Porto Alegre, sexta-feira, 23 de novembro de 2018.

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ENTREVISTA

23/11/2018 - 16h18min. Alterada em 23/11 �s 17h45min

'Queremos Porto Alegre com um destaque nacional'

A��es oriundas das universidades s�o volunt�rias, explica Lamb

A��es oriundas das universidades s�o volunt�rias, explica Lamb


MARIANA CARLESSO/JC
Jo�o Dienstmann
Com o objetivo de se tornar referência em inovação e colaboração até 2025, Porto Alegre conta desde abril com a formalização da Aliança pela Inovação. A iniciativa assinada pelos reitores de três das principais universidades da Capital (PUCRS, UFRGS e Unisinos) busca criar um ambiente de desenvolvimento em prol da melhoria na qualidade de vida da população. Para isso, o projeto é baseado em cases de sucesso, como Barcelona, na Espanha, Medellín, na Colômbia e ações em Santa Catarina. Em entrevista ao Jornal do Comércio, Luís Lamb, pró-reitor de Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e também membro do Comitê Executivo da Aliança pela Inovação explica como espanhol Josep Piqué, mentor dessas realizações em outras cidades, ajudará a criar o ambiente inovador na Capital e quais medidas já estão sendo tomadas desde a formalização entre as instituições de ensino.
Jornal do Comércio - Quais medidas já foram adotadas pela Aliança pela Inovação em Porto Alegre?
Luís Lamb - Desde a assinatura em abril, já desenvolvemos o planejamento estratégico da Aliança com uma série sobre projetos que apoiaremos. Um deles será o Pacto da Inovação, assinado semana passada, com a participação do Josep Piqué, que será um consultor nosso junto aos empresários, sociedade civil e universidades. A partir desse pacto, criaremos um ambiente para a melhoria da qualidade de vida na cidade. Outra questão é o planejamento de ações que sejam relevantes para a Porto Alegre e Estado voltado à educação, pesquisa, desenvolvimento e ecossistema de inovação e união dos parques tecnológicos do Rio Grande do Sul. Todas as ações são feitas por profissionais das faculdades, de maneira voluntária, em prol da vertente produtiva, para que a gente se torne novamente uma referência nesse assunto.
JC - Qual o principal objetivo da Aliança?
Lamb - É utilizar a inovação na qualidade de vida, transformar a cidade em um lugar melhor para se viver com saúde, cultura, transporte, lazer. Queremos Porto Alegre com um destaque nacional, que se transforme, seja um polo cultural também. Temos quase 10% da pesquisa referencial internacional aqui, somos o terceiro maior polo no Brasil de Tecnologia da Informação, em saúde temos hospitais de referência em pesquisa, tanto privado e público. A cidade possui um patrimônio muito significativo. Estamos no século do conhecimento e temos que criar esse trabalho coletivo e colocar a cidade no caminho do desenvolvimento.
JC - De que forma as três universidades (Pucrs, Ufrgs e Unisinos) participam? Como cada uma contribui para o andamento do projeto?
Lamb - A partir do Conselho de Inovação, com integrantes das três universidades, conversamos com diversos especialistas da cidade e tivemos apoio dos reitores para constituir a Aliança. Eles tiveram a sensibilidade para liderar esse movimento junto à sociedade, governo e empresários, pois são apolíticas e nos campus há diversos pesquisadores com formas de pensamento e de fazer pesquisa diferentes, além de cursos de alta qualidade. Temos reuniões semanais as quais participamos em parceria com pessoas da sociedade civil, Câmara de Vereadores, movimentos sociais. O que é inovador é o fato de trabalharmos todos juntos nesse projeto.
JC - E em relação ao poder público, quais iniciativas são necessárias partindo do executivo municipal para transformar as ideias em realizações?
Lamb - A Prefeitura de Porto Alegre deu todo apoio e é participante integral da Aliança pela Inovação. Ela e as universidades têm um contrato para levar à sociedade soluções em várias áreas fundamentais. Quando os reitores assinaram o documento da formação da Aliança, em abril, o poder executivo nos apoiou participado ativamente. Queremos constituir ações que possam aumentar a qualidade de vida, gerar melhoria em diversos setores com o apoio da Prefeitura, instigar a capacidade empreendedora das pessoas, atender demandas sociais e, quem sabe, expandir para outros municípios a iniciativa. É impossível fazer as mudanças sem o apoio do poder público. É uma ação constituída a muitas mãos com o conhecimento de várias pessoas se ajudando para tornar Porto Alegre um lugar atrativo.
JC - Uma das inspirações para essa parceria foi a cidade de Barcelona. O que mais lhe chamou atenção por lá para ser implantado em Porto Alegre?
Lamb - O Piqué participou do desenvolvimento em Barcelona, na Espanha, em Medellín, na Colômbia, e em Santa Catarina trouxe suas ideias para um movimento parecido com o que faremos aqui. Nossos vizinhos têm um dos melhores lugares para se constituir questões inovadoras no Brasil. Medellín estava assolada pela violência e o tráfico, e a presença das ideias de inovação transformou a cidade. É um lugar muito aprazível para se viver atualmente. Em Barcelona, o movimento começou após os Jogos Olímpicos de 1992, com a revitalização de um distrito – projeto Barcelona @22 - e a transformaram em uma cidade inovadora, referência internacional em empreendedorismo. Em Porto Alegre, o Quarto Distrito seria uma demonstração de revitalização, de capacidade de reinvenção de uma cidade que precisa se unir a partir do desenvolvimento e da inovação, com mais possibilidades de trabalho, de empreender. Podemos ser um polo, por estarmos próximos ao Uruguai, Argentina e nos desenvolvermos através da academia.
JC - E para 2019, o que está em pauta?
Lamb – Tivemos o lançamento do Pacto e até abril selaremos os acordos com 75 entidades que participam da mesa de negociação, com empresas, líderes empreendedores, governo, sociedade. É uma costura demorada, mas em março temos a primeira reunião formal, quando começarão as assinaturas. Todos os projetos requerem a participação expressiva da comunidade para construir as soluções. As universidades terão papel importante também, e os parques tecnológicos serão abertos para absorver parte dos projetos pelas entidades, se elas assim desejarem.
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