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reportagem cultural

- Publicada em 15 de Julho de 2021 às 19:45

Bruno Kiefer deixou composições originais e legado à música erudita brasileira

Compositor Bruno Kiefer (1923-1987) foi uma das mentes brilhantes da música de concerto no País

Compositor Bruno Kiefer (1923-1987) foi uma das mentes brilhantes da música de concerto no País


LUIZA PRADO/REPRODUÇÃO ACERVO BRUNO KIEFER/JC
Referência para gerações de professores e músicos conceituados no Rio Grande do Sul, o compositor Bruno Kiefer (1923-1987) foi uma das mentes brilhantes da música de concerto brasileira. Embora sua obra seja menos conhecida que seu nome - quem nunca ouviu falar do teatro batizado em sua homenagem na Capital? -, deixou um legado tão numeroso quanto singular. Autor de cerca de 150 títulos, compôs peças de canto, música para coro, piano, órgão, orquestra e grupos de câmara nas mais diversas formações instrumentais. Em tudo deixou uma marca inconfundível.
Referência para gerações de professores e músicos conceituados no Rio Grande do Sul, o compositor Bruno Kiefer (1923-1987) foi uma das mentes brilhantes da música de concerto brasileira. Embora sua obra seja menos conhecida que seu nome - quem nunca ouviu falar do teatro batizado em sua homenagem na Capital? -, deixou um legado tão numeroso quanto singular. Autor de cerca de 150 títulos, compôs peças de canto, música para coro, piano, órgão, orquestra e grupos de câmara nas mais diversas formações instrumentais. Em tudo deixou uma marca inconfundível.
Nascido em Baden-Baden, na Alemanha, onde estudou piano com a mãe, Kiefer veio para o Brasil aos 11 anos, em meio à ascensão do nazismo. Seu pai, um jornalista opositor do regime, chegou a ser preso e foi impedido de exercer a profissão. A família, então, decidiu emigrar e se estabeleceu em um sítio no município de Tangará, em Santa Catarina, em 1934. Quase dois anos depois, o compositor se mudou sozinho para Porto Alegre, auxiliado por um casal da cidade que lhe hospedou para que pudesse estudar.
Aos 17 anos, com uma flauta velha emprestada, foi aprendendo a tocar sozinho, até que ganhou aulas com Júlio Grau, conhecido flautista da época, que o ajudou a adquirir um instrumento adequado. Já graduado em flauta, Kiefer foi um dos músicos fundadores da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), em 1950. Detalhe curioso de sua biografia, ele formou-se também em química industrial e física e, para se sustentar, lecionou matemática e física em várias escolas e universidades. Só ao final da década de 1960, quando foi transferido para o Instituto de Artes da Ufrgs, pôde se focar apenas na música.
Sua obra criativa teve início na segunda metade dos anos 1950. São dessa época, por exemplo, Canção para uma valsa lenta e Canção de garoa, peças para voz e piano baseadas em poemas de Mario Quintana. Mas foi em 1964 que ele decidiu: passaria a compor todos os dias, "de tal a tal hora", com sol ou chuva. No Instituto de Artes da Ufrgs, a rotina do compositor era conhecida. "Todas as manhãs, ele se fechava numa sala para compor e dali saíam obras que eram estreadas. É uma característica que acho muito importante e formativa", lembra o pianista, compositor e professor Celso Loureiro Chaves, que foi aluno do músico. A disciplina rigorosa produziu, nas décadas de 1970 e 1980, peças como Terra selvagem (para piano), Música sem incidentes (para flauta e violão) e o painel sinfônico-coral Campeadores, sua obra-prima.
Na cena erudita brasileira do século XX, Kiefer é situado como um compositor independente. Não se alinhou à estética serialista que influenciava a produção musical da época, apesar de ter tido contato com o alemão Hans-Joachim Koellreutter, introdutor da chamada técnica dodecafônica no Brasil. Acabou criando um repertório único.
Sua música angulosa, aparentemente "difícil" para ouvidos não iniciados, lembra um espelho estilhaçado, compara Celso Chaves. "É uma música que não tem um sentido melódico de longas melodias. As ideias melódicas são curtas, vão se juntando. Então, é uma música muito interessante de ouvir, porque vai se construindo através desses fragmentos, através de um ritmo muito incessante", descreve.
O compositor se tornou conhecido no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas se manteve em Porto Alegre. "Ele se considerava brasileiro, era uma marca muito importante dele. Falava que o músico tinha de 'ter as raízes na terra'", conta Luciana Kiefer, filha do músico e professora do Instituto de Artes.
Prova dessa consciência social é que transformou em música dezenas de poemas de autores locais - ele era bem relacionado nas áreas da literatura, das artes visuais e do teatro. "O Bruno valorizava muito a relação com o entorno cultural. Falava muito sobre a função do artista na sociedade, conhecer a alma da sua cultura por meio da poesia. Esse era o pensamento estético dele", afirma o maestro Antônio Carlos-Borges Cunha, outro aluno e amigo do compositor.
Quando faleceu, aos 63 anos, em razão de problemas cardíacos, Kiefer trabalhava em Pequena Cantata dos Desamados, peça para barítono e orquestra de cordas encomendada pelo cantor lírico e professor Eladio Pérez-González, um de seus intérpretes frequentes. Seu legado transcende as partituras. Como musicólogo e professor, ele queria contribuir para a formação de uma consciência musical brasileira, tendo escrito livros de referência e inúmeros artigos para jornais e revistas ao longo da carreira.

