Depois de cinco anos de construção, os prédios anexos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) foram concluídos em outubro. No entanto, a transferência para as novas instalações deve começar a partir de 2020, após a aprovação do Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI) e a liberação do Habite-se pela prefeitura da Capital. As etapas de ocupação do novo espaço devem acontecer de forma gradual, conforme o orçamento do Ministério da Educação (MEC) for liberado, até 2022. O MEC é responsável por fazer os repasses ao hospital-escola da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Segundo a diretora-presidente do HCPA, Nadine Clausell, a ideia é que a emergência seja transferida e comece a operar ainda no primeiro semestre de 2020. A transferência do bloco cirúrgico para as novas instalações também está prevista para o próximo ano, mas, antes que isso ocorra, é preciso que o centro de esterilização de materiais já esteja em funcionamento. "É importante que o centro de esterilização esteja disponível, porque isso vai melhorar a qualidade do atendimento do bloco cirúrgico", disse.
Mesmo com a expansão de 70% do espaço físico, o hospital ainda enfrenta algumas dificuldades quanto à transferência e à instalação de materiais e mobília. O motivo é que o HCPA precisa de investimentos para adquirir novos equipamentos para as salas, mas os recursos carecem da liberação do MEC.
Entre as mudanças proporcionadas pela expansão do hospital, o espaço de emergência passa de 1,7 mil metros quadrados para 5,1 mil metros quadrados. A recuperação pós-anestésica de 22 leitos para 90. O setor de hemodinâmica, de três para quatro salas, e o bloco cirúrgico, de 28 para 41 salas, enquanto o CTI/UCC vai de 54 leitos para 110. "Se esperarmos para ter as 40 novas salas cirúrgicas equipadas para fazer a mudança, pode levar muito tempo. Então a ideia é fazer a mudança com os móveis que temos na casa. À medida que o orçamento for melhorando, vamos colocando mais salas e leitos em andamento", afirmou Nadine.
Pacientes que necessitam de hemodiálise - que, atualmente, contam com 19 poltronas - devem passar a contar com 34 para adultos e duas pediátricas. Além disso, o setor de endoscopia deve passar de cinco para dez leitos. As alas de hospital-dia - que conta, hoje, com seis poltronas - devem passar para 16 para adultos e quatro pediátricas.
Atualmente, o HCPA conta com mais de 6 mil funcionários. No entanto, para que consiga mais profissionais, é preciso o aval do MEC. Ainda assim, Nadine se mostrou otimista em relação às conquistas. "Acredito que vamos ter todo o apoio necessário da comunidade e dos nossos representantes no Legislativo em Brasília para que coisas positivas continuem acontecendo aqui. Agora, nossa obrigação é colocá-lo para funcionar e entregar para a comunidade um hospital que vai atender mais e melhor", ressaltou.
Sobre a liberação de recursos e a contratação de novos profissionais, o MEC sugeriu à reportagem que as informações fossem solicitadas através da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), rede federal de hospitais universitários. No entanto, a entidade informou que o HCPA não faz parte dos hospitais administrados pela Ebserh.