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reportagem cultural

- Publicada em 28 de Outubro de 2021 às 20:15

Juarez Fonseca passa a limpo cinco décadas de música em quatro novos livros

Jornalista recupera atividade profissional em 'Aquarela brasileira (1)', que reúne 29 entrevistas com principais nomes da MPB

Jornalista recupera atividade profissional em 'Aquarela brasileira (1)', que reúne 29 entrevistas com principais nomes da MPB


ANDRESSA PUFAL/JC
Um grande nome da MPB chega a Porto Alegre para o show de lançamento do seu novo disco. É a primeira temporada de espetáculos que este músico realiza depois de um longo período vivendo no exterior.
Um grande nome da MPB chega a Porto Alegre para o show de lançamento do seu novo disco. É a primeira temporada de espetáculos que este músico realiza depois de um longo período vivendo no exterior.
Na véspera, ele recebe o repórter para uma entrevista, uma conversa protocolar, em cima da apresentação e do repertório, mas que dá ao repórter a intimidade para propor uma entrevista maior, mais aprofundada. O artista aceita e fica combinado que após o show o repórter o pegará no camarim.
Conforme o acertado, mais tarde, os dois partem rumo ao apartamento do jornalista, com a mulher deste dirigindo um Fusca amarelo e mais outro amigo no banco traseiro. Chegam lá e, num clima de total descontração e confiança, o músico pede para preparar seu chá, comer seus biscoitos macrobióticos e poder - de forma relaxada - encarar a conversa que será gravada e que se estenderá pela madrugada.
A situação tão improvável quanto impensável nos dias de hoje - quando um músico de expressão nacional chegaria a um lugar sem ter um staff já mobilizado para viabilizar todos seus desejos artísticos, culturais e gastronômicos? - envolve o compositor baiano Gilberto Gil, hoje com 79 anos, e o jornalista gaúcho Juarez Fonseca, 75 anos recém-completados.
A conversa ocorreu em 1972, logo que Gil voltara de Londres e começara a viajar pelo Brasil. E esta - e tantas outras histórias - estarão à disposição do leitor em Aquarela brasileira - Entrevistas de Juarez Fonseca Volume 1, anos 1970, o primeiro de quatro livros que reúnem as entrevistas realizadas pelo autor nas décadas de 1970 (1), 1980 (2), 1990 (3) e anos 2000 (4). O lançamento oficial será na próxima sexta-feira (5), a partir das 19h, na Livraria Bamboletras (Lima e Silva, 776). Haverá ainda sessão de autógrafos na 67ª Feira do Livro de Porto Alegre, que começa nesta sexta-feira (29), no dia 11 de novembro.

Conversa com Gilberto Gil ocorreu em 1972, logo que ele voltou de Londres, e abre a obra

Conversa com Gilberto Gil ocorreu em 1972, logo que ele voltou de Londres, e abre a obra


ANDRESSA PUFAL/JC
O projeto tardou, mas não falhou. Era para ter sido lançado há quatro anos como forma de marcar as cinco décadas de militância jornalística de Juarez.
Demoras, complicações com leis de incentivo, desinteresse e/ou desencontros com editoras fizeram que só agora o projeto começasse a andar. E pelo jeito andará bem, já que pelos próximos anos Juarez terá bastante trabalho para dar visibilidade ao extenso material que resume boa parte de sua carreira.
O nome mudou (no original o título era Música para ler), a proposta se alterou (Juarez abandonou a ideia de fazer um único livro de 800 páginas preferindo ficar com várias versões divididas por décadas) e também foram deixados de lado os perfis e as resenhas (restando apenas as entrevistas em pergunta e resposta). "Selecionei as que me pareceram significativas e com atrativos para além do tempo em que foram feitas", explica o autor, que ainda colocou nas aberturas comentários atuais situando as condições em que as conversas se realizaram.
"Criei também um 'expediente' para não ficar amarrado às décadas e à MPB. Gosto das entrevistas que fiz com o Glauber, Grande Otelo, Tarso de Castro, Millôr e Caio Fernando Abreu. Assim, optei por colocar duas entrevistas-bônus ao final de cada volume. Neste primeiro serão as que fiz com Tom Jobim e Chico Buarque, juntos, em 1986, e a com Kleiton & Kledir, em 1999", completa.
Década pouco compreendida e estudada da MPB - espremida entre os imbatíveis anos 1960 e os superdimensionados anos 1980 - os anos 1970 ganham com esse volume um retrato quase perfeito de uma década marcada pela ditadura, censura, perseguições, mas também pela anistia, pela volta dos exilados e pela abertura política. Enfim, pela esperança.

