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Seguros & Previdência

- Publicada em 30 de Outubro de 2018 às 23:00

'Hoje, existe lucidez maior' sobre seguro de vida

César Luiz Saut avalia que o mercado de pessoas é extremamente promissor para o setor

César Luiz Saut avalia que o mercado de pessoas é extremamente promissor para o setor


/MARCO QUINTANA/JC
Os levantamentos feitos pelas entidades do setor segurado no Brasil apontam para um forte crescimento dos seguros de vida. O resguardo ao bem maior de qualquer pessoa passou a ser valorizado, sobretudo pelos mais novos, muitas vezes alimentados pelo sentimento de infinitude, mas tão propensos quanto os mais velhos a sofrerem algum tipo de problema e, a partir disso, a necessitarem de cobertura através desse produto. Em entrevista ao Jornal do Comércio, o vice-presidente corporativo da Icatu Seguros, César Luiz Saut, identificou uma lucidez maior dessa faixa etária com a proteção à vida e mostrou preocupação com a questão da reforma da Previdência e a relação entre ela e o envelhecimento da população.
Os levantamentos feitos pelas entidades do setor segurado no Brasil apontam para um forte crescimento dos seguros de vida. O resguardo ao bem maior de qualquer pessoa passou a ser valorizado, sobretudo pelos mais novos, muitas vezes alimentados pelo sentimento de infinitude, mas tão propensos quanto os mais velhos a sofrerem algum tipo de problema e, a partir disso, a necessitarem de cobertura através desse produto. Em entrevista ao Jornal do Comércio, o vice-presidente corporativo da Icatu Seguros, César Luiz Saut, identificou uma lucidez maior dessa faixa etária com a proteção à vida e mostrou preocupação com a questão da reforma da Previdência e a relação entre ela e o envelhecimento da população.
Jornal do Comércio - Como o senhor analisa o mercado segurador de vida e de Previdência neste ano?
César Luiz Saut - O mercado de pessoas é extremamente promissor. Ainda não está enraizada na cultura do brasileiro a prevenção dos riscos sociais de morte prematura, invalidez e de sobrevivência a partir da expectativa de vida. Quando você vive muito, passa a perder força de trabalho e viver sem renda passa a ser um risco social, pois precisará das reservas feitas ao longo dos anos, do Estado ou da família. Menos de 10% da população brasileira tem um seguro de vida, ou seja, estamos com potencial disponível muito grande. Independentemente da questão financeira, esse é um setor com crescimento de dois dígitos, enquanto poucos segmentos no País conseguem crescer nessa proporção. Minha visão é extremamente otimista, e com melhoria na distribuição de renda, há margem para um crescimento ainda maior. Hoje, existe uma lucidez maior, em virtude da transição demográfica e pelos familiares olharem para os mais velhos enfrentarem dificuldades, ou pela morte precoce do mantenedor da família. Isso cria uma cultura nas pessoas. Só vejo com otimismo ambos os mercados.
JC - O senhor percebe um maior interesse das pessoas por previdência complementar? Por quê?
Saut - Houve uma procura imensa. Se formos avaliar os últimos 15 anos, o volume de reservas multiplicou por 15 vezes - saiu de R$ 50 bilhões para R$ 719 bilhões no ano passado. Isso aconteceu porque é óbvio que a reforma da Previdência vai acontecer. O déficit da Previdência Social foi de R$ 268 bilhões em 2017, ou 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A expectativa de vida do brasileiro hoje, ao nascer, é entre 73 a 79 anos. No começo do século passado, essa idade era estimada em 33 anos. Depois, no meio do século passado, chegou a 55 anos, ou seja, ou você se aposentava e logo morreria ou sequer teria direito ao benefício. O ônus para o estado era muito pequeno. Hoje, todos vão se aposentar e viver um bom tempo recebendo. Além disso, a taxa de natalidade caiu, e isso vai se refletir no mercado de trabalho, pois serão menos contribuintes e mais beneficiários. Sem dúvida, vai reduzir o valor do benefício. No ano 2000, tínhamos 11,5 contribuintes para um aposentado. Em 2060, teremos essa proporção em dois para um. Como é um regime de repartição, cujo valor depositado é usado para o pagamento dos benefícios, como seria possível manter esse modelo? É disso que se trata a discussão sobre o tema.
JC - De que maneira o senhor observa a tecnologia no setor, tanto em relação aos processos quanto às insurtechs?
Saut - A tecnologia é fator determinante não para desenvolver o mercado pela venda, mas pela questão de custos das empresas. Ela não deve ser usada - no caso de uma seguradora de vida, por exemplo - para substituir o indivíduo, ou seja, deixar de ter um funcionário e trocá-lo por um robô. Eles (os robôs) devem ajudar o colaborador a ter o máximo de eficiência e qualidade para quando precisar fazer um atendimento, consiga prestar o melhor serviço possível ao menor custo possível. De uma maneira geral, a tecnologia é forte aliada do desenvolvimento do mercado segurador. Tudo o que surge é muito positivo. Há uma geração que nasceu acostumada ao conforto, que não quer se deslocar atrás de algo, pois tem capacidade técnica para pesquisar através de aparelhos como o smartphone, pois é moderno, prático e ágil. Isso libera ela para viver mais, pois economiza o tempo de ir até um determinado local e buscar informação ou tirar dúvidas. A modernização traz eficiência, menor preço, melhoria na qualidade de serviço, aumento da assertividade, enfim, é um investimento devido para qualquer grupo segurador.
JC - A Icatu criou a Plataforma do Conhecimento, uma central de informações on-line focada na educação financeira. Como o senhor avalia o resultado dessa ferramenta?
Saut - A Plataforma tem tido um resultado muito bom. Estamos tratando de desenvolvimento de cultura e lucidez. É um programa fantástico, e direcionamos esforços e recursos para obtermos vitórias e felicidades, algumas delas já conquistadas. Sabemos que esses resultados virão em um médio a longo prazo e trabalharemos para isso.
JC - O público mais jovem não vê com a mesma relevância os temas de seguros e previdência comparado aos mais maduros. O que fazer para atraí-los?
Saut - Nunca os mais jovens foram mais atraídos para seguros e Previdência. De uma maneira geral, a nossa vida tem algumas fases: a infância, caracterizada pela dependência; a juventude, com a sensação de infinitude, pois a pessoa viveu muito pouco ainda - e, muitas vezes, é nessa época que cometemos imprudências que podem custar caro; o "meio da vida", com a chegada da maturidade, quando se sabe que já viveu o bastante para saber que é finito e tem mais alguns anos pela frente; e a senioridade, quando já queremos estar protegidos devido à queda na nossa capacidade de trabalho. Quanto mais ficamos velhos, temos noção de resguardar nossos descendentes, como os filhos, algo que na juventude nem sempre é uma realidade. Neste momento, com um maior acesso à informação, vemos pessoas com menos idade buscando seguros de vida e previdência. Os jovens não estão isentos de uma morte prematura - ainda que em menor probabilidade - e correm um risco ainda maior, pois a ordem natural é os pais falecerem antes. E se ele for acometido de uma invalidez, quem irá o ajudar? Como manter o padrão de vida? Eu percebo que desde o momento em que a inflação deixou de ser uma vilã por corroer o poder econômico das pessoas, o seguro de vida teve uma penetração maior. A cada ano, eu vejo a idade média do segurado reduzir um pouquinho, revertendo uma tendência de ser um pouquinho maior a cada período. Chegará um determinado momento no qual o jovem começará seu plano de previdência ainda na faculdade, por uma razão óbvia: quanto mais tempo ele poupar, menor o depósito e menos doloroso será esse esforço de economizar para o futuro.
JC - O que é o Programa "Satisfação 100%", desenvolvido pela empresa?
Saut - É um programa que ajuda a avaliar todo o ciclo de vida do cliente dentro da empresa. Queremos que a nossa central de atendimento tenha uma humanização maior na relação com o cliente e não apenas uma resposta pré-pronta. Muitas vezes, quem liga para nós acabou de sofrer com uma perda e quer saber mais informações sobre o benefício. Do outro lado da linha, nós precisamos ter um profissional capaz de compreender o sentimento dessa pessoa e ajudá-la da melhor forma possível. A experiência de contato com a Icatu tem que ser adequada, com o tratamento correto e a sua demanda atendida.
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