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reportagem cultural

- Publicada em 09 de Setembro de 2021 às 19:02

Preservação de acervos é desafio para instituições gaúchas

No Museu Joaquim Felizardo, acervo é acondicionado em arquivos deslizantes e caixas plásticas em estantes de metal

No Museu Joaquim Felizardo, acervo é acondicionado em arquivos deslizantes e caixas plásticas em estantes de metal


ANDRESSA PUFAL/JC
Manter parte da história e da cultura do Rio Grande do Sul preservados em condições adequadas e acessíveis à população é uma tarefa que requer investimento e responsabilidade. São milhares de filmes, livros, vídeos, discos, fotografias, recortes de revistas e jornais, obras de arte, entre outros produtos culturais realizados em solo gaúcho, dispostos em acervos guardados em dezenas de prédios sob responsabilidade do Estado e do município de Porto Alegre, que precisam de manutenção e recursos para digitalização.
Manter parte da história e da cultura do Rio Grande do Sul preservados em condições adequadas e acessíveis à população é uma tarefa que requer investimento e responsabilidade. São milhares de filmes, livros, vídeos, discos, fotografias, recortes de revistas e jornais, obras de arte, entre outros produtos culturais realizados em solo gaúcho, dispostos em acervos guardados em dezenas de prédios sob responsabilidade do Estado e do município de Porto Alegre, que precisam de manutenção e recursos para digitalização.
Com foco nisso, instituições ligadas à Secretaria de Cultura do Estado (Sedac) estão trabalhando na digitalização e disponibilização de seus acervos, seja por meio digital ou por catálogos físicos. O processo é uma oportunidade de recuperar e preservar a memória da produção cultural (também protegendo contra quaisquer acidentes, como incêndios e alagamentos) e garantir a disponibilidade do conteúdo para o público que não tem acesso presencial.
No Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), este trabalho é realizado diariamente. Atualmente, a instituição conta com catálogo digital das 5.497 obras e o acervo está todo digitalizado e disponível em site. Segundo o coordenador do Núcleo de Acervos e Pesquisa do Museu, Raul Holtz, "assim que entra uma nova obra, já é fotógrafada e disponibilizada para consulta" online. O Catálogo Geral do Acervo Artístico do Margs foi lançado ainda em 2013. O próximo passo será iniciar a digitalização do Acervo Documental, que reúne mais de 8 mil publicações bibliográficas, 5 mil pastas contendo documentos sobre a trajetória de 1050 artistas e a história de agentes do sistema, bem como a história da instituição desde a sua primeira exposição em 1955.
No mesmo caminho, o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (Macrs) teve catálogo lançado recentemente e em breve disponibilizará pela internet o acervo totalmente digitalizado.
Por sua vez, o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul montou um laboratório de digitalização de acervo que está em pleno funcionamento. E outros avançam neste sentido: na cidade de Taquara, o Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul) está com 10% da digitalização de documentos realizada e conta com projeto piloto para a reprodução digital do acervo tridimensional, enquanto na Capital as equipes do Museu da Comunicação Hipólito José da Costa (MuseCom), do Museu Julio de Castilhos e do Museu Antropológico do Rio Grande do Sul (Mars) estão desenvolvendo projetos de digitalização dos acervos e sua disponibilização pública no repositório de dados Tainacan e no sistema Atom.
Segundo a assessoria de imprensa da Sedac, há também um esforço em garantir a zeladoria e a segurança de todas as instituições que guardam estes materiais, através da melhoria dos espaços e do aperfeiçoamento da segurança contra todos os fatores de risco. Neste caso, há muitos prédios antigos, que tiveram as estruturas adaptadas ao longo do tempo para comportar equipamentos mais modernos, como splits e computadores (que, por sua vez, sobrecarregam redes elétricas). O processo de melhorias deve considerar os muitos riscos ao patrimônio, principalmente incêndios e alagamentos.
"O fogo é sempre um inimigo que pode causar grandes perdas. Nessa gestão, estamos trabalhando em ações de qualificação de todas as instituições ligadas à Sedac-RS, no intuito de diminuir o possível risco existente", informa a pasta. De acordo com a equipe técnica da Secretaria, estão previstas diversas ações, a exemplo da elaboração de Planos de Proteção Contra Incêndio (PPCIs) de instituições como o Marsul em Taquara e o Parque Histórico General Bento Gonçalves em Cristal. 
Inclusas dentro do projeto Avançar na Cultura, que foi lançado pelo Governo do Estado em agosto, estas iniciativas vêm ganhando corpo desde 2019, por meio de projetos culturais incentivados. Os atuais investimentos com foco em ações de melhorias, proteção e valorização da sede das instituições ligadas à Sedac, bem como de seus acervos, já somam R$ 76 milhões até o final de 2022, incluindo obras, fomento, editais e qualificações.
Também entra nesta lista a operação da terceira e última fase do PPCI da Casa de Cultura Mario Quintana em Porto Alegre, que teve a primeira e segunda fase executadas com apoio do Banrisul. Já os prédios do Museu Julio de Castilhos, do Memorial do Rio Grande do Sul e da Biblioteca Pública do Estado, entre outros, apesar de possuírem os planos de proteção contra incêndio aprovados, ainda dependem da captação de recursos para serem realizados. "Em março de 2021, o Margs recebeu o alvará do seu PPCI. Isso certifica que a edificação se encontra em condições de segurança em conformidade com a legislação e resoluções técnicas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, e as normas quanto à prevenção de incêndio", afirma a equipe técnica da Sedac. "Também serão feitas obras de qualificação física de estruturas de cobertura e instalações elétricas, entre muitas outras ações de qualificação nos museus da Capital e do Interior."