Extensa trajetória de crítico musical

Jornalista cultural Juarez Fonseca com músico Renato Borghetti em Paris

Jornalista cultural Juarez Fonseca com músico Renato Borghetti em Paris


Ayrton dos Anjos/Divulgação/JC
Com quase toda sua trajetória vinculada à Zero Hora - a exceção foi um curto período em que trabalhou na Folha da Tarde - Juarez Fonseca foi um caso raro de jornalista dessa geração que nunca se aventurou em redações do Rio e de São Paulo. Depois de um rápido início pela Caldas Jr., ele chegou a Zero Hora no começo dos anos 1970, permanecendo por lá por quase toda a sua vida profissional e construindo uma sólida carreira no jornalismo gaúcho.
Só em ZH - onde, em diversos períodos, trabalhou por mais de 40 anos - Juarez desempenhou funções de repórter a secretário de redação. Mas foi como crítico musical que teve um papel fundamental, não apenas pelos textos que escreveu tratando sobre os principais nomes da MPB, mas também como incentivador de toda uma geração que se estabelecia no cenário da música urbana de Porto Alegre.
Se as entrevistas agora publicadas em Aquarela brasileira (Diadorim, 306 páginas, R$ 69,00) refletem tão bem aqueles indizíveis anos 1970 muito se deve ao clima de total descontração e camaradagem que cercavam as relações entre jornalistas e músicos. O que mudou? "Tudo", responde Juarez. "Não há mais espaço para relações de amizade e intimidade entre repórter-fonte, tampouco há espaço físico nos jornais para que sejam publicadas longas entrevistas em que os artistas possam se desnudar".
E acrescenta: "Eram conversas francas em que os músicos falavam sobre política, drogas, relações familiares, desejos e sonhos". Exemplos não faltam: a de Martinho da Vila foi realizada na própria redação de Zero Hora, com o sambista se dispondo a se deslocar até o jornal e lá dedicar boa parte do tempo a conversar. A de Paulinho da Viola, também foi feita na redação e contou com a participação de Hamilton Chaves, Paulo Sant'Ana e Carlos Nobre.
Com os artistas locais, a proximidade - geográfica e pessoal - era maior. Juarez esteve diretamente ligado às carreiras de quase todos os cantores, compositores e instrumentistas surgidos a partir da década de 1970, uma lista que inclui Kleiton & Kledir, Almôndegas, Renato Borghetti, Nelson Coelho de Castro, Bebeto Alves, Yamandú Costa e tantos outros.
A gratidão pode ser avaliada pelos depoimentos para esta reportagem e que estão publicados na página ao lado. "Ouço de tudo, como sempre. Aos sábados ou domingos, quando estou cozinhando para convidados, quase sempre jazz e clássicos da MPB. Na praia, também. Gosto ainda das playlists feitas pelo Roni Barboza (amigo de Juarez e marido da Angela Flach), que tem um bom gosto à toda prova", explica. "E ouço os discos que vou recebendo, físicos ou álbuns digitais, coisas bem variadas. A produção recente da música brasileira é boa - e tem muita coisa ruim, mas isso descarto ou nem chega a mim. O problema, se é que isso seja um problema, é a quantidade. Ninguém consegue ouvir nem a metade do que é lançado. E praticamente não ouço singles, cujas solicitações também não param de chegar."
No último ano, a música brasileira perdeu três grandes figuras: João Carlos Botezelli, o Pelão, Zuza Homem de Mello e José Ramos Tinhorão. Com os dois primeiros, Juarez tinha proximidade: "Cada um a seu modo deixou sua marca. Qualquer um que for pesquisar a história da música não pode ignorá-los. Eles foram fundamentais nas pesquisas, nos livros publicados, nos discos produzidos e nos artistas que eles ajudaram a revelar".
Além da intensa atividade jornalística, Juarez não escreveu apenas para jornais e revistas, sendo também responsável por textos para shows, catálogos, prefácios de livros e encartes de discos. Em livro, foi autor de Ora, bolas, coletâneas de causos, frases e anedotas do poeta Mario Quintana - "um livro que até hoje me dá muita alegria e que é constantemente citado e reeditado" -, e Gildo de Freitas, perfil biográfico do cantor gaúcho.

Um homem de métodos

Registro de família - Juarez Fonseca com a filha Lis e a esposa Sônia

Registro de família - Juarez Fonseca com a filha Lis e a esposa Sônia


/Arquivo pessoal Juarez Fonseca/Divulgação/JC
Convivo com Juarez Fonseca há mais de 30 anos. Durante um pequeno período, pouco mais de dois anos, trabalhamos diretamente. Ele editor e eu repórter. Deste período nossas conversas eram quase sempre sobre música, trabalho ou amenidades. Desde então, nunca perdemos contato.
Em tempos pré-pandêmicos, pelo menos uma vez por semana almoçávamos juntos numa mesa com pelo menos outros dez amigos em comum. Além disso, nossas famílias se estimam e são frequentes os encontros. Ele também é o autor do prefácio do meu primeiro livro. Por tudo isso, sei que Juarez é uma pessoa metódica. Vive com a mesma mulher, a psicóloga Sônia Azambuja Fonseca, há mais de 50 anos. Mora na mesma casa no Cristal há 40. Tem uma única filha, Lis, de 45 anos, e também uma única neta, Nina, de 11.
Mesmo cercado de música e de músicos, não toca nenhum instrumento, porém, é íntimo dos aparelhos de som, dos rádios, dos LPs, CDs e até da música feita e compartilhada nas modernas plataformas.
Nasceu em Canguçu, morou com os pais em Guaíba e, desde março de 1964 - mês do golpe e da mudança de Elis para o Rio de Janeiro - vive em Porto Alegre, onde, já admitiu, só pretende sair se for para morrer em Canguçu. Vida longa ao Juarez!
 

Um trecho do livro

Juarez Fonseca com a cantora Elis Regina e Lilian Ben David

Juarez Fonseca com a cantora Elis Regina e Lilian Ben David


Luiz Eduardo Robinson Achutti/Divulgação/JC
'Eu tô legal'
(entrevista com Elis Regina em 1974)
Acompanhei todo o início da carreira de Elis como ouvinte de rádio em Porto Alegre, espectador dos musicais da TV Record e fã desde o programa Clube do Guri, quando ambos éramos crianças - e ela já tinha a chama que a tornaria a maior cantora. Lembrei disso em agosto de 1974, quando fizemos esta primeira entrevista. Elis falou dela, da música, do mundo. Estava de bom humor, ria, perguntava, ouvia. Objetiva, via as coisas através de uma perspectiva sábia e realista. Estava vivendo o seu momento presente: "Me perpetuar? Não tô a fim", disse. Mas esse humor podia mudar, como vemos na entrevista seguinte, ao fim desta, feita cinco anos depois.
Juarez Fonseca - Eu gostaria que você falasse a respeito de uma coisa chamada disponibilidade. Recentemente, entrevistando Gilberto Gil, perguntei se ele não achava demasiadas as solicitações, já que propunha uma abertura para as pessoas se aproximarem. Ele falou que sentia necessidade de esgotar o discurso sobre sua percepção de mundo. E você, agora, me parece muito receptiva, falando bastante. Estou certo, as pessoas estão te procurando mais?
Elis Regina - Realmente, estão me procurando mais, na medida em que me dispus a recebê-las mais. Parece que elas sacam de princípio a disponibilidade em que você se põe, e se aproximam. Porque quando você carrega dentro de você uma agressividade muito grande, e sei disso porque também sou assim, como todas as pessoas... Quer dizer, quando encontro uma pessoa agressiva, minha tendência normal, o meu instinto primeiro, é me afastar. Eu mudei e as pessoas estão me dando força.
Sou meio mutante mesmo, mas antes me sentia um pouco perdida, aquilo que estava fazendo não combinava muito com o tipo de música que eu queria cantar. Aquele negócio de você ver o capim crescer na sua casa, sem tomar nenhuma providência. Um dia você se dá conta e o capim já virou mato e aí você sente que está emaranhada nele. Então tem que cortar o mato. É difícil, mas é bom porque você se deu conta, entende? Agora eu tô legal, no chamado tudo bem, operação tudo bem...

Bate-bola com o jornalista

Crítico musical declara admiração por Gil, com quem esteve no festival Acorde Brasileiro em 2013

Crítico musical declara admiração por Gil, com quem esteve no festival Acorde Brasileiro em 2013


JOÃO ALVES/Divulgação/JC
A melhor entrevista (não necessariamente integrante do livro): "Foram duas: a com Chico e Tom, pelo significado, pela grandeza, quando pude reunir os dois para uma conversa no Laje de Pedra, e a que fiz com Glauber Rocha, no apartamento dele, no Leme, pelo impacto e pela maneira que ele parecia dirigir tudo naquela sala vazia, com almofadas e livros, e uma lata de filme usada como cinzeiro cheia de baganas de baseados e sementes de maconha".
A pior entrevista: "Duas também, curiosamente com as figuras que mais entrevistei na vida: Gilberto Gil e Elis Regina. A do Gil parecia ininteligível, com ele perdido em divagações filosóficas. Foi na virada dos anos 1970 para os 1980. Nada se aproveitava. A da Elis foi a última que fiz, poucos meses antes de sua morte. Ela parecia vomitar toda sua angústia e até falou que pensava em parar de cantar".
Melhor show: "São muitos. Impossível escolher um".
Pior show: "Também são muitos".
Quem gostaria de ter entrevistado: "Vinicius de Moraes e João Gilberto".
E dos que seriam possíveis de entrevistar: "Guinga, a quem admiro muito e que não vejo receber o reconhecimento devido. E também gostaria de voltar a falar com Chico Buarque".
Qual o músico que mais admira: "Gilberto Gil. Por toda a trajetória artística impecável e também por ser uma pessoa sem atritos, sem discussões. Uma figura única. Um sábio. Chico e Caetano são geniais, mas não são sábios. Gil é".

Eles falam sobre Juarez Fonseca


/ARTE/JC
“Jornalista, profundo conhecedor de música, sempre apoiando novos artistas. Extremamente habilidoso na arte da crítica musical, uma referência no País. Nos conhecemos há 42 anos e hoje nossa relação se confunde entre o amigo e irmão. E eu tenho muito orgulho disso.” (Ângela Moreira Flach, produtora cultural)
"Conheci o Juarez no início dos anos 1970. Fui até a redação de ZH com um calhamaço de desenhos e ele me recebeu. Foi um encontro empático. Eu era um menino de 20 anos, ele era um menino de quase 30. Nos tornamos amigos, com o tempo. Sempre vi o Juarez, também, como um dos artífices dessa revolução musical que teve início no meio daquela década. Muitos perrengues depois continuamos nos gostando, nos admirando, sendo amigos. O Juarez é o fundamento jornalístico desse movimento que atravessou décadas, até aqui. Afinal, são 50 anos, né?" (Bebeto Alves, músico)
"Juarez é uma enciclopédia da música popular gaúcha. Desde os anos 1970, com sua curiosidade de jornalista somada a uma paixão sem-fim pela nossa cultura, acompanha tudo o que vem sendo lançado, seja música campeira ou pop-rock urbano. Juarez acabou se transformando em um amigo, desses que dá prazer de fechar um mate e ficar jogando conversa fora." (Kledir Ramil, músico)
"O Juarez é um dos jornalistas que mais admiro e respeito. A maioria dos seus colegas não abraçam causas. Percebi quando vim morar no Rio que as notícias sobre música nos jornais giravam 99% em torno de artistas consagrados ou aqueles que eram badalados na mídia. Muito acomodados, só 'choviam no molhado', abrindo pouco espaço para os artistas que precisavam de apoio. Fiquei impressionado e feliz, no início de minha carreira, quando o Juarez abraçou o movimento insurgente da cultura do Sul como se fosse algo pessoal. Corajoso e visionário! Tudo o que aconteceu depois não teria acontecido sem a sua atitude oficial, pois sempre dedicava páginas e mais páginas, com textos generosos e informativos, oferecia capas do Segundo Caderno para artistas que começavam. Prezo muito a amizade que temos hoje, e minha gratidão é eterna por tudo que fez e continua fazendo por nós e pela cultura." (Kleiton Ramil, músico)
"Em 1976, nos primeiros passos na música e no vacilo donde seguir, Juarez me diz: 'Faz um show. Uma temporada. Assim que se começa'. Segui o conselho, confiante com o carinho do empurrão. Dois anos depois, Juarez me convida para participar do disco Paralelo 30. Juarez foi decisivo. Amigo, pessoa, coração. Obrigado, Juarez." (Nelson Coelho de Castro, músico)
"Muitas coisas que aconteceram na minha carreira, eu devo ao meu primeiro disco lançado em 1984. A arte da capa foi feita pelo Juarez. De lá para cá, nossos caminhos sempre se cruzaram. Mesmo com a natural e respeitosa distância pela sua posição de crítico, nasceu uma amizade. Ele sabe muito da história e se mantém atualizado nos novos rumos da música, independente de estilo ou forma. Merece o respeito que tem por todos." (Renato Borghetti, músico)
"Desde a juventude que me relaciono com um virginiano superexigente. Seu nome? Juarez Fonseca. Uma amizade que já ultrapassou 50 anos é ouro." (Renato Rosa, marchand)
"Sabe quando a gente conhece quem admira? Foi assim quando conheci o Juarez. Quando fui estudar Jornalismo sempre quis trabalhar com cultura e ele sempre foi - e segue sendo - uma referência. Além disso, como artista, ter o olhar dele sobre o trabalho da gente, para mim, é sinal de relevância. Juarez consegue lançar um olhar universal sobre o regional e isso me encanta. Hoje tenho a alegria de chamá-lo de amigo." (Shana Müller, cantora e apresentadora)
"Eu conheço o Juarez desde quando eu tinha 15 anos. Ele sempre demonstrou uma preocupação e um grande cuidado comigo. É um cavalheiro, um homem sempre preocupado com a profundidade da informação." (Yamandú Costa, músico)

As entrevistas de 'Aquarela brasileira'

Adelino Moreira em entrevista com Juarez Fonseca

Adelino Moreira em entrevista com Juarez Fonseca


Floriano Bortoluzzi/Agência RBS /DIVULGAÇÃO/JC
  • Nara Leão
  • Elis Regina
  • Gilberto Gil
  • Linfolfo Gaya e Stelinha Egg
  • Raul Seixas
  • André Midani
  • Rita Lee
  • Tom Jobim e Chico Buarque
  • Caetano Veloso
  • Gilberto Gil
  • Edu Lobo
  • Hermínio Bello de Carvalho
  • Jorge Mautner
  • Fafá de Belém
  • Adelino Moreira
  • Hermeto Pascoal
  • Paixão Côrtes
  • Kleiton & Kledir
  • Zé Ramalho
  • João Bosco e Aldir Blanc
  • Bixo da Seda
  • Jards Macalé
  • Ney Matrogrosso
  • Martinho da Vila
  • Teixeirinha
  • Milton Nascimento
  • Gonzaguinha
  • Rogério Duprat
  • Belchior

Obras anteriormente publicadas pelo autor


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* Márcio Pinheiro é porto-alegrense e jornalista. Trabalhou em diversos veículos da Capital, de São Paulo e do Rio de Janeiro.