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Trabalho

- Publicada em 28 de Janeiro de 2021 às 17:54

Operação Resgate liberta 140 trabalhadores de condições análogas à escravidão

Força-tarefa realizou operações em 23 Unidades da Federação

Força-tarefa realizou operações em 23 Unidades da Federação


POLÍCIA FEDERAL/DIVULGAÇÃO/JC
A Operação Resgate, anunciada nesta quinta-feira (28), no Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, resgatou até o momento 140 trabalhadores de condições análogas à escravidão. Houve fiscalizações em 23 Unidades da Federação. A operação teve início no dia 13 de janeiro, e é maior força-tarefa de combate ao trabalho escravo já realizada no Brasil. Integram a operação o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Federal (PF), a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério da Economia, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU).
A Operação Resgate, anunciada nesta quinta-feira (28), no Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, resgatou até o momento 140 trabalhadores de condições análogas à escravidão. Houve fiscalizações em 23 Unidades da Federação. A operação teve início no dia 13 de janeiro, e é maior força-tarefa de combate ao trabalho escravo já realizada no Brasil. Integram a operação o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Federal (PF), a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério da Economia, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU).
Além do resgate dos trabalhadores, a ação integrada tem como objetivo verificar o cumprimento das regras de proteção ao trabalho, a coleta de provas para garantir a responsabilização criminal daqueles que lucram com a exploração e a reparação dos danos individuais e coletivos causados aos resgatados. Ao todo, foram realizadas até o momento 64 ações fiscais, lavrados 360 autos de infração e identificados 486 trabalhadores sem registro na carteira de trabalho. Serão destinados cerca de R$ 500 mil em verbas rescisórias aos trabalhadores flagrados em condições análogas à escravidão e cada um deles terá direito a três parcelas do seguro-desemprego.
Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília, as instituições destacaram o perfil variado das vítimas. Entre elas, estão trabalhadores do meio urbano e rural, bem como indígenas, adolescentes, trabalhadoras domésticas, migrantes estrangeiros, pessoas com deficiência e idosos.
Para o procurador-geral do MPT, Alberto Balazeiro, a Operação Resgate é um marco interinstitucional por ser a maior equipe já formada em uma única operação de combate ao trabalho escravo. Balazeiro destacou que os números expressivos e a abrangência nacional das fiscalizações demonstram que ainda há muito trabalho a ser feito. “As atividades em que ocorre trabalho escravo são múltiplas, desde as oficinas de costura até a atividade rural, doméstica e garimpo, que provam que ainda há um cenário muito duro a ser combatido”, afirmou.
O procurador-geral do MPT disse ainda que a instituição tem muito a contribuir para combater essa chaga por meio de sua Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfretamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete).
O subsecretário de Inspeção do Trabalho do Ministério da Economia, Rômulo Machado e Silva, destacou a parceria institucional desenvolvida nos últimos 25 anos com a Polícia Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública da União e com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e outras instituições. “A reflexão que a gente traz é que a atuação conjunta do Estado na repressão desse terrível crime tem tido avanços. Precisamos trabalhar cada vez mais estrategicamente e proativamente para que de fato a gente consiga eliminar essa que é a pior forma de trabalho do nosso país”, ressaltou.
Também participaram da entrevista coletiva o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF, Igor Romário de Paula, o coordenador-geral de Repressão a Crimes contra Direitos Humanos e Cidadania da PF, José Roberto Peres, e o defensor público federal Murillo Ribeiro Martins.

Rio Grande do Sul está no sétimo lugar do ranking da Operação

De acordo com dados extraídos do sistema MPT Digital, nos últimos cinco anos (2016-2020), a instituição recebeu um total de 6.056 denúncias relacionadas aos temas trabalho escravo e aliciamento e tráfico de trabalhadores. Neste período, foram firmados 1.316 termos de ajustamento de conduta (TACs) e ajuizadas mais de 500 ações sobre o assunto pelo órgão.
Goiás está em primeiro lugar no ranking de resgates de trabalho escravo realizados pela Operação Resgate, com 32 pessoas resgatadas. Dessas, foram encontradas 24 pessoas que trabalhavam em plantações de laranja e um senhor que trabalhava há 15 anos a troco de moradia. Outras sete foram encontradas pela equipe do Distrito Federal na cidade de Cristalina, a 175km de distância de Goiânia. 
Em segundo lugar está Minas Gerais, com 13 resgatados de carvoarias em Pirapora e 12 adultos e dois adolescentes da cidade de Curvelo. Mato Grosso do Sul vem depois, com 25 trabalhadores indígenas resgatados. Em quarto lugar, São Paulo, com 13 bolivianos trabalhando em oficinas de costura e dois em São Sebastião. 
O ranking segue Tocantins (12), Rio Grande do Norte (11), Rio Grande do Sul (7), Pernambuco (5), Pará (3), Rio de Janeiro (2) e Paraná (1). No Rio Grande do Sul, dois dos sete resgatados são pessoas com deficiência.