Prefeitura de POA quer aumentar acesso à tecnologia e garantir PPCIs

Cinemateca Capitólio conta com climatização específica e equipamentos de controle de umidade e temperatura

Cinemateca Capitólio conta com climatização específica e equipamentos de controle de umidade e temperatura


/ANDRESSA PUFAL/JC
Além das medidas tomadas pelo governo do Estado para preservar o patrimônio cultural, a administração municipal de Porto Alegre também tem planos para aumentar o cuidado de acervos. Na Secretaria Municipal de Cultura (SMC), há um movimento no sentido de evitar problemas com o fogo em equipamentos do patrimônio e que comportam acervos culturais. "A atual gestão encontrou alguns dos prédios das nossas instituições em estado de abandono ou pré-abandono", pontua o coordenador administrativo da pasta, Luiz Gusmão. Ele afirma que "investigando essa situação preocupante, verificou-se que existia uma empresa especializada em realização de PPCIs no registro de preços da prefeitura municipal de Porto Alegre" e que foi determinado que a mesma realizasse "imediatamente" o plano de prevenção contra incêndios de todos os prédios da secretaria. Mas, segundo Gusmão, o contrato venceu em seguida e a SMC teve que determinar a realização de nova licitação, já em andamento, para a execução do serviço.
"Qualquer espaço de memória e de salvaguarda ao ser consumido pelo fogo representa um dano irreparável. Um incêndio seria uma tragédia", comenta a coordenadora de Cinema e Audiovisual da Cinemateca Capitólio, Daniela Mazzilli. Segundo a gestora, a equipe da instituição está organizando o acervo fotográfico e já possuí um acervo especial de cartazes de filmes digitalizados. "Diversas ações estão sendo desenvolvidas para ampliar a digitalização", destaca, lembrando que "a Cinemateca é um importante equipamento de memória, com uma enorme vocação para contribuir na cultura da preservação e da história do Rio Grande do Sul."
Daniela observa que o prédio anexo de quatro andares possui climatização específica e equipamentos de controle de umidade e temperatura. A distribuição do acervo é feita por andares, de acordo com a especificidade do material. Mas, no que se refere a repasses para a preservação, ela lamenta que os orçamentos destinados aos espaços de memória sejam insuficientes para a atenção aos aspectos técnicos e operacionais envolvidos. "A mão de obra especializada, os equipamentos técnicos e a criação de projetos especiais de preservação e difusão são extremamente custosos em alguns casos", justifica. "Infelizmente, não há recursos em todas as esferas de forma específica que contemple a necessidade de hoje."
Outro equipamento do município que está em pleno processo de digitalização de materiais é o Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo. Sem orçamento próprio, o local, no entanto, opera com dificuldades para aquisição de material adequado para acondicionamento e conservação específicos a cada tipo de suporte. De acordo com a equipe responsável, as últimas conquistas foram feitas com recursos oriundos de endossos arqueológicos, que preveem uma contrapartida em bens e/ou serviços para o museu.
No prédio, os acervos fotográfico, de objetos e arqueológico são acondicionados com material específico para os tipos de suporte (papel, cerâmica, metal etc.), parte em arquivos deslizantes que protegem de danos causados por luz, insetos ou poeira, e outra parte em caixas plásticas em estantes de metal. Por se tratar de um bem federal, o acervo arqueológico em especial está condicionado a normas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em arquivo deslizante e em estantes na sala de acervo do setor.
Até agora, parte do acervo fotográfico está digitalizado em servidor da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa), com cópia de segurança em HD externo. Atualmente, os responsáveis estão trabalhando na digitalização de fotografias doadas recentemente e também do acervo do Gabinete de Comunicação Social do Gabinete do Prefeito - sendo este último trabalho uma demanda de pesquisadores.
A produção cultural da Capital também está armazenada no Arquivo Histórico Moysés Vellinho, no Atelier Livre de Porto Alegre; nas pinacotecas Aldo Locatelli e Ruben Berta e na Biblioteca Josué Guimarães. Devido às especificidades de cada acervo, a abordagem preventiva de segurança e ações de emergência variam de acordo com a instituição, uma vez que a rotina de prevenção e as ações de resposta a sinistros em uma cinemateca são diferentes das de um museu de arte ou de uma biblioteca.
O coordenador administrativo da SMC observa que "já existem cuidados destinados a todos esse prédios", uma vez que possuem extintores e equipamento de combate a sinistros. A meta agora é que sejam "acrescidos de equipamentos de nova tecnologia, de acordo com a legislação da lei atual que o novo PPCI determinará". Gusmão ressalta que "esta é uma prioridade" do atual secretário municipal de Cultura, Gunter Axt.
 