Notas de pura poesia

Bruno Kiefer e Armando Albuquerque são as principais referências na música de concerto do RS para voz e piano

Bruno Kiefer e Armando Albuquerque são as principais referências na música de concerto do RS para voz e piano


/LUIZA PRADO/reprodução/acervo bruno kiefer/JC
Desde as primeiras partituras, Bruno Kiefer demonstrou fascínio pela voz humana, que considerava o melhor instrumento. Metade de sua obra são peças para canto solo com acompanhamentos diversos, cantatas e composições para coro. Para criá-las, recorria aos poetas, muitos deles seus amigos. Entre estes, musicou textos dos gaúchos Carlos Nejar, Mario Quintana, José Santiago Naud e José Paulo Bisol, além de poemas de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Cassiano Ricardo. Seu repertório inclui ainda autores portugueses, como Fernando Pessoa e Luís de Camões.
Na música de concerto gaúcha, Kiefer se tornou, ao lado do compositor Armando Albuquerque, a principal referência em obras para voz e piano, afirma o pianista e compositor Celso Loureiro Chaves, professor do Programa de Pós-Graduação em Música do Instituto de Artes da Ufrgs. "As canções (de Kiefer) são importantíssimas como formação do repertório da canção brasileira", afirma. Mas foi na música para coro que o compositor teve a atuação mais prolífica da seara erudita no Estado. Para isso, destaca Chaves, ele encontrou um grande incentivo no Coral de Câmara da Faculdade de Filosofia da Ufrgs, liderado pela maestrina Madeleine Ruffier e pelo professor e editor Carlos Jorge Appel.
Criado em 1955, o grupo atuou por 15 anos e oferecia ao compositor não apenas a perspectiva de estreia imediata de suas peças, mas também a oportunidade de testá-las. Appel conta que o músico participava dos ensaios e opinava sobre a interpretação das obras, discutindo soluções para as dificuldades dos cantores. "Bruno influenciou muito os demais compositores do Rio Grande do Sul, como Armando Albuquerque, Esther Scliar e Natho Henn, a fazer música para o coral. Foi um período muito rico", afirma. Na década de 1980, Kiefer compôs também para os corais da Unisinos, da Olvebra e da Ufrgs.
A influência da poesia sobre sua música não ficou restrita ao repertório cantado. Muitas de suas peças - vocais e instrumentais - têm títulos com a palavra "poema". No conjunto da obra, também chama atenção o interesse do compositor pelos temas da terra e da natureza, que ele reverencia em obras como Lamentos da Terra (para piano), Poema Telúrico (para orquestra sinfônica) e Ventos incertos (para flauta doce e piano).
Ao trabalhar com esses temas, Kiefer não apenas impregnou sua arte com imagens poéticas relacionadas ao local em que vivia, como também revelou uma estratégia de composição muito particular e sólida, afirma a pianista Luciane Cardassi, paulista radicada no Canadá. Em sua pesquisa de mestrado, realizada na Ufrgs, ela analisou 21 peças do compositor escritas entre 1970 e 1983 e relacionou-as com os poemas do livro O campeador e o vento, de Carlos Nejar - para o estudo, foram selecionadas obras com títulos que continham as ideias de "terra", "vento" e "horizonte".
Nas peças estudadas, a pianista identificou sonoridades semelhantes e recorrentes, que ela chama de gestos musicais - ideias dramáticas que o compositor elaborou e reutilizou em diferentes músicas. "Todas as peças que têm 'terra' no título, por exemplo, tendem a ter alguns elementos musicais. É fascinante como ele desenvolveu isso durante mais de uma década, mostra para mim um domínio da técnica. Ele tinha um vocabulário musical próprio para se referir a ideias poéticas, acho que isso o diferencia de outros compositores", diz Luciane.

