Ao perceber a dificuldade no compartilhamento de informações técnicas e clínicas de pacientes, um grupo de médicos e profissionais de Tecnologia da Informação (TI) se uniu, há 11 anos, para criar um sistema operacional unificado. O Athimos se apresenta ao mercado como um prontuário eletrônico, adaptável e tecnológico para os negócios da área da saúde.
Atualmente, a empresa, criada em Porto Alegre, tem base comercial em São Paulo e no Canadá, onde participa do Programa Startup Visa da LatAm, em Toronto. O período no mercado torna o projeto pronto para atender à demanda por healthtechs (startups focadas em saúde), apontadas como tendência em 2020.
Em solo canadense, o Athimos desenvolve um prontuário a partir de tecnologia 5G. Com isso, a pretensão é incluir informações gerais dos pacientes em terceira dimensão e até com hologramas.
"O mercado de healthtech é muito promissor, porque ele é a base de todas as inovações que estão vindo na medicina", diz o CTO da empresa, Diego Accioly Correa. "E, apesar de os nossos hospitais terem problemas básicos, como perda de históricos de saúde e informações desencontradas entre áreas, estamos em um momento especial, em que os pacientes exigem uma maior clareza e envolvimento em seu tratamento."
A tecnologia, portanto, converge nesse cenário. Inteligência Artificial, por exemplo, poderá detectar riscos antes que sintomas apareçam. Sem contar que as pessoas poderão sair do hospital com a certeza de quais cuidados têm de ser tomados.
"Vamos conseguir eliminar a dúvida sobre o significado de um atraso de uma hora de um medicamento. Saberemos, exatamente, a efetividade dos tratamentos em nossas vidas", avisa Correa. Conforme o empreendedor, a indústria farmacêutica terá capacidade maior de cruzar dados referentes à administração de medicamentos, mesmo que sejam tomados em casa, com publicações científicas - para aprimorar e lançar novas drogas.
Outro aspecto que deve começar a mudar é o de custos. Os planos de saúde privados premiarão os pacientes que tomam maiores cuidados. "Mudanças como essas começam a acontecer no curto prazo, pois a tecnologia já existe, está disponível no mercado", entende ele. Especificamente para a Athimos, estar no país estrangeiro permite parcerias. Entre elas, Correa destaca o MaRS Discovery District.