Porto Alegre, quinta-feira, 19 de dezembro de 2019.

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Perspectivas 2020

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Not�cia da edi��o impressa de 19/12/2019. Alterada em 18/12 �s 18h13min

Setores industriais querem crescimento homog�neo

Alta de 3,1% prevista para este ano ser� puxada principalmente pela produ��o de ve�culos automotores

Alta de 3,1% prevista para este ano ser� puxada principalmente pela produ��o de ve�culos automotores


LUIZA PRADO/JC
Roberta Mello
A indústria do Rio Grande do Sul começou a dar pequenos sinais de recuperação em 2019 e projeta um 2020 com resultados tão ou mais animadores. A expectativa da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) é de que a produção do setor feche este ano com alta de 3,1%, puxada, principalmente, pela produção de veículos automotores. Já em 2020, a projeção de alta na produção gaúcha gira em torno de 2% e de 2,5% na brasileira. No Estado, a Fiergs espera que o crescimento seja mais "homogêneo", ou seja, melhor distribuído entre os segmentos.
A indústria do Rio Grande do Sul começou a dar pequenos sinais de recuperação em 2019 e projeta um 2020 com resultados tão ou mais animadores. A expectativa da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) é de que a produção do setor feche este ano com alta de 3,1%, puxada, principalmente, pela produção de veículos automotores. Já em 2020, a projeção de alta na produção gaúcha gira em torno de 2% e de 2,5% na brasileira. No Estado, a Fiergs espera que o crescimento seja mais "homogêneo", ou seja, melhor distribuído entre os segmentos.
A consolidação de resultados elaborada pela Fiergs, com base nos dados de janeiro a setembro de 2019 em relação ao mesmo período de 2018, indica que a influência sobre o crescimento na produção industrial (4,3%) ficou concentrada nos veículos automotores (que abarca carros, caminhões, ônibus), com aumento de 2,9% na produção. A atuação positiva foi seguida por produtos de metal (0,9%) e couro e calçados (0,7%). Para 2020, a projeção é que esses números sejam mais bem divididos entre as áreas.
Por isso, a diminuição na perspectiva de desenvolvimento de 3,1%, em 2019, para 2% em 2020 não preocupa. Pelo contrário. Trata-se de um fenômeno compreensível quando há alta na base de comparação e, nesse caso, pode ser explicada também pela preocupação com o cenário externo. A queda nas exportações nos últimos anos e o desenho de uma eleição turbulenta nos Estados Unidos, que, naturalmente, gera reflexos no mercado mundial, são algumas das preocupações futuras.
Para o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, os últimos meses serviram para arrumar a casa. "Em 2020, as coisas devem começar a andar um pouco mais rápido para puxar a economia para cima", acredita. Em linhas gerais, a perspectiva para 2020 não é diferente do que se projetava para 2019: retomada do processo de recuperação em qualquer dos cenários propostos, ainda que de forma lenta, gradual e sujeita a oscilações. Conforme a federação, há fundamentação para esse otimismo moderado. Ele está baseado em uma reação do setor em um contexto de retomada cíclica da economia e maiores níveis da demanda interna, que deve responder mais efetivamente aos mesmos fatores positivos dos últimos meses.
Em 2019, o cenário externo teve pouca importância para a indústria brasileira devido à retração em todas as mais importantes economias globais. O panorama internacional refletiu os impactos da guerra comercial entre Estados Unidos e China sobre o comércio internacional e o aumento generalizado da percepção de risco.
Nacionalmente, o movimento sincronizado de redução da taxa de juros (também verificado em outros países emergentes) e a crença na manutenção da inflação nos atuais patamares ou em leve queda são alguns dos fatores que devem puxar a curva do desempenho industrial para cima.
Outros fatores que tendem a favorecer a aceleração do crescimento em 2020 são a margem existente para aumento da produção no Estado, que ainda mantém capacidade ociosa, a expectativa de geração de empregos formais e a alta na confiança tanto dos empresários quanto dos consumidores.
Segundo pesquisa do IBGE, a produção física industrial no Estado está 14,3% abaixo do pico, o que possibilita um avanço no curto prazo sem investimentos, ainda que o acúmulo de estoques possa retardar esse movimento. A Fiergs espera que a indústria gaúcha gere 15,6 mil novos postos de trabalho em 2020 (ao todo, 38 mil devem ser criados).
Petry salienta que a geração de empregos não é uma opção, mas um dever do empresariado. "Somos obrigados a criar esses empregos. Temos de dar emprego para as pessoas que estão entrando no mercado de trabalho. Essa função pertence ao governo e aos empresários", declarou o dirigente.
A indústria aposta, ainda, nos primeiros reflexos da aprovação de reformas, cujo impacto na economia nunca é imediato. Os desafios a serem transpostos, de acordo com o economista-chefe da Fiergs, André Nunes de Nunes, continuam sendo a baixa produtividade da mão de obra e competitividade.
"Para que o crescimento não seja como um voo de galinha, precisamos resolver problemas estruturais", disse Nunes, explicando que o crescimento não deve vir como um pequeno salto. A saída, portanto, deve passar pela formação dos trabalhadores e investimento em educação.
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