Digitalização dos produtos culturais pode mitigar riscos

Margs teve grande parte das obras do acervo digitalizadas para catálogo

Margs teve grande parte das obras do acervo digitalizadas para catálogo


/ALEXANDRO AULER//arquivo/JC
A digitalização de acervos museológicos, arquivísticos e bibliográficos pode contribuir para aperfeiçoar as ações técnicas de mitigação de riscos, fazendo parte do planejamento estratégico das instituições culturais. A avaliação é do historiador e coordenador técnico da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Rio Grande do Sul, Diego Luiz Vivian.
Ele exemplifica que diversos museus brasileiros realizaram a digitalização e catalogação completa dos acervos museológicos institucionais sob a sua guarda no repositório de dados Tainacan - plataforma que permite ao usuário externo verificar informações e dados sobre o acervo em questão. "Essa ação é de extrema relevância, pois converge para a mitigação do risco de dissociação das informações dos bens culturais musealizados, trazendo melhores condições de segurança e preservação ao patrimônio cultural brasileiro", observa Vivian.
Outro exemplo de iniciativa é a Hemeroteca Digital Brasileira, organizada pela Fundação Biblioteca Nacional. Através do site oficial é possível realizar buscas e leituras em periódicos publicados desde o século XVIII até o século XXI, que foram digitalizados para contribuir com a difusão de informações e para a preservação do patrimônio arquivístico.
Por fim, Vivian avalia outra iniciativa em âmbito nacional. "Ao que parece houve uma parceria exitosa entre a empresa Google e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), onde foram digitalizadas peças de acervos museológicos em alta resolução e disponibilizados para consulta pública e visitação na modalidade virtual na internet", destaca o historiador. "Creio ser uma importante iniciativa de promoção e preservação de obras de arte, com alcance amplo para o público especializado e população em geral", opina.

Manutenção de prédios históricos exige rubrica constante, alerta especialista

Fogo na Cinemateca Brasileira acarretou a perda de itens históricos e rolos de filme, potencialmente irrecuperáveis para o setor audiovisual do País

Fogo na Cinemateca Brasileira acarretou a perda de itens históricos e rolos de filme, potencialmente irrecuperáveis para o setor audiovisual do País