Prática docente aliada à pesquisa

Seu livro Elementos da Linguagem Musical (1969) foi prefaciado por Erico Verissimo

Seu livro Elementos da Linguagem Musical (1969) foi prefaciado por Erico Verissimo


LUIZA PRADO/REPRODUÇÃO ACERVO BRUNO KIEFER/JC
No Instituto de Artes da Ufrgs, Bruno Kiefer teve uma trajetória associada a contribuições importantes. Orgulhava-se de ter introduzido no curso de Música as disciplinas de História da Música Brasileira I e II, tema que até então não tinha espaço no currículo. Pouco antes de sua morte, em uma iniciativa pioneira na Região Sul, liderou a criação do Programa de Pós-Graduação em Música da universidade gaúcha, hoje um dos melhores do País. Ex-alunos o descrevem como um professor cativante, que exemplificava suas explanações com música reproduzida em um aparelho Philips, conhecido como o "toca-discos do Bruno".
"Bruno era um sujeito com um conhecimento fora de série. Gostava de contar coisas que tinha vivenciado, de encontros de música brasileira, era um prazer ouvi-lo. Para os alunos que foram sensíveis a sua didática e a sua maneira de ser, ele foi marcante", lembra o maestro Cláudio Ribeiro, que foi diretor artístico da Ospa e regeu peças do compositor. "Também tinha uma formação de matemática e física, trouxe esse pensamento científico que se somou ao lado artístico. Acho que esse rigor o ajudou na carreira de pesquisador."
Resultado de suas pesquisas e preocupações didáticas, Kiefer publicou oito livros sobre teoria e história da música. O primeiro foi Música Alemã: dois estudos (1957), cuja primeira edição foi lançada pelo Instituto Estadual do Livro. Os demais títulos saíram pela Editora Movimento, fundada pelo professor Carlos Jorge Appel. Entre estes, estão História da Música Brasileira (1976), Raízes da Música Popular Brasileira: da modinha e lundu ao samba (1978), Música e Dança Popular (1979) e Villa-Lobos e o Modernismo na Música Brasileira (1981), este último considerado uma das obras mais completas sobre o assunto.
Appel conta que partiu do próprio Kiefer, durante um encontro de intelectuais em 1967, a ideia de criar uma editora para publicar trabalhos dos escritores de sua geração. O grupo - do qual participaram os artistas plásticos Xico Stockinger e Vasco Prado, o poeta Paulo Hecker Filho e o filósofo Gerd Alberto Bornheim, entre outros - comentava a situação de paralisia na cultura do País, então assolado pela ditadura militar. "Aí o Bruno disse: 'Já que está tudo parado, temos que fazer um movimento, pelo menos para editar os nossos livros'", recorda o editor.
Na área da educação, Kiefer também é lembrado por seu apoio ao Projeto Prelúdio, escola de música voltada a crianças e jovens criada em 1982 como uma atividade de extensão da Ufrgs e dirigida por sua esposa, Nídia Kiefer. O compositor acompanhava os trabalhos do projeto e escreveu a coletânea Música para Gente Miúda, para contemplar os instrumentos ensinados nas aulas.

