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Perspectivas 2019

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Varejo

Not�cia da edi��o impressa de 14/12/2018. Alterada em 10/12 �s 22h06min

Empres�rios esperam agenda de reformas para ver a retomada

Confian�a setorial � o que vai definir ambiente favor�vel para chegada de novos investimentos

Confian�a setorial � o que vai definir ambiente favor�vel para chegada de novos investimentos


VISUAL HUNT/DIVULGA��O/JC
Adriana Lampert
Em um cenário que inclui dívida pública, baixo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) e taxas de desemprego relativamente altas (11,7% no País, com 12,4 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho), o maior desafio para o ambiente de negócios em 2019 será acelerar o ritmo do crescimento da economia. A consideração é uma unanimidade entre varejistas e líderes empresariais do comércio e serviços no Estado. Ainda assim, a maioria dos lojistas afirma estar otimista com a chegada "de um novo governo no Brasil".
"Sabemos que a retomada de um cenário mais positivo será lenta e gradativa e entendemos que o primeiro trabalho de qualquer governo é o de ajustar a sua balança financeira", comenta o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo. Segundo o dirigente, os supermercadistas contam com um crescimento entre 1% e 2% das vendas nos estabelecimentos gaúchos no final deste ano. "A partir de outubro e especialmente novembro, o comércio percebeu reação às incertezas anteriores, com o otimismo sendo gradativamente retomado", destaca o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL/RS), Vitor Koch. O dirigente afirma que no que se refere ao desempenho do comércio no primeiro semestre de 2019, as perspectivas iniciais são predominantemente positivas.
"A inflação está sob controle e os juros básicos estáveis, mesmo que a Selic não tenha correspondência direta com o custo financeiro arcado pelos consumidores e lojistas pelo oligopólio do setor financeiro", avalia. Para Koch, o importante no curto prazo é que "depois de muito tempo, os agentes de produção e de consumo estão confiantes no futuro". Por conta deste clima, a perspectiva é que os primeiros meses de 2019 abram com vendas crescendo a partir de 5% na comparação com o mesmo período de 2018."
À frente de um dos segmentos do varejo com melhor desempenho de vendas no decorrer de 2018 (acompanhado pelas farmácias), o presidente da Agas considera que em 2019 o "supermercado de sucesso neste cenário será aquele que conseguir fazer o cliente visitar mais o seu ponto de venda, atraindo sua atenção à loja com diferenciais a cada dia".
"O momento é de enxugamento de custos, redução de perdas e desperdícios, eficiência e produtividade. Mas tudo sem prejudicar os serviços prestados", considera. O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, concorda que o Brasil está vivenciando um processo de retomada da economia bastante enfraquecido. "Mas é indiscutível que começaremos 2019 melhor do que iniciamos 2018", pondera. Para o dirigente, ainda que haja muita incerteza no que se refere ao cenário internacional, no âmbito nacional parte das dúvidas já começam a se dissipar.
Na estimativa de Bohn, o desempenho do comércio no primeiro semestre de 2019 pode ser favorecido se a perspectiva de implementação de uma agenda de reformas se traduzir em um ambiente de maior confiança tanto de empresários (com a perspectiva de geração de empregos) quanto de consumidores. Para o varejo, o presidente da Fecomércio/RS vislumbra que os empresários continuarão se deparando com um consumidor que, ainda que tenha uma demanda reprimida, se mostrará cauteloso.
"Isso exige um esforço de venda muito maior que vai desde um treinamento mais assertivo de toda a equipe de atendimento à curadoria de bens e serviços a serem disponibilizados e condições de pagamento a serem oferecidas", observa Bohn, frisando que para aproveitar um melhor cenário é fundamental estar preparado.

Inseguran�a jur�dica pode atrapalhar contrata��es baseadas na nova lei

Os varejistas observam que em linhas gerais, a Reforma Trabalhista diminuiu os passivos potenciais, criando a possibilidade de gerar mais empregos formais em �pocas de maior pujan�a. "A novidade de contratos intermitentes favorece um melhor atendimento ao consumidor com um menor impacto sobre a folha de pagamento, e com isso, sobre os custos de opera��o", opina o presidente da Fecom�rcio-RS, Luiz Carlos Bohn. Ele pondera, no entanto, que apesar dessa possibilidade legal, ainda existe um forte receio por parte dos empregadores de efetivar contrata��es nessa modalidade em virtude da inseguran�a jur�dica derivada da interpreta��o da nova lei nos tribunais. "Enquanto n�o ficar claro como os ju�zes ir�o entender essas contrata��es, esse tipo de contrata��o ficar� restrita a grandes contratantes."

Por sua vez, Ant�nio Cesa Longo, da Agas, pondera que no ano que vem ainda ser� necess�rio que ocorra uma consolida��o da Reforma Trabalhista. "Os supermercados est�o atentos �s possibilidades e certamente h� uma tend�ncia de aumento nos postos de trabalho com a nova legisla��o." O presidente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas-POA), Paulo Kruse, estima uma retomada das vendas, com investimentos de grandes empresas em novas lojas, seguidos por gera��o de empregos. O dirigente destaca que existe otimismo no ar, puxado por juros est�veis e pela chegada de varejistas no Estado, a exemplo da primeira loja da rede Havan, que se instalou em Passo Fundo no in�cio deste m�s, e as lojas Pernambucanas, que j� estariam negociando im�vel para abrir as portas em solo ga�cho. "No entanto, sabemos que o crescimento real da economia ainda vai demandar algum tempo", afirma. De acordo com Kruse a C&A � outro exemplo de varejista que estuda abrir mais uma loja em Porto Alegre. Mas, segundo o dirigente, n�o h� projetos de instala��o ou amplia��o de shopping centers para o ano que vem, com exce��o do empreendimento do Pontal do Estaleiro.

De acordo com dados do sindicato, o varejo finaliza 2018 com crescimento real de 6% e queda das reclama��es trabalhistas, ap�s a implementa��o da reforma, em novembro. "Agora esperamos pelas reformas da Previd�ncia e Tribut�ria, esta �ltima muito importante para simplificar o processo de pagamento de impostos por parte das empresas." J� o presidente da FCDL-RS, observa que os problemas pass�veis de se enfrentar no pr�ximo ano est�o relacionados a fatores como os benef�cios da redu��o da Selic ainda estarem "distantes do mercado de cr�dito", fazendo com que os juros continuem elevados para o investimento e o consumo - "enquanto o sistema banc�rio permanecer excessivamente oligopolizado", considera Vitor Koch.

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