/CORPO DE BOMBEIROS DE SP/DIVULGAÇÃO/JC
Tragédias como a que ocorreu em julho, quando um incêndio destruiu parte expressiva do acervo depositado na Cinemateca Brasileira, não são situações isoladas no Brasil. Pelo contrário, acontecem com frequência: a própria instituição responsável pela preservação e difusão da produção audiovisual do País foi alvo de acidente com chamas em outros quatro momentos (mais especificamente nos anos de 1957, 1969, 1982 e 2016).
No incêndio mais recente, a Cinemateca Brasileira perdeu documentos, cinejornais de diversas épocas e cópias de filmes por conta do fogo que se espalhou após uma manutenção realizada em um ar-condicionado de uma das salas da instituição. Segundo manifestações de senadores à época, o local não estava recebendo a devida atenção, mesmo após alerta do Ministério Público Federal (MPF).
"A manutenção dos prédios tem que ser uma rubrica constante e não de emergência", alerta a professora da Faculdade de Arquitetura e da Pós-graduação em Museologia e Patrimônio da Ufrgs, Luisa Durán, ao ressaltar que geralmente o poder público não costuma reservar orçamento para pagar os serviços de manutenção constante, que são "muito caros". "É difícil que as instituições tenham esta verba guardada e temos pouca mão de obra que domine as técnicas necessárias."
Luisa conta que, na época em que trabalhou no departamento de prédios históricos do Estado, percebia que muitas empresas que fazem a limpeza destes locais são terceirizadas. "Há muita rotatividade, em poucos meses trocam as equipes, e não há mão de obra especializada, muito menos que dê continuidade, sendo que ao lidar com acervos e patrimônio cultural é necessário um mínimo de conhecimento."
A especialista em patrimônio destaca ainda que o "grande vilão" e um dos maiores causadores de incêndios em prédios públicos é o uso indevido de instalações elétricas feitas originalmente para um tipo de demanda. "À medida que chegam novos equipamentos e as estruturas se modernizam, começam os gatos e puxadinhos. Esse é um grande fator de risco", declara. Luisa dá o exemplo do prédio do Mercado Público de Porto Alegre, que é tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Município: pelo menos o último dos quatro incêndios ocorridos no local (nos anos de 1912, 1976, 1979 e 2013) foi resultado de um curto-circuito de grandes proporções.
Ainda que as instalações elétricas sejam o maior problema, Luisa destaca que também há outros detalhes que prejudicam a preservação de prédios históricos e acervos culturais. Um exemplo são as sobrecargas e problemas de monitoramento, em geral com protocolos reativos, e não preventivos. "Edifícios que comportam bibliotecas, às vezes, estão sobrecarregados, com estruturas suportando mais peso do que foram concebidas para suportar. E ainda têm que se adaptar com fibra ótica, iluminação em parâmetros diferenciados, ar-condicionados, entre uma série de coisas que se acumulam."
A professora considera que é difícil preservar as características que outorgam valores históricos culturais, como materialidade do espaço, fachadas etc., e ao mesmo tempo atender às demandas contemporâneas. "Não que seja impossível, e existem protocolos internacionais - o problema é incorporar tudo isso na prática", conclui.

Ameaças para os lugares de memória

Museu Joaquim Felizardo tem acervo arqueológico no porão do prédio histórico

Museu Joaquim Felizardo tem acervo arqueológico no porão do prédio histórico


/ANDRESSA PUFAL/JC
Forças físicas: ventos fortes, terremotos, manuseio inadequado, superlotação, colisões acidentais, tráfego de visitantes, entre outros.
Crimes: furtos, assaltos ou vandalismo.
Fogo: relâmpagos, incêndios florestais, vazamentos de gás, falhas em instalações ou equipamentos elétricos, negligência no tocante ao consumo de cigarro, uso de velas, balões juninos e fogos de artifício, obras de reforma ou manutenção no edifício utilizando chama exposta ou fontes de calor (maçaricos, soldas etc.), incêndio criminoso, entre outros.
Água: enchentes, infiltrações de águas pluviais, vazamentos nas tubulações do edifício, umidade ascendente proveniente do solo, procedimentos de limpeza inadequados, entre outros.
Pragas: insetos, roedores, aves, morcegos, traças, entre outros.
Poluentes: gerados por indústrias, veículos, obras de reforma ou construção civil, visitantes, materiais de armazenamento ou exposição inadequados que emitem gases nocivos, introdução de materiais incompatíveis devido a intervenções inadequadas de conservação-restauração.
Luz e radiação ultravioleta (UV): exposição ao sol e lâmpadas elétricas, sem o devido cuidado.
Temperatura inadequada: clima local, radiação solar, lâmpadas incandescentes, equipamentos como aquecedores e climatizadores de ar indevidamente utilizados.
Umidade relativa inadequada: clima local, lençol freático, uso inadequado ou falhas em equipamentos de ar-condicionado, microclimas devido à falta de ventilação/circulação do ar, embalagens inadequadas, entre outros.
Poeira: resultante de limpeza inadequada
Dissociação: inventário inexistente ou incompleto, identificação indevida ou insuficiente de objetos do acervo, obsolescência de hardware ou software utilizados para armazenar e acessar dados e informações sobre o acervo, condições inadequadas de armazenamento do acervo, aposentadoria ou afastamento de funcionários detentores de conhecimento exclusivo sobre o acervo, etc.
Fonte: Guia de Gestão de Riscos para o Patrimônio Museológico
 

