Fabricante alemã de sensores analisa investimentos no Rio Grande do Sul

Uma das gigantes em fabricação de sensores industriais, a alemã Pepperl Fuchs, confirmou em encontro com a Federação das indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), durante a Feira de Hannover, ontem, que quer investir mais no Brasil. A Fiergs colocou o Rio Grande do Sul como candidato a receber aportes. Um dos primeiros movimentