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Jornal da Lei

- Publicada em 04 de Setembro de 2021 às 11:10

Aplicativo de combate à violência doméstica busca cidades interessadas em sua implementação

Desde março de 2019, o Salve Maria teve o botão pânico acionado 477 vezes em Uberlândia

Desde março de 2019, o Salve Maria teve o botão pânico acionado 477 vezes em Uberlândia


LUIZA PRADO/JC
Vinicius Alves
Desenvolvido pela prefeitura de Uberlândia (MG), o aplicativo Salve Maria está com o seu código disponível de forma gratuita às cidades brasileiras que tiverem o interesse em implementar o sistema. A ferramenta conta com um “botão do pânico” que permite que as mulheres denunciem, de forma rápida e precisa por um canal direto com a polícia militar local, qualquer tipo de violência ou abuso que sofrerem.
Desenvolvido pela prefeitura de Uberlândia (MG), o aplicativo Salve Maria está com o seu código disponível de forma gratuita às cidades brasileiras que tiverem o interesse em implementar o sistema. A ferramenta conta com um “botão do pânico” que permite que as mulheres denunciem, de forma rápida e precisa por um canal direto com a polícia militar local, qualquer tipo de violência ou abuso que sofrerem.
Em funcionamento desde março de 2019, o app já vem ou está em processo de ser adotado por diversas cidades do País. Só no município mineiro, o Salve Maria conta com 13.747 downloads em aparelhos Android e iOS, teve o botão pânico acionado 477 vezes e registrou 796 ocorrências por meio do botão “denúncia”. Vale lembrar que, assim que o botão for acionado pela vítima, uma viatura da policia vai até o local por meio da localização em tempo real disponível através do cadastro realizado no próprio aplicativo pela usuária.
A youtuber Tatiane Ferreira, dona do canal Acidez Feminina, com cerca de 1,8 milhão de inscritos na plataforma, vem protagonizando a campanha para atrair mais cidades interessadas em contar com o serviço sem fins lucrativos. Moradora de Uberlândia, ela conta que depois de conhecer o app, trabalhou a possibilidade de levá-lo a mais cidades. “Quanto mais pessoas atingirmos, mais garantia teremos de que as mulheres podem ser salvas antes mesmo de passar por uma agressão. Sabendo disso, e tendo noção do alcance do meu trabalho, entrei em contato com a prefeitura de Uberlândia com o objetivo de atrair mais interessados”, lembra.
“Inicialmente, acabamos atingindo mais pessoas e cidades do Sudeste, porque boa parte do meu público é daqui, mas o objetivo é que a ferramenta seja disseminada por todas as cidades do Brasil”, destaca a youtuber.
Nas últimas semanas, representantes da capital maranhense, São Luís, e das cidades de Búzios e Rio das Ostras, no estado do Rio de Janeiro, entraram em contato com a prefeitura para tomar ciência das funções e resultados gerados pelo Salve Maria. Além disso, a cidade de Ribeirão Pires, no interior de São Paulo, e a de Araxá, no Triângulo Mineiro, também já estão em uma fase mais avançada para uma possível parceria para a implantação do aplicativo em seus respectivos municípios.
Em Patos de Minas (MG), a ferramenta já está em funcionamento desde 2020. Já em a Aquidauana, no estado do Mato Grosso do Sul, o aplicativo está prestes a iniciar suas atividades.
As prefeituras interessadas em contar com a ferramenta ou que procuram saber mais a respeito de seu funcionamento e resultados, podem entrar em contato diretamente com a prefeitura de Uberlândia pelo telefone (34) 3239-2788 ou pelo e-mail [email protected].

Porto Alegre contou com iniciativa parecida até 2019

Desenvolvido pela ONG Themis, o aplicativo PLP 2.0 foi outra iniciativa que buscava auxiliar mulheres em situação de violência doméstica. Um projeto piloto da ferramenta foi implementado na Restinga entre 2016 e 2019, e atendeu cerca de 44 mulheres da região.
Ele possuía um funcionamento parecido com o Salve Maria. No momento em que a vítima o acionava, era disparado um sinal para a Brigada Militar e as Promotoras Legais Populares da Região – lideranças comunitárias capacitadas pela própria Themis para auxiliar as mulheres de suas comunidades.
“Nós temos experiências de mulheres que tiveram suas vidas salvas pelo aplicativo. Teve uma situação que o autor chegou às 3h na casa de uma delas, o aplicativo foi acionado pela mesma, e a BM chegou rapidamente. Em outra situação, o autor estava indo à casa da vítima e foi alertado que ela possuía o aplicativo e acabou não indo. Então sabemos, de fato, que o aplicativo pode salvar vidas”, relata a assessora de Projetos da Themis, Maria Guaneci Ávila. Segundo ela, cerca de 15% das mulheres atendidas acionaram o sistema.
Atualmente o aplicativo PLP 2.0 não está em funcionamento por causa da falta de parcerias para manter os custos da plataforma. Na época, a Themis possuía um termo de cooperação com o Tribunal de Justiça do Estado e a Secretaria Estadual de Segurança Pública.
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