Décadas de música em mais de mil correspondências

Cartas de Carlos Drummond de Andrade ao professor da Ufrgs

Cartas de Carlos Drummond de Andrade ao professor da Ufrgs


LUIZA PRADO/REPRODUÇÃO ACERVO BRUNO KIEFER/JC
Além de música, Bruno Kiefer deixou uma obra epistolar. Mesmo morando longe dos grandes centros do País, o compositor ia frequentemente a São Paulo e ao Rio de Janeiro e mantinha contato com personalidades das artes do Brasil e do mundo. Entre as décadas de 1950 e 1980, estima-se que tenha trocado mais de mil correspondências com músicos, intérpretes de suas peças e poetas. Fazia questão de guardar não apenas as cartas que recebia, mas também cópias das que enviava.
Dessas mensagens, emergem aspectos da interpretação de suas peças, os dilemas de ser músico erudito no Brasil e detalhes de seu processo de criação. Em uma carta ao compositor Gilberto Mendes, ele revela que, se tivesse de salvar de um incêndio apenas uma de suas composições, a escolhida seria a peça para piano Terra selvagem. Em outra, ao musicólogo teuto-uruguaio Francisco Curt Lange, mostra-se entusiasmado com a perspectiva de peças corais suas serem apresentadas em Montevidéu. "Você, melhor do que eu, conhece as dificuldades encontradas por um compositor para divulgar sua obra. Além disso, não tenho o mínimo dom para comerciante; sou avesso a armar uma máquina publicitária para divulgar as minhas coisas", escreveu.
Outros de seus interlocutores incluíam os compositores Camargo Guarnieri, Francisco Mignone e Claudio Santoro, o musicólogo Hans-Joachim Koellreuter, o poeta Carlos Drummond de Andrade e o maestro Isaac Karabtchevsky, diretor artístico e regente titular da Orquestra Petrobras Sinfônica (OPES). "Meu contato com Bruno Kiefer remonta à época que antecedeu minha designação como diretor artístico da Orquestra Sinfônica Brasileira, em 1969. Nele encontrei um amigo e, vendo a história de nossas famílias, uma coincidência - ambas eram refugiadas políticas. Como artista, Bruno era um músico sensível às grandes transformações do século XX", diz Karabtchevsky, que é filho de imigrantes russos de origem judaica.
Preservado por sua família, o acervo do compositor reúne ainda manuscritos e partituras musicais, programas de concertos, vídeos e fitas cassete com entrevistas e músicas. São materiais valiosos para a pesquisa musicológica, destaca Luciana Kiefer, filha do músico. Ela diz que há um projeto de digitalizar o acervo, com a criação um site para facilitar o acesso a partituras. "É uma das coisas em que estamos pensando agora em função dos 100 anos (de nascimento do compositor, em 2023)", afirma.

