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reportagem cultural

- Publicada em 08 de Julho de 2021 às 19:32

Os tesouros guardados pela Biblioteca Pública do Estado

Instituição que completa 150 anos em 2021 possui cerca de mil obras raras no acervo

Instituição que completa 150 anos em 2021 possui cerca de mil obras raras no acervo


MARIANA ALVES/JC
Em dezembro de 2018, a diretora da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul (BPE), Morgana Marcon, recebeu um e-mail inusitado da Biblioteca Nacional. Nele, era informado que a Polícia Federal descobriu que uma obra considerada rara estava sendo leiloada. O delegado responsável queria saber se as instituições cadastradas no Plano Nacional de Recuperação de Obras Raras, que reúne registros bibliográficos com raridade justificada dos séculos XV-XIX ou de períodos subsequentes, estavam de posse de seu exemplar. "Na hora corri para olhar, e constatei com alívio que a nossa estava aqui", diz. A obra se chama Erário mineral dividido em doze tratados, de Luis Gomes Ferreyra, do século XVIII.
Em dezembro de 2018, a diretora da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul (BPE), Morgana Marcon, recebeu um e-mail inusitado da Biblioteca Nacional. Nele, era informado que a Polícia Federal descobriu que uma obra considerada rara estava sendo leiloada. O delegado responsável queria saber se as instituições cadastradas no Plano Nacional de Recuperação de Obras Raras, que reúne registros bibliográficos com raridade justificada dos séculos XV-XIX ou de períodos subsequentes, estavam de posse de seu exemplar. "Na hora corri para olhar, e constatei com alívio que a nossa estava aqui", diz. A obra se chama Erário mineral dividido em doze tratados, de Luis Gomes Ferreyra, do século XVIII.
Esse é só um exemplo dos livros raros que existem nessa instituição que acaba de completar 150 anos. Segundo Morgana, a obra mais antiga do catálogo é o poema épico Pharsalia, do poeta latino Lucano, com edição datada de 1519. Entre os destaques do acervo de Obras Raras e Valiosas, há uma edição comemorativa de Os Lusíadas, de Camões, de 1819, que tem alto valor por sua reduzida edição de 12 exemplares em pergaminho. Outra obra de estimado reconhecimento é a Divina Comédia, de Dante Alighieri. "Nós temos uma edição comemorativa, de 1921, volume único, capa de couro. Ela é uma edição numerada, restrita a mil exemplares, nós temos a de número 260", conta. A maioria das obras desse setor são dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX.
Entretanto, não é tão fácil assim consultá-las. Para manuseá-las, é preciso ser certificado como pesquisador. "Elas ficam trancadas na maior parte do tempo, e se você é alguém que está fazendo alguma espécie de pesquisa acadêmica, tem que trazer a carta da referida instituição de ensino confirmando", explica Morgana. Só assim é possível folhear o livro em um local controlado, com luvas, e sempre com algum funcionário da Biblioteca supervisionando.
"São em torno de mil itens de obras raras que nós temos no acervo", afirma a diretora. E vários deles estão registrados no Plano Nacional de Obra Raras da Biblioteca Nacional. "Isso é importante, inclusive quando há projetos com órgãos como o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), por exemplo. Às vezes, eles exigem que o prédio seja tombado e que tenha também o acervo raro registrado neste plano de obras raras. Nós temos", aponta Morgana.
Outra preciosidade é o setor do Rio Grande do Sul, que conta com um grande e completo acervo. Ele contempla assuntos como História, Sociologia, Antropologia Social e Geografia, dando ênfase especialmente a assuntos relacionados aos municípios, como as imigrações, o folclore e as biografias de personagens que fizeram grande trajetória no Estado. Muitos escritores e pesquisadores passaram pela Biblioteca atrás de informações.
Um deles é Alcy Cheuiche, conhecido por seus romances históricos. "Minha relação com a Biblioteca Pública começou quando cheguei a Porto Alegre para prestar vestibular para a Ufrgs. Muitas vezes, estudei naquele salão do térreo e consegui ser aprovado. Mais tarde, quando comecei a pesquisar para meu primeiro romance histórico, Sepé Tiaraju, foi em nossa biblioteca que encontrei as mais importantes obras de que necessitava, inclusive um livro de Moacyr Santana, A nova cidade de Deus, que recebeu um prêmio em Portugal, e estava completamente esgotado, menos no acervo da Biblioteca Pública", diz.
Cheuiche relata que até hoje continua buscando livros para consulta. "Para mim, livro raro é aquele que eu estou precisando consultar para o meu trabalho de escritor, e só encontro nessa maravilhosa instituição pública. E também me emociona saber que os meus livros também estão por lá", conclui.

