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conjuntura

- Publicada em 31 de Outubro de 2019 às 03:00

Maioria não tem preocupação com o futuro financeiro

Carreira única deixou de ser tendência, mas exige organização, diz Franco

Carreira única deixou de ser tendência, mas exige organização, diz Franco


/ZURICH BRASIL/DIVULGAÇÃO/JC
Grande parte dos brasileiros não está preocupada com as profundas mudanças sociais no mercado de trabalho, e muito menos com a segurança de ter uma renda para garantir o futuro. Essa é uma das constatações da pesquisa Agile Protection - Proteção social: do frágil ao ágil, produzida pela seguradora Zurich, em parceria com a Universidade de Oxford. O estudo apresenta as tendências de adaptações e estratégias de proteção de renda dos indivíduos e foi realizado junto a 1.145 trabalhadores brasileiros com idades entre 20 e 70 anos.
Grande parte dos brasileiros não está preocupada com as profundas mudanças sociais no mercado de trabalho, e muito menos com a segurança de ter uma renda para garantir o futuro. Essa é uma das constatações da pesquisa Agile Protection - Proteção social: do frágil ao ágil, produzida pela seguradora Zurich, em parceria com a Universidade de Oxford. O estudo apresenta as tendências de adaptações e estratégias de proteção de renda dos indivíduos e foi realizado junto a 1.145 trabalhadores brasileiros com idades entre 20 e 70 anos.
O levantamento também mostra que, mesmo diante das transformações no mercado de trabalho, que impactam diretamente na renda da população, é baixo o número de brasileiros que se preocupa com o futuro financeiro, principalmente entre os mais jovens. Só 23% da população de 20 a 29 anos e 30% dos que têm de 30 a 39 anos afirmaram que ter dinheiro para a aposentadoria é a maior preocupação.
De acordo com o levantamento, em todas as estratificações analisadas, considerando idade e gênero, não há uma percepção clara do poder disruptivo das tecnologias e suas consequências no tradicional modelo de trabalho.
Para o CEO da Zurich no Brasil, Edson Franco, o modelo tradicional de se ter um único emprego ou uma única carreira por toda a vida não é mais a única possibilidade de trajetória, mas, para isso, é necessário um planejamento profissional e financeiro. "As inovações criam novos modelos de trabalho e dão mais liberdade para as pessoas. Entretanto, à medida em que a flexibilidade dos trabalhadores aumenta, eles também tornam-se mais suscetíveis a perdas em relação à estabilidade de emprego e de renda. Nesse sentido, o estudo traz uma valiosa contribuição para refletirmos sobre o futuro dos empregos e a estabilidade financeira dos trabalhadores", complementa o executivo.
Outro indicador mapeado foi o total de brasileiros que conseguiram guardar dinheiro no ano anterior. Dos 1.145 participantes da pesquisa, só 47% dos entrevistados de 55 anos ou mais e 41% dos jovens de 20 a 29 anos afirmaram ter conseguido constituir uma reserva financeira em 2018. O grupo de brasileiros de 40 a 54 anos poupou menos - somente 36% guardou dinheiro em 2018. "Há um sentimento geral de necessidade de um planejamento financeiro de longo prazo para se ter um complemento de renda no futuro. Mas, no curto prazo, as despesas domésticas mensais ainda comprometem grande parte da renda dos brasileiros, principalmente aqueles com salário inferior a R$ 5 mil", diz o executivo.
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Hábito de economizar dinheiro e se planejar é pouco frequente

Planejamento financeiro não é costume no País

Planejamento financeiro não é costume no País


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
Com o desemprego ainda elevado e o poder de compra comprometido, o brasileiro não está conseguindo guardar dinheiro, seja para realizar um sonho de consumo, preparar-se para a aposentadoria ou simplesmente para lidar com imprevistos. De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em 12 capitais brasileiras, incluindo Porto Alegre, 67% dos consumidores brasileiros não conseguiram guardar nenhuma parte de seus rendimentos no mês de agosto - o percentual é ainda maior considerando as pessoas das classes C, D e E (71%).
Já entre as pessoas de renda mais alta (classes A e B), o percentual de não poupadores é de 54%, um dado expressivo e que revela que o hábito de poupança não é frequente mesmo entre pessoas que recebem um salário maior. "A crise econômica tem seu papel no resultado da baixa poupança. Com desemprego presente em muitos lares, o orçamento familiar tornou-se mais apertado e, em alguns casos, insuficiente até para honrar compromissos já assumidos. No entanto, não se pode ignorar que muitos consumidores não dão a devida importância para a formação de uma reserva financeira. O consumidor deve ter em mente que um orçamento controlado pode fazer toda a diferença. O ideal não é poupar somente o que sobra no fim do mês, mas sempre reservar uma quantia fixa, encarando o valor destinado para a reserva como mais um compromisso mensal", afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O levantamento mostra, ainda, que 66% dos poupadores colocam dinheiro na velha caderneta de poupança, principalmente pela facilidade de resgate. Somente 16% dos que poupam guardam pensando na aposentadoria e 42% tiveram de resgatar ao menos parte do dinheiro poupado.
Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), a realidade atual é bem diferente daquela que vivíamos no cenário de juros altos e se o País obtiver sucesso nas reformas estruturais necessárias, há grandes chances de viver um ciclo virtuoso de crescimento com taxa de juros baixa.
Para buscar remuneração melhor para o capital acumulado, o investidor terá de buscar as aplicações de maior risco. Isso acontecerá na Previdência e em outras modalidades de investimento e acumulação. "A previdência privada é um veículo extraordinário para formar reservas de longo prazo e está intimamente ligada a essa realidade. O brasileiro está pouco habituado a fazer planejamento financeiro. Isso tem que mudar, e a educação financeira é o primeiro passo para que isso ocorra. Em diversos países, o planejamento financeiro é ensinado às crianças na escola. Temos que avançar nesta direção. Precisamos aprender a poupar e fazer bom uso do dinheiro para construirmos uma sociedade mais justa e próspera", destaca o presidente da FenaPrevi, Jorge Nasser.