Intérpretes destacam obra em discos

Gravação do LP Colóquio, primeiro registro fonográfico de obras do compositor

Gravação do LP Colóquio, primeiro registro fonográfico de obras do compositor


LUIZA PRADO/REPRODUÇÃO ACERVO BRUNO KIEFER/JC
Parte significativa do legado de Bruno Kiefer foi registrada em seis discos dedicados totalmente a sua obra - peças do compositor também foram incluídas em pelo menos 18 álbuns reunindo títulos de autores diversos. A mais recente dessas homenagens veio do clarinetista Diego Grendene, músico da Ospa. Em 2019, ele lançou o CD O Clarinete na obra de Bruno Kiefer, como parte de seu mestrado profissional em música na Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ). Gravado no Rio de Janeiro, o álbum reúne sete das 15 peças do compositor que incluem o clarinete e conquistou o Prêmio Açorianos de Música Erudita.
Em sua pesquisa, Grendene observou que Kiefer utilizou uma grande diversidade de instrumentações. O compositor cultivava uma forte colaboração com intérpretes e grupos de Porto Alegre, pois queria que os músicos locais tivessem obras de autores gaúchos para tocar. "Ele tinha interesse em escrever para formações que não são muito usuais. Por exemplo, um septeto para flauta, clarinete e fagote e quarteto de cordas, que acabei não gravando. Tinha essa procura por outras sonoridades", diz o músico.
A arte de Kiefer também ganhou destaque pelas mãos da pianista Cristina Capparelli Gerling, professora do Instituto de Artes da Ufrgs. Em 1995, ela lançou o CD E a vida continua, com 11 peças do compositor para piano solo. Cristina conta que a empreitada consumiu dois anos de estudo das obras. "Fui aprendendo devagarinho todas aquelas sonoridades estridentes, lastimosas, algumas muito cheias de vida e alegria. Foi me impregnando", diz.
Lançado em 1988, com 12 faixas, o LP Colóquio foi o primeiro registro fonográfico de obras do compositor. Kiefer, que morreu no ano anterior, não chegou a ver o disco pronto, mas seu entusiasmo com o projeto ficou na memória dos intérpretes participantes. "Ele esteve presente nas gravações o tempo inteiro, os músicos ficaram muito emocionados e (sentiram-se) valorizados", conta o flautista Ayres Potthoff, que foi diretor artístico do disco e interpretou uma das faixas.

Discografia completa


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Composições de Bruno Kiefer incluídas em coletâneas
  • I Bienal de Música Brasileira Contemporânea (1), vários intérpretes (LP)
Incluiu No cimo das copas, cantata para mezzo-soprano e quinteto de sopros. Álbum lançado em 1975.
  • Música de Câmara do Brasil – Documentos da Música Brasileira (5), Trio da Rádio Mec (LP)
Lançado em 1979, pelo selo Funarte, incluiu Trio, para violino, violoncelo e piano.
  • III Bienal de Música Brasileira Contemporânea (5), Harold Emert, Marcelo Bomfim e Norah de Almeida (LP)
Lançado em 1986, pelo selo Funarte, com a peça Trio, para flauta, oboé e piano.
  • O Sul Erudito, vários intérpretes (LP)
Com a peça Três canções do vento (para barítono e piano) e Notas Sombrias, para violino solo. Lançado em 1987, pelo BRDE/Conselho de Desenvolvimento Cultural (RS).
  • Música de Câmara Brasileira, Trio de Madeiras de Porto Alegre, Olinda Alessandrini, Dwight Manning (CD)
Lançado em 1996, pelo selo Fumproarte, com a peça Ambivalência, para fagote solo.
  • Música Brasileira para Clarinete e Piano, José Botelho e Fernanda Chaves Canaud (CD)
Lançado em 1996, pelo selo Rio Arte Digital, incluiu Monólogo, para clarinete solo.
  • Música Brasileira para Canto e Piano, Ruth Staerke, Inácio de Nonno e Laís Figueiró (CD)
Com Elegia, de Canções ao vento. Lançado em 1996, pelo selo Rio Arte Digital.
  • Prelúdios em Porto Alegre, Luciane Cardassi (CD)
Lançado em 1998, pelo selo Fumproarte, traz a peça para piano Terra selvagem.
  • Música Nova do Rio Grande do Sul – Brasil, Ney Fialkow e OSPA (CD)
Lançado em 1998, com Diálogo, obra para piano e orquestra sinfônica.
  • A Arte da Organista Anne Schneider (CD)
Lançado em 2000, pelo selo Fumproarte, com a peça Reflexões.
  • Belo Belo, Coral Unisinos (CD)
Lançado em 1999 pela Unisinos, incluiu Vento que passas, para coro misto a quatro vozes.
  • Lea Roland Kiefer (CD)
Entre as faixas, foram incluídas as peças para piano Seis pequenos quadros e Sonata II. Lançado em 1999 pela Ufrgs.
  • Cantando ao Pôr do Sol, Coral Feminino do Hospital Moinhos de Vento (CD)
Lançado em 2000, incluiu O menino doente, peça para três vozes iguais.
  • Brazilian Toccatas and Toccatinas, Vânia Pimentel (CD)
Entre as faixas do álbum lançado em 2000, está Tocata, composição de Bruno Kiefer para piano.
  • Sonetos de Amor e Morte, Luciane Cuervo (CD)
Lançado em 2002, pelo selo Fumproarte, com composições para flauta doce. Bruno Kiefer está presente na faixa Ventos incertos.
  • Porto Allegro, Daniel Wolff (CD, MP3)
Lançado em 2012, com distribuição pelo selo Tratore, traz Música sem incidentes, para flauta e violão.
  • Falando Brasileiro, Quinta Essentia (CD, MP3)
O álbum do quarteto de flautas doces traz Poemas da Terra I, II, III, IV e V. Lançado em 2013, com distribuição pelo selo Tratore.
  • Música para Flauta de Compositores Gaúchos, Leonardo Winter (CD, MP3)
Lançado em 2017, com distribuição pelo selo Tratore, inclui Coxilhas, composição para flauta, clarinete e fagote.