Patrimônio da cidade

Salão Mourisco ostenta bustos de Camões, Shakespeare, Dante e Homero

Salão Mourisco ostenta bustos de Camões, Shakespeare, Dante e Homero


MARIANA ALVES/JC
Oficialmente criada no dia 14 de abril de 1871, a Biblioteca ganhou importância tanto pelo seu acervo valioso quanto pelo seu prédio considerado uma das mais proeminentes construções da cidade, e sendo talhado pelo tempo durante sua existência. Conforme Charles Monteiro, professor do curso de pós-graduação da História da Pucrs, aquele foi um momento importante em Porto Alegre, no qual se observa uma série de inovações. "Na década de 1870, nós vivemos o primeiro processo de modernização urbana da cidade com melhorias de cunho hidráulico, o começo dos bondes, por exemplo", explica.
Segundo o professor do curso de Arquitetura da Pucrs, Maturino da Luz, em 1906, o então diretor da Biblioteca, o poeta Vitor Silva, solicitou ao governo a construção de um prédio próprio para a instituição. O espaço da Riachuelo, no qual existia a antiga companhia telefônica foi o escolhido. "Então, o prédio foi construído em duas etapas, uma que começou em 1912 e foi concluída em 1915", explica.
A segunda etapa, segundo Morgana Marcon, foi exigida porque se acreditava que o edifício ainda não atendia todas as expectativas e havia necessidade da sua ampliação. A construção de ambos os momentos foi projetada por expoentes da secretaria de Obras Públicas do Estado, como Affonso Hebert e Teófilo Borges de Barros. Em 1922, então, o novo prédio da Biblioteca foi oficialmente inaugurado, juntamente com uma data importante: o centenário da independência do Brasil.
É importante lembrar que no final do século XIX e nas primeiras décadas do XX, o Rio Grande do Sul sofreu forte influência do pensamento do francês Augusto Comte, o fundador do Positivismo. Julio de Castilhos era um dos seus mais expressivos seguidores e caracterizou seu governo por imprimir essa linha de orientação. "O projeto, do Julio de Castilhos inicialmente, seguido pelo Borges de Medeiros, é uma administração científica e isso se reflete na construção e no projeto do prédio", diz. Essa ideia, por exemplo, é comunicada diretamente na sua fachada em 10 nichos circulares, com figuras importantes para a religião positivista (saiba quais são na lista abaixo).
Para Maturino, a arquitetura do prédio tem tendência neorenascentista. "Eu poderia até ter te dito estilo eclético, mas ele não diz nada, o eclético é uma mistura", afirma. Luisa Durán Rocca, professora da Faculdade de Arquitetura da Ufrgs e da pós-graduação em Museologia e Patrimônio, comenta que o uso da fachada com os bustos como se fossem livros vem da França e suas bibliotecas. "Como se já mostrasse para o público a qualidade daquele prédio, transmitindo a mensagem das Letras e Arte", diz. Segundo o histórico disponibilizado pela própria biblioteca, diz a tradição oral que o diretor Victor Silva, que orientou o projeto e a decoração, teria se inspirado na Igreja de Sainte Genevieve, em Paris, que havia sido transformada em biblioteca.
Não é só a arquitetura externa que chama a atenção na Biblioteca Pública do Estado, mas também a sua decoração interna. "Acho que as artes aplicadas principalmente se sobressaem: as pinturas murais, os pisos em parquê. Era uma mão de obra muito qualificada, aprimorada e detalhista", comenta Luisa. Para Maturino, ao chegar na porta da biblioteca, já há elementos que chamam a atenção. "Quando se abre a porta, em cima há o brasão republicano e o da República Rio-Grandense, representando o poder público. Já entrando no edifício, outro equipamento é a escada ao lado direito e que sobe ao pavimento nobre", avisa. O professor ainda informa que o autor das pinturas murais foi o alemão Carl Ferdinand Schlatter, também responsável por fazer as pinturas no prédio da prefeitura de Porto Alegre.
Entre as inovações da época, estão algumas das primeiras instalações elétricas da cidade. "Temos que nos dar conta que a eletricidade estava chegando em Porto Alegre no início do século. Então, já era um prédio público com instalações elétricas. Inovador também são as estantes metálicas para guardar os livros, e o elevador, um dos primeiros da cidade", conta Maturino. Em 1986, o prédio da Biblioteca foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), e em 2000 pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan).

