só vendia o queijo fresco. Zé Mario é do tempo que a cura era importante para transportá-lo em bolsas. E assim, dessa forma, fez seu queijo, ainda que quase ninguém comprasse. De uns 10 anos para cá, o queijo maturado voltou a fazer sucesso.”
Foto Borges Queijos Artesanais/Divulgação/JC