No Brasil, mais de 50 milhões de pessoas estão envolvidas em atividades empreendedoras, segundo pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada com o apoio do Sebrae em 2018. Quem pensa em somar neste número em 2020 e abrir o seu negócio deve ter conhecimento sobre o nicho em que deseja focar e estratégias bem pensadas.

Segundo a pós-doutora em Empreendedorismo, Estratégia, Planejamento e Inovação em Negócios e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Wendy Beatriz Haddad, "a economia é um ciclo" e o mais importante para o próximo ano é se empoderar efetivamente do próprio empreendimento, sabendo suas forças e potenciais fraquezas. "O empreendedor nunca está pronto, mas sempre em formação", afirma.

Entre as tendências para 2020, Wendy destaca as soluções para as chamadas "cidades inteligentes". Na opinião da especialista, as questões de mobilidade devem nortear os debates sobre o assunto. "Surgiram os aplicativos de transporte, mas eles não resolveram o nosso problema", frisa. Para essas alternativas, outra aposta são os investimentos em tecnologia em diversas áreas, como as fintechs: empresas de finanças com cunho tecnológico. "Estamos vivendo uma mudança de paradigmas. Temos que investir em tecnologia e inovação", afirma. Além disso, na visão da professora, parcerias entre empresas e investidores diversos, como universidades e poder público, são estratégias para fazer o negócio se desenvolver.

Outro nicho promissor é o mercado da saúde. A preocupação com diagnósticos mais rápidos e precisos está na mira dos empreendedores. Essa interpretação é compartilhada com o diretor do Centro de Gestão Organizacional da Univates, Sandro Faleiro. "Muitas organizações estão prestando atenção nesse ramo", afirma. O professor aposta na tecnologia como uma forte potência para o próximo ano, principalmente nos investimentos em Inteligência Artificial. Faleiro classifica a produção de alimentos como um destaque para o futuro. Para se diferenciar no mercado, ele também aposta no aperfeiçoamento constante dos colaboradores.

"O empresariado tem que garantir que os funcionários participem das capacitações e desenvolvam suas habilidades."