Calendário positivista

Edificação histórica na Riachuelo tem esculturas de mármore na fachada

Edificação histórica na Riachuelo tem esculturas de mármore na fachada


/MARIANA ALVES/JC
Na fachada da Biblioteca Pública do Estado, há esculturas em mármore de figuras importantes para a doutrina positivista. Augusto Comte desenvolveu a ideia de um calendário positivista em 1849, para desenvolver o "espírito histórico e o sentimento de continuidade". O ano compreenderia 13 meses de 28 dias, com um ano bissexto. Cada figura considerada importante para a humanidade para Comte representa um mês do calendário. No entanto, só há 10 bustos na fachada da Biblioteca Pública.
"Na época, era costume fazer esculturas na fachada principal, se olhar o prédio da prefeitura, o do Margs, os prédios da época, tinham esculturas na fachada principal. E a biblioteca pública tem na principal e na lateral, então, ela foge do que era o normal. E ali é curioso que o tratamento da lateral é quase igual ao da principal", diz Maturino. O professor de Arquitetura não sabe dizer os critérios para que fossem apenas dez e não treze bustos. "Os bustos foram encomendados da França, eu diria que as fachadas foram concebidas exatamente para despertar a curiosidade sobre as obras desses personagens tidos por Augusto Comte como aqueles que definiram a trajetória da humanidade", acredita.
Já o Salão Mourisco ostenta bustos de Camões, Shakespeare, Dante e Homero, além de uma serpente sinuosa sobre um pedestal em mármore azul com colunas duplas. Há também a escultura de uma esfinge e bustos dos líderes positivistas Julio de Castilhos e Borges de Medeiros.
Saiba a seguir todas as figuras do calendário positivista e suas representações. Na fachada da Biblioteca não estão apenas Moisés (primeiro mês), Homero (segundo mês) e Arquimedes (quarto mês).
  • Primeiro mês: Moisés
A teocracia inicial
  • Segundo mês: Homero
A poesia antiga
  • Terceiro mês: Aristóteles
A filosofia antiga
  • Quarto mês: Arquimedes
A ciência Antiga
  • Quinto mês: Júlio César
A civilização militar
  • Sexto mês: São Paulo
O catolicismo
  • Sétimo mês: Carlos Magno
A civilização feudal
  • Oitavo mês: Florentino - Dante Alighieri
A epopeia moderna
  • Nono mês: Johannes Gutenberg
A indústria moderna
  • Décimo mês: William Shakespeare
O drama moderno
  • Décimo primeiro mês: René Descartes
A filosofia moderna
  • Décimo segundo mês: Frederico II
A política moderna
  • Décimo terceiro mês: Marie François Bichat
A ciência moderna

Celebração dos 150 anos

A Divina Comédia, de Alighieri, é uma das obras raras do acervo

A Divina Comédia, de Alighieri, é uma das obras raras do acervo


/MARIANA ALVES/JC
Em 14 de abril, a Biblioteca Pública completou oficialmente 150 anos. No dia do aniversário, aconteceu uma live com autoridades como o governador Eduardo Leite; a secretária estadual da Cultura, Beatriz Araujo; o presidente do Instituto Histórico Geográfico do Rio Grande do Sul, Miguel Frederico do Espírito Santo; o escritor Alcy Cheuiche e o poeta Luiz Coronel. Naquele mês também foram publicados nas redes sociais da instituição cards contando a história dos 26 diretores da biblioteca.
Em setembro, completa-se 700 anos da morte do escritor Dante Alighieri, uma grande influência para a constituição da biblioteca, além disso também é o mês de aniversário do prédio. "Vamos ter uma programação especial, porque A Divina Comédia é muito importante aqui, temos pinturas murais do Virgílio e da Beatriz, os exemplares raros. Em torno do elevador também há ornamentos referentes ao Inferno e ao Purgatório", explica a diretora Morgana Marcon. Está planejado um vídeo institucional mostrando o acervo relacionado ao escritor Dante Alighieri.
Ainda há a ideia de fazer postagem nas redes sobre funcionários que foram importantes para a história da instituição. "Também queremos trazer uma gravação especial do Chapéu Acústico, evento que cresceu conosco, e também vamos lançar um novo site", diz Morgana. Em agosto, o tema será folclore gaúcho, com acervo próprio, em uma exposição, a princípio, virtual. "Em novembro, vamos trabalhar a questão da consciência negra, com os nossos escritores negros".
 

Restaurando a história

Diretora Morgana Marcon conta que mobiliário da biblioteca retornou do Palácio Piratini nesta gestão

Diretora Morgana Marcon conta que mobiliário da biblioteca retornou do Palácio Piratini nesta gestão


MARIANA ALVES/JC
Depois de um breve hiato, a diretora Morgana Marcon conta que a Associação de Amigos da Biblioteca está retornando. Trata-se de uma entidade jurídica sem fins lucrativos cujo objetivo é auxiliar a biblioteca na manutenção dos seus espaços. "Agora contratamos a restauração do hall da entrada, a previsão é que comece em setembro, e outras coisas vão começar a acontecer também. Vamos poder entrar novamente com projetos na Lei de Incentivo à Cultura, para dar continuidade no restauro", conta.
A secretária da Cultura do Estado, Beatriz Araujo, comenta futuros investimentos para o espaço: "A partir deste ano, o governo do Estado investirá R$ 2 milhões na Biblioteca Pública, que se somarão a outros previstos pela Associação de Amigos da instituição". Alguns dos recursos e restauros ainda necessários são a acessibilidade e a climatização do prédio para uma melhor condição de armazenamento para as peças e os livros, por exemplo.
Outro fato marcante na história da biblioteca foi a retirada de parte do mobiliário e adornos durante o governo de Euclides Triches, na década de 1970, sendo levado para o Palácio Piratini sob os protestos da diretoria da época. "Em todos os governos, sempre tentamos recuperar, neste conseguimos. Estamos bem contentes, porque vamos conseguir pegar parte da mobília e deixar alguns ambientes como eram", conta a diretora.
A mobília também é tombada e deve ser preservada. "Em breve, vai ser aberta uma licitação para restaurar também grande parte do mobiliário que, inclusive, já está separado para o restauro, foi feito o levantamento do que tem que arrumar, a parte de madeira, o estofamento, etc", relata Morgana. Há a ideia também de no futuro conseguir digitalizar o acervo de obras sobre o Rio Grande do Sul.
Morgana relata que a biblioteca tem em sua equipe três bibliotecários, quatro historiadores e o quadro restante é de assistentes administrativos, técnicos assuntos culturais e estagiários. "É uma equipe pequena para todos os setores que temos e que atende público: empréstimo de livros, a consulta local, o setor do Rio Grande do Sul, o setor de braille, muito importante para a Biblioteca e que tem o seu público", avisa.
Beatriz Araujo aponta que também acontecerão investimentos nesse sentido. "Quanto a novos servidores especializados, o cargo de bibliotecário é um dos previstos para serem incluídos num próximo concurso público visando o preenchimento de quadros do Estado", informa a secretária. Foi a partir de 2009 que a Biblioteca Pública passou pela maior obra de restauro da sua história, completada em 2015.

Adaptando para o futuro

Biblioteca Pública do Estado

Biblioteca Pública do Estado


/MARIANA ALVES/JC
A Biblioteca Pública do Estado, além de cumprir o objetivo de manter o registro do que é publicado sobre o Rio Grande do Sul e também dos autores gaúchos, é importante para a comunidade, cumprindo o seu papel de levar o acesso à leitura, à informação, ao livro, em seus diferentes suportes. A professora do curso de Biblioteconomia da Ufrgs, Marlise Giovanaz, avalia que o prédio da Biblioteca Pública é um exemplo de intersecção entre o papel de museu e de biblioteca. "Lá o visitante vai usufruir de um ambiente restaurado, com características históricas, conhecer a arte produzida em Porto Alegre no século XX e ainda ter acesso ao patrimônio bibliográfico", diz.
Entretanto, há também desafios de se estar em um prédio histórico. "A biblioteca é importante, mas para ela persistir vai ter que se adaptar. A pandemia hoje nos mostrou que precisamos ainda ter mais acervo digitalizado, temos que entrar no meio digital, e nos adaptar. E também precisamos de um anexo para a biblioteca. A Secretaria da Cultura nos autorizou. Esse prédio aqui por ele ser histórico e tombado tem as suas limitações e não temos como crescer. E um acervo de uma biblioteca pública cresce em média de 5% ao ano", explica Morgana. O acervo da instituição é de aproximadamente 250 mil volumes. E, ao longo dos seus 150 anos, novos setores foram implantados, como o de Informática e o já citado setor de Braille. Há a previsão de criar uma gibiteca para atrair o público jovem adulto.
A ideia é levar para o anexo o setor de Empréstimos, o de Braille e a parte de consulta e leitura de jornais. "E deixar no prédio o setor do Rio Grande do Sul, o setor de obras raras e os outros espaços para eventos culturais, exposições, oficinas. Vai ser um prédio histórico ainda com biblioteca, acervo histórico, mas também um grande centro cultural", projeta. Desde 2015, quando voltaram ao prédio da Riachuelo, depois da última grande obra de restauro em que passaram um período na Casa de Cultura Mario Quintana, ainda não conseguiram desencaixotar parte do acervo, porque não tem lugar disponível para colocar sem gerar alguma espécie de aglomeração ou dano nos parquês.
"Na verdade, precisaríamos de um outro prédio, mais moderno, esse foi meu sonho, tentamos algumas vezes, mas em governos anteriores acabou esbarrando na questão financeira", confessa. Morgana está há 18 anos na diretoria da Biblioteca, sendo a mais longeva no cargo. Para ela, é necessário pensar também em uma biblioteca contemporânea, que possa se autossustentar. "Nós sempre fomos referência de biblioteca, só que hoje em função do crescimento de acervo e dos problemas econômicos, os funcionários vão saindo e se aposentando e, assim, ficamos saturados. Não tem mais para onde crescer. Esse prédio não merece lotar de estante, até porque nós precisamos preservar essa arquitetura. O anexo vem com essa ideia", conclui.

Agendamento prévio

Biblioteca Pública do Estado

Biblioteca Pública do Estado


/MARIANA ALVES/JC
A Biblioteca Pública do Estado retomou o atendimento ao público, mediante agendamento. São oferecidos os serviços de empréstimo de obras, acervo acessível, pesquisa, visitas guiadas para até seis pessoas e locações do espaço para fotografias e gravações. O agendamento pode ser realizado no site da Secretaria da Cultura, buscando pela biblioteca.
"A parte que está no setor de empréstimo está toda na base de dados, e grande parte do setor do Rio Grande do Sul também, que é um dos mais procurados", diz a diretora Morgana Marcon.
Confira os canais de contato da instituição:
Telefones: (51) 3224-5045 e (51) 3221-7245

* Rafael Gloria é jornalista, mestre em Comunicação pela Ufrgs e editor fundador do site Nonada - Jornalismo Cultural e sócio da agência Riobaldo.