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caxias do sul

- Publicada em 03h00min, 18/12/2020.

Ind�stria metalmec�nica projeta ano promissor

Paulo Spanholi alerta que � preciso estar atento �s quest�es pol�ticas

Paulo Spanholi alerta que � preciso estar atento �s quest�es pol�ticas


SIMECS/DIVULGA��O/JC
Roberto Hunoff, de Caxias do Sul
Com a forte reação da atividade econômica no terceiro trimestre, que se mantém firme nos três meses finais do ano, ainda que prejudicada pela falta de matéria-prima e elevação de custos, a indústria metalmecânica de Caxias do Sul, de uma forma geral, projeta 2021 com expectativa positiva e de continuidade da retomada. O incremento médio estimado é de 5% sobre 2020, que deve ter, mesmo com as interrupções de março e abril, mínimo avanço em relação ao ano passado. "Estudos que temos feito junto aos associados mostra que vários terão resultados muito bons, especialmente aqueles com produtos ligados ao agronegócio; outros, que têm maior dependência da atividade de serviços, como transporte de turismo, sofrerão mais para recuperação. Há que se analisar também como serão tratados os problemas políticos e a vacinação contra a covid-19, que geram incertezas no empresariado", observa Paulo Spanholi, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs) de Caxias do Sul e Região.
Com a forte reação da atividade econômica no terceiro trimestre, que se mantém firme nos três meses finais do ano, ainda que prejudicada pela falta de matéria-prima e elevação de custos, a indústria metalmecânica de Caxias do Sul, de uma forma geral, projeta 2021 com expectativa positiva e de continuidade da retomada. O incremento médio estimado é de 5% sobre 2020, que deve ter, mesmo com as interrupções de março e abril, mínimo avanço em relação ao ano passado. "Estudos que temos feito junto aos associados mostra que vários terão resultados muito bons, especialmente aqueles com produtos ligados ao agronegócio; outros, que têm maior dependência da atividade de serviços, como transporte de turismo, sofrerão mais para recuperação. Há que se analisar também como serão tratados os problemas políticos e a vacinação contra a covid-19, que geram incertezas no empresariado", observa Paulo Spanholi, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs) de Caxias do Sul e Região.
O entendimento do dirigente encontra respaldo nas posições mais detalhadas dos diretores das câmaras setoriais da entidade. Paulo Scopel, diretor da câmara setorial de ferramentarias, assinala que a atividade será demandada, como já ocorre neste final de ano, pelo represamento de pedidos nos meses iniciais da pandemia. "Muitas indústrias automotivas e da linha branca adiaram projetos em março e abril e deram início à liberação há quatro meses. Agora, estão emendando investimentos para novos produtos. Creio que teremos horizonte promissor para os próximos dois anos", estima.
A diretora da câmara setorial metalmecânica, Cíntia Buzin, vislumbra crescimento acima de 20% no primeiro semestre e incertezas para o segundo. Para ela, no próximo ano deverão ser cumpridas as metas desenhadas para 2020. A empresária destaca que em algumas empresas, como a dela, que tem foco principal em componentes para indústria de máquinas agrícolas e rodoviárias, o nível atual de produção supera o período pré-pandemia. "Acredito que teremos uma virada de ano com uma forte onda de contratações", reforça.
Guilherme Poletti, diretor da câmara setorial de pequenas e médias empresas, que representam em torno de 80% do perfil do setor, projeta a continuidade da melhora da atividade econômica iniciada nos últimos meses, com índices variando de acordo com o ramo de atuação de cada organização. Pondera, no entanto, que ainda pairam muitas incertezas, especialmente de ordem sanitária, como atraso na vacinação da população e uma possível segunda onda da pandemia, bem como as constantes trocas de bandeira no modelo de distanciamento controlado do governo, potencialmente prejudiciais às pequenas e médias que não tem a mesma capacidade financeira que as grandes. "O atraso ou a não entrega de um pedido pelas restrições da bandeira, algo que se fica sabendo no último dia da semana, pode inviabilizar uma empresa de pequeno porte", assinala.