A obra musical

Partitura da obra Campeadores, de 1973, que integra o repertório de música para orquestra

Partitura da obra Campeadores, de 1973, que integra o repertório de música para orquestra


LUIZA PRADO/REPRODUÇÃO ACERVO BRUNO KIEFER/JC
O catálogo de obras de Bruno Kiefer foi lançado pela prefeitura de Porto Alegre em 1994, na edição dos Cadernos Porto & Vírgula dedicada ao compositor, com 135 títulos. Veja alguns:
Canto
Canção de caroa, Canção de inverno e Canção para valsa lenta (para voz aguda e piano, sobre poema de Mario Quintana; 1957-1958)
O vento é quando? (para voz grave e piano, poema de Carlos Nejar; 1971)
Poema da devastação (para voz grave, clarinete e piano, poema de Carlos Nejar; 1974)
Música para coro de câmara
Ao Longe, ao Luar (sobre poema de Fernando Pessoa, 1958)
Vento que passas (1958)
Rondó do capitão (poema de Manuel Bandeira, 1962)
A Serenata Sintética (poema de Cassiano Ricardo, 1962)
Quando os ventos chegarem (poema de Carlos Nejar, 1974)
Mensagem (poema de Lara de Lemos, 1978)
A rosa é um jardim (poema de Carlos Drummond de Andrade, 1980)
Madrigais gaúchos (12 peças, 1964-1971)
Música de câmara
Ventos incertos (para flauta-doce e piano, 1970)
Sertão: Mistério (para violino, viola, violoncelo, piano e instrumentos complementares de percussão, 1972)
Saudade (para clarinete e piano, 1973)
Poema do Horizonte I, II, III e IV (violino e violoncelo; quarteto de cordas; flauta, oboé, clarinete, corne-inglês e fagote; dois violinos, violoncelo e piano, 1972-1976)
Poema da Terra I a V (para conjunto de flautas-doces, 1976)
Sons perdidos (para dois violões, 1983)
Música sem incidentes (para flauta-doce contralto e violão, 1983)
Coxilhas (flauta-doce, clarinete e fagote, 1986)
Música para piano
Tocata e Fuga (1957)
Sonata I (1958)
Sonata II (1959)
Tríptico (1969)
Terra selvagem (1971)
Vendavais: Prenúncios (para dois pianos) (1971)
Lamentos da terra (1974)
Seis Pequenos Quadros (1981)
Música para orquestra
Diálogo (1969)
Campeadores (1973)
Poema telúrico (1975)
Poema do Horizonte V (para piano e orquestra de cordas, 1977)

LIVROS PUBLICADOS

Títulos publicados pela Editora Movimento do final da década de 1950 aos anos 1980:
  • Música Alemã: dois estudos (1957)
  • História e Significado das Formas Musicais (1968)
  • Elementos da Linguagem Musical (1969)
  • História da Música Brasileira (1976)
  • Raízes da Música Popular Brasileira: da modinha e lundu ao samba (1978)
  • Música e Dança Popular (1979)
  • Villa-Lobos e o Modernismo na Música Brasileira (1981)
  • Francisco Mignone: vida e obra (1983)

* Patrícia Feiten é jornalista formada pela UFSM e tradutora, formada em Letras pela Ufrgs.