Principais acervos culturais mantidos pelo poder público com sede em Porto Alegre

Casa de Cultura Mario Quintana abriga espaços como Acervo Elis Regina

Casa de Cultura Mario Quintana abriga espaços como Acervo Elis Regina


/JOYCE ROCHA/arquivo/JC
  • Casa de Cultura Mario Quintana - Rua dos Andradas, 736 (Centro Histórico)
Possui uma série de espaços voltados ao cinema, música, artes visuais, dança, teatro, literatura, a exemplo do Acervo Elis Regina, das bibliotecas Armando Albuquerque, Erico Verissimo e Lucília Minssen, da discoteca Natho Henn, da Galeria Xico Stockinger (Macrs) e da microgaleria Tatata Pimentel, entre outros.
  • Museu da Comunicação Hipólito José da Costa (Musecom) - Rua dos Andradas, 959 (Centro Histórico)
Conservação, pesquisa e divulgação da história da Comunicação Social no Estado. Seu acervo, disponível para consulta, abrange diferentes áreas da Comunicação: Imprensa, Televisão e Vídeo, Rádio e Fonografia, Publicidade e Propaganda, Fotografia e Cinema.
É o mais antigo museu do Rio Grande do Sul, criado em 1903. O local abriga documentos de memória, de história e de testemunho de relevantes fatos políticos, sociais, culturais e econômicos do Estado, a exemplo de peças representativas do povo indígena, com destaque para as esculturas missioneiras.
  • Memorial do Rio Grande do Sul - Rua Sete de Setembro, 1.020 (Centro Histórico)
Preservação e fomento da memória histórica e cultural do Estado, através de apoio a pesquisas, ações e exposições que promovam a reflexão sobre a identidade e as realidades da sociedade gaúcha. A edificação também sedia o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul (AHRS) e o Museu Antropológico do Rio Grande do Sul.
  • Museu Antropológico do Rio Grande do Sul - Rua Sete de Setembro, 1.020 - 2º andar (Centro Histórico)
Tem como missão produzir, sistematizar, apoiar e divulgar o conhecimento antropológico acerca da formação social e da diversidade cultural do Estado, além de salvaguardar os bens culturais e suportes etnográficos relacionados a este campo de saber e às memórias coletivas que os sustentam, por meio de ações de pesquisa, comunicação, educação e formação de acervo.
  • Arquivo Histórico do RS - Rua Sete de Setembro, 1.020 - 2º andar (Centro Histórico)
Guarda e conservação da documentação histórica de origem pública, sobretudo do Poder Executivo, e privada. São 10 milhões de documentos, configurando um dos maiores conjuntos documentais relativos ao Estado e uma das principais instituições de memória do Rio Grande do Sul. Além da organização e preservação de seu acervo, o Arquivo realiza exposições a partir da documentação sob sua guarda.
  • Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) - Praça da Alfândega - s/nº (Centro Histórico)
Tem como principal finalidade colecionar, catalogar, documentar, guardar, conservar, restaurar e exibir os seus acervos documental e artístico, além de realizar exposições, que promovam o conhecimento e difusão de conteúdos do gênero. Possui um acervo com mais de 5 mil obras datadas a partir do século XIX, de diferentes linguagens. No conjunto documental, ainda há mais de 8 mil publicações bibliográficas e 5 mil pastas contendo registros sobre a trajetória de artistas e de agentes do setor.
  • Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (Macrs) - Rua dos Andradas, 736 (Centro Histórico) - OBS: uma nova sede está em reforma na rua Comendador Azevedo, 256 (Macrs 4º Distrito)
Tem como objetivo pesquisar, promover e preservar a arte contemporânea brasileira e estrangeira. Sua administração fica na Casa de Cultura Mario Quintana, onde também funcionam duas de suas galerias: Sotero Cosme e Xico Stockinger, no 6º andar.
Possui uma coleção de 250 mil volumes que representam o mais importante conjunto bibliográfico de salvaguarda da memória gaúcha e nacional pela exclusividade dos títulos de monografias desde o século XVI e periódicos gaúchos do século XIX, além de coleção de obras raras destes mesmos períodos. Mantém acervo diversificado e serviços de acesso a materiais impressos, digitais, virtuais, bem como acervo em braille e em áudio.
  • Teatro de Arena - Av. Borges de Medeiros, 835 - Escadaria do Viaduto (Centro Histórico)