Realidades distintas entre os principais segmentos

Norberto Fabris acredita 
que recess�o ser� curta
Norberto Fabris acredita que recess�o ser� curta
ANFIR/DIVULGA��O/JC
A indústria metalmecânica de Caxias do Sul tem forte dependência da atividade agrícola e do transporte de cargas e passageiros. As marcas vinculadas à agricultura e ao transporte de cargas passam por momento muito aquecido em função do agronegócio. Tanto é que a produção nacional até novembro de implementos pesados, identificados em reboques e semirreboques, já é superior ao mesmo período do ano passado em quase 3%, totalizando perto de 60.050 unidades. Além do agronegócio, que responde por 40% das compras, os veículos rebocados também se favorecem da melhora na construção civil e obras de infraestrutura.
Em razão da falta de retomada mais consistente nas entregas urbanas, a venda de chassi sobre carroceria ainda é 6,7% inferior, resultando em variação negativa de 1,8% no acumulado. A tendência é que o resultado total seja igual ao de 2019, de 120 mil unidades.
Para o próximo ano, a expectativa de Norberto Fabris, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Rodoviários, é de continuidade do processo de retomada. "A recessão em que nos encontramos deverá ser curta, porque não é um choque desencadeado por grandes desequilíbrios", avalia. Mas argumenta que as políticas monetária e orçamentária continuarão sendo decisivas para impulsionar a recuperação plena da economia. Atualmente, entre 40% e 45% dos veículos rebocados têm produção no Rio Grande do Sul.
Já setor de ônibus esperava crescimento de até 15% em 2020, algo que tornou-se distante com a pandemia e todos seus efeitos no turismo e no transporte público. Até novembro, a queda era de 27% na comparação com o acumulado do ano passado, totalizando perto de 15,1 mil unidades. Destas, 12,3 mil vendidas internamente. Ruben Bisi, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus, espera alta de 10% nas vendas internas. Também crê em recuperação nas exportações, em cerca de 14%, principalmente com incremento de vendas de micro-ônibus para o mercado chileno.
 

Os desafios da mat�ria-prima e da m�o de obra qualificada

A proje��o das lideran�as da atividade metalmec�nica � de que a crise de fornecimento de mat�ria-prima, como a�o e derivados, pl�sticos e embalagens, estar� superada at� o final do primeiro trimestre de 2021. Paulo Spanholi acredita que o problema com produtos planos, como chapas ser�o equacionados ainda neste ano, pois j� houve rea��o das usinas para reduzir os prazos de entrega. J� a demanda de a�os longos � maior e ter� solu��o somente em fevereiro.

De acordo com C�ntia Buzin, o pre�o dos insumos deve se normalizar no pr�ximo ano, pois com o d�lar menos valorizado, os pre�os n�o devem se elevar muito. "Este ano ficou muito acima, alguns em mais de 50%", assinalou. Segundo ela, algumas empresas conseguiram repassar, mas acabaram vendendo menos; a maioria precisou absorver. "Al�m da pandemia, este � mais um desafio", frisou.

Guilherme Poletti afirma que, para tornar a empresa competitiva, a automa��o passa a ser demanda inadi�vel. Reconhece que algumas profiss�es tendem a desaparecer, mas outras mais qualificadas ser�o abertas. "Estamos trabalhando, juntamente com outras entidades, para gerar cada vez mais pessoal qualificado", salienta.

Para Spanholi, o Brasil como um todo precisa acordar para esta realidade. "Se n�o especializar, teremos s�rios problemas. E o governo tem investido pouco neste aspecto nos �ltimos 20 anos. Corremos risco de desempregar cada vez mais", alertou. C�ntia Buzin acrescenta que j� est� havendo uma "guerra" por funcion�rios qualificados no setor, o que leva a outro dilema. "Para reter talentos ser� preciso remunerar melhor, mesmo num momento de dificuldades", refor�ou.

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