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Jornal da Lei

- Publicada em 10 de Agosto de 2020 às 16:07

Lei Maria da Penha: subnotificações escondem números reais da violência contra a mulher

O ano de 2020 tem se mostrado crítico, com o aumento nas denúncias de violência e nos casos de feminicídio em meio à pandemia do novo coronavírus

O ano de 2020 tem se mostrado crítico, com o aumento nas denúncias de violência e nos casos de feminicídio em meio à pandemia do novo coronavírus


CNJ/JC
A Lei Maria da Penha, importante instrumento de combate à violência contra a mulher, completou 14 anos no dia 7 de agosto. Não há, no entanto, motivos para comemorar. O ano de 2020 tem se mostrado crítico em relação ao tema, com o aumento nas denúncias de violência e nos casos de feminicídio, em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
A Lei Maria da Penha, importante instrumento de combate à violência contra a mulher, completou 14 anos no dia 7 de agosto. Não há, no entanto, motivos para comemorar. O ano de 2020 tem se mostrado crítico em relação ao tema, com o aumento nas denúncias de violência e nos casos de feminicídio, em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O número de denúncias feitas à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos teve um aumento médio de 14,1% nos primeiros quatro meses do ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. O total de registros foi de 32,9 mil entre janeiro e abril de 2019 contra 37,5 mil no mesmo período deste ano, com destaque para o mês de abril, que apresentou um aumento de 37,6% no comparativo entre os dois anos. E no Rio Grande do Sul não foi diferente. Dados dos municípios de Imbé, Canoas e Novo Hamburgo, mostram isso.
Além disso, os casos de feminicídio cresceram 22,2%, entre março e abril deste ano, em 12 estados, comparativamente ao ano passado. Feminicídio é o assassinato de uma mulher, cometido devido ao desprezo que o autor do crime sente quanto à identidade de gênero da vítima.
Em virtude das subnotificações, os números oficiais não refletem a realidade dos casos no País. Ou seja, existem episódios de violência que não entram nas estatísticas oficiais. De acordo com a secretária nacional de Políticas para as Mulheres, Cristiane Britto, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos vem trabalhando em novas ferramentas para reduzir a subnotificação.
Dentre essas ferramentas, está o aplicativo Direitos Humanos Brasil, um canal de denúncia on-line via site da ouvidoria e outro canal, via aplicativo Telegram. O ministério, inclusive, lançou uma campanha chamada "Alô Vizinho". A campanha está em dez estados e tem a intenção de despertar o senso de urgência da população diante de casos de violência na vizinhança.
"Precisamos esclarecer que a violência doméstica é crime e desmistificar a ideia de que, em briga de marido e mulher, não se deve meter a colher. Já tivemos relatos positivos de mulheres que recorreram a vizinhos nesse momento crítico e que foram socorridas. É preciso destacar que essa denúncia pode ser realizada de forma absolutamente anônima", disse Cristiane.
No Rio Grande do Sul, a iniciativa do Comitê Gaúcho ElesPorElas, da ONU Mulheres, intitulada Máscara Roxa, tem como objetivo incentivar mulheres a denunciarem casos de agressões nas farmácias que tiverem o selo "Farmácia Amiga das Mulheres", durante a pandemia.
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