Abriga o Centro de Documentação e Pesquisa em Artes Cênicas (Espaço Sonia Duro), cujo acervo conta com títulos oriundos do Departamento de Censura da Polícia Federal, com 2.100 textos dramáticos, de autores nacionais e estrangeiros, adultos e infantis, livros de artes cênicas e uma videoteca com o Projeto Memória Viva, com o objetivo de organizar e registrar em vídeo o depoimento de figuras representativas na área das artes cênicas, ampliando a memória artística do Estado.
  • Cinemateca Capitólio - Rua Demétrio Ribeiro, 1.085 (Centro Histórico)
Espaço destinado à preservação e conservação da memória audiovisual. Seu acervo reúne filmes realizados em distintas bitolas. As obras se dividem em ficção, documentários, registros familiares, institucionais e reportagens, além de filmes gaúchos, nacionais e estrangeiros. O conjunto documental também conta com coleções de cartazes, fotografias e objetos históricos, além de documentos como roteiros, recortes de jornais, folders, projetos, relatórios e outros relacionados à produção cinematográfica do Estado.
  • Museu Joaquim Felizardo - Rua João Alfredo, 582 (Cidade Baixa)
Manutenção e conservação de acervos (fotográfico, de objetos e arqueológico) de diversos materiais (papel, cerâmica, metal, entre outros) históricos relacionados à cidade de Porto Alegre. São cerca de 1,3 mil objetos dos séculos XIX e XX, como acessórios de uso pessoal, objetos de decoração, instrumentos musicais, mobiliário e indumentária, entre outros; 200 mil itens arqueológicos e coleções oriundas de sítios ocupados entre os séculos XVIII e XX; e aproximadamente 9 mil imagens da Capital dos séculos XIX e XX.
  • Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho - Avenida Bento Gonçalves, 1.129 (Santo Antônio)
Entidade custodiadora de documentos públicos permanentes, que possui a incumbência de recolher, higienizar, recuperar, restaurar, ordenar, acondicionar e preservar os documentos de terceira idade, produzidos e recebidos pelos poderes municipais de Porto Alegre. Seu acervo inclui documentos datados desde 1764, que registram a formação e as transformações da cidade, bem como informações originárias dentro do Executivo e do Legislativo que mostram a política das administrações, além de jornais e revistas que relatam o cotidiano, que permitem entender a trajetória histórica da Capital.
  • Pinacoteca Ruben Berta - Rua Duque de Caxias, 973 (Centro Histórico) 
Guarda, conserva, restaura, divulga e promove o acervo doado em 1971 pelos Diários Associados ao município de Porto Alegre, desenvolvendo também atividades de fomento à produção artística local, à pesquisa, ao ensino e à formação de público em artes visuais. A coleção apresenta um recorte de artistas nascidos e ativos no Brasil no século XIX, tais como Almeida Júnior, Pedro Américo, Batista da Costa, Eliseu Visconti, que estão junto a nomes representativos do modernismo, como Portinari, Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho e Lazar Segall; também homenageia os britânicos da década de 1960, a exemplo de Allen Jones, Alan Davie e Grahan Sutherland; e obras de artistas emergentes na década de 1960 de várias regiões do Brasil e também do Rio Grande do Sul. Organizada por Assis Chateaubriand, com apoio de Pietro Maria Bardi, o nome da coleção homenageia o presidente da primeira empresa de aviação comercial do Brasil, a Varig – Viação Aérea Riograndense.
  • Pinacoteca Aldo Locatelli - Paço dos Açorianos - Praça Montevidéu, 10 (Centro Histórico)
Antiga Pinacoteca Municipal, possui acervo com mais de mil obras de arte, incluindo peças de artistas gaúchos, como Pedro Weingärtner, Libindo Ferrás, João Fahrion, Carlos Scliar e Vasco Prado. Possui ainda obras de nomes nacionais e internacionais que passaram por Porto Alegre marcando o ambiente artístico local do século XIX até a contemporaneidade. Apresenta exposições permanentes e temporárias do acervo e também de artistas convidados.

* Adriana Lampert é repórter do Jornal do Comércio há mais de 10 anos. Já foi editora do jornal JÁ e é uma das autoras do livro-reportagem O homem que perdeu os olhos e outras reportagens. Também colabora para outros jornais, revistas e sites do Sul e Sudeste, cobrindo Cultura e Política.