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Aposentadoria

- Publicada em 26 de Setembro de 2021 às 17:55

Previdência privada evolui na oferta de soluções em investimentos

Mauro Guadagnoli relata a importância do volume de recursos que o setor movimenta no País

Mauro Guadagnoli relata a importância do volume de recursos que o setor movimenta no País


FENAPREVI/DIVULGAÇÃO/JC
Os planos de previdência privada não estão limitados ao objetivo de complementar os ganhos da previdência tradicional, como se costuma pensar. Há alguns anos, deixaram de ser uma opção estática de rendimentos preso a uma taxação fixa. A busca por uma maior rentabilidade que não dependesse apenas da Selic promoveu a modernização na forma como as instituições financeiras vêm oferecendo o investimento.
Os planos de previdência privada não estão limitados ao objetivo de complementar os ganhos da previdência tradicional, como se costuma pensar. Há alguns anos, deixaram de ser uma opção estática de rendimentos preso a uma taxação fixa. A busca por uma maior rentabilidade que não dependesse apenas da Selic promoveu a modernização na forma como as instituições financeiras vêm oferecendo o investimento.
Os números do setor demonstram os resultados desses movimentos. Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), em seu levantamento mais recente, de janeiro a julho o mercado de previdência privada aberta cresceu 16,1%, totalizando uma captação líquida de R$ 21,3 bilhões. O valor de arrecadação bruta, em torno de R$,78,5 bilhões, considera o total de resgates para o mesmo período no valor de R$ 57,1 bilhões. Essa movimentação representa uma recuperação de 21% para o setor em relação ao ano passado.
"O mercado está evoluindo muito na direção de promover soluções que melhorem os seus produtos. Há alguns anos tínhamos a taxa reguladora na faixa dos dois dígitos, não havia incentivo para diversificar investimentos, muito diferente no cenário que temos hoje", afirma Mauro Guadagnoli membro da Comissão de Produtos por Sobrevivência da Fenaprevi.
A evolução da oferta e as múltiplas maneiras de investir vêm na esteira de um crescimento que Guadagnoli considera acontecer de forma acelerada nos últimos dez anos. Movimento que foi acentuado em 2019 com a última reforma da previdência chamando a atenção da população para o assunto. Salvo os abalos sofridos por todos os segmentos, principalmente em 2020 por conta da pandemia, o especialista diz que os números demonstram a importância do setor.
"Se a gente pegar todo o volume de recursos alocados em previdência aberta, principalmente, PGBL e VGBL, estamos falando de ativos que ultrapassam a marca de R$ 1 trilhão", destaca. Por esse motivo, Guadagnoli considera que o montante de recursos administrados pelo segmento é um grande fomentador do crescimento de todo o País, já que o dinheiro captado na venda dos planos retorna ao mercado financeiro na forma de investimento.
Ainda segundo os dados da Fenaprevi, no primeiro semestre deste ano os planos VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) representam 92,3% da preferência dos investidores, seguidos pelo PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) com 6,9% e 0,8% em outras modalidades.
Ambos proporcionam aos investidores uma renda mensal ou o resgate em pagamento único após o prazo contratado. A principal diferença entre eles é que o VGBL é classificado como "seguro de pessoa" e terá a incidência do imposto apenas sobre os rendimentos do valor alocado, enquanto que o PGBL é classificado como previdência complementar e terá a tributação sobre o valor total a ser resgatado ou recebido como forma de renda. Outro ponto importante será a possibilidade de dedução no imposto de renda anual, dos valores aportados, com especificidades para o tipo de declaração feita pelo contribuinte em cada uma das modalidades, de acordo com regras da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
O crescimento da previdência privada não é um sinal de substituição ou enfraquecimento do modelo público de previdência, segundo opina Guadagnoli. Ele destaca o caráter complementar dos modelos oferecidos pelas instituições financeiras, ainda que tenham alta capacidade de rentabilidade e estejam em ritmo de modernização constante.

Os benefícios do modelo de investimento a longo prazo

"Basicamente os planos de previdência são voltados à aposentadoria. É uma forma da pessoa acumular um recurso e, no futuro, transformar em renda. Temos muitos clientes, em torno de 30 e 40 anos de idade, voltados para este fim", relata Eduardo Massin, especialista em previdência complementar da Messem Investimentos.
No entanto, o especialista destaca que esse investimento se tornou algo muito maior do que sua função primária. Começando pela vantagem de pagar menos impostos ao longo do tempo estimado para a contribuição. Os planos previdenciários não têm "come cotas", que é um imposto cobrado todo o ano, em maio e em novembro, nos investimentos convencionais.
Também não há taxação caso o investidor queira trocar de um fundo de investimento regido pela Selic para um fundo regido pela inflação, por exemplo. É uma situação inversa do investidor de outras modalidades, que terá que resgatar o valor do fundo ativo, pagar o imposto e reaplicar os recursos. De forma geral, a tributação sobre o montante ou sobre os rendimentos também é menor quando se trata de planos de previdência.
"Outro ponto importante é que a previdência é uma excelente ferramenta sucessória. No caso da morte da pessoa que investe, o dinheiro alocado não tem cobrança do imposto de transmissão de bens e não precisa ser inventariado", ressalta Messin. Neste caso, pessoas que possuem grandes patrimônios podem deixar parte dos seus recursos investidos nos fundos de previdência de modo a garantir as despesas do seus descendentes, até mesmo para custear o percentual do inventário que pode chegar de 15% a 20% dos valores estimados em herança.
"Quando a pessoa procura o nosso escritório interessada em aderir a um plano de previdência, é feita toda uma análise para identificar o perfil do investidor, o momento que ela está em sua vida e seus objetivos", assegura Messin. Considerando a gama de possibilidade entre fundos mais estáveis com rendimentos menores a fundos com maiores riscos, as condições de aporte, a duração do plano e metas a serem atingidas são cruciais para a construção da estratégia a ser utilizada.
 

Capilaridade de rede é diferencial para captar clientes

Sandro Bonfim, da Brasilprev, destaca as inovações criadas pela instituição

Sandro Bonfim, da Brasilprev, destaca as inovações criadas pela instituição


BRASILPREV/DIVULGAÇÃO/JC
No caso do produto Brasilprev Fácil, da seguradora que tem como acionista o Banco do Brasil, são 650 mil clientes com R$ 39 bilhões em ativos. Para o superintendente de Produtos, Sandro Bonfim, ao longo dos anos a busca por novas soluções em produtos e a capilaridade da rede de clientes do banco público foram determinantes para a instituição ser a líder de mercado.
“Dentro da rede do Banco do Brasil, criamos um modelo sistêmico que captura o perfil do cliente em busca de uma venda consultiva e com vistas a um produto pré-definido”, destaca Bonfim. A modalidade que leva o nome de Brasilprev Fácil e que sonda os clientes através de um questionário, busca ofertar o melhor pacote de previdência conforme o tipo de investidor de forma rápida.
“Nos meses entre abril e junho, fizemos uma campanha que comercializou mais de 90 mil planos e registrou R$ 3,4 bilhões em arrecadação”, comenta o superintendente. Durante a pandemia, a Brasilprev lançou 33 novos fundos para os planos de previdência. Abrangendo, dessa forma, investimentos mais conservadores ao mais arrojados e propiciando maior possibilidades para as pessoas que desejam fatiar os recursos alocados em mais de uma frente.
Investidores mais arriscados, que não querem perder dinheiro próximo ao prazo final do resgate, podem contar com uma modalidade que aloca os recursos em fundos mais estáveis nos anos finais do contrato. “A modalidade Ciclo de Vida garante que não haja perda de dinheiro quando já não há mais tempo de recuperação”, explica.
O segmento já mostrava um crescimento robusto há bastante tempo, mas antes as pessoas não tinham uma educação financeira tão consolidada. Hoje, segundo o executivo, a Brasilprev conta com 2,6 milhões de clientes pessoa física e 54,9 mil clientes pessoa jurídica.

Instituições diversificam as opções de rentabilidade

Rossetti, da Bradesco Vida e Previdência, lembra as várias opções oferecidas

Rossetti, da Bradesco Vida e Previdência, lembra as várias opções oferecidas


Bradesco vida e previdência/Divulgação/JC
O movimento de identificar novas formas de rentabilidade se estabeleceu de forma mais acentuada nos últimos três anos. "Aqueles planos de previdência que a pessoa contratava e só voltava a olhar na hora de resgatar não existem mais", assegura Marcelo Rossetti, superintendente executivo na Bradesco Vida e Previdência. As mudanças de mercado, a flexibilização da legislação e a adesão de uma vasta opções de fundos denotam as atualizações constantes por parte das instituições e seus clientes.
"O grande desafio, nosso e do mercado, é informar aos investidores o quanto a previdência privada se tornou uma ótima opção, em razão da variedade dos fundos e das demais vantagens tributárias", afirma Rossetti.
Para aproveitar o retorno dos investimentos em maior velocidade em mercados mais estáveis, a instituição lançou dois novos fundos: Bradesco Bolsa Americana Multimercado, com foco na alocação em ativos internacionais, e o Bradesco Diversificação Global Multimercado, voltado à renda fixa e variável. Juntos, esses dois novos fundos mais o Bradesco Princípios ESG Equities superam R$ 1 bilhão em captação.
Outro segmento em que as contribuições voltaram ao patamar anterior à pandemia são os planos de previdência empresarial. Considerado um bom benefício ao colaborar, os planos empresariais costumam receber um aporte do funcionário e uma contrapartida da empresa. "Vimos que a reserva constituída através das empresas foi um ótimo colchão de liquidez para os funcionários diante das necessidades inesperadas na pandemia", relata o superintendente.
 

Saiba mais sobre PGBL e VGBL

PGBL
No PGBL, o Imposto de Renda é cobrado sobre o valor total acumulado no período. Isto porque esse plano permite deduções ao longo da fase de acumulação.
Para isso, o valor poupado não pode superar 12% da renda bruta tributável. Além disso, para ter o benefício, é preciso o participante faça a declaração do IR pelo modelo completo.
Com isso, no momento do resgate, 15% do montante total fica retido na fonte e pode sofrer ajuste na declaração do IR. Ou seja, o valor descontado pode ser ou não restituído, dependendo de outros rendimentos tributáveis. Ideal para quem declara o formulário completo do IR e é descontado na fonte.
VGBL
Pelo sistema do VGBL, o imposto é cobrado apenas sobre os rendimentos. Contudo, a alíquota dependerá do tempo em que se investiu. Se o saque ocorrer em até dois anos, será 35%.
Mas vai caindo até chegar a 10% do rendimento para aplicações acima de 10 anos. Em ambos, o IR é descontado na fonte, no momento da retirada dos recursos.
Ideal para quem declara o formulário simples do IR e não é descontado na fonte, como os autônomos.
fonte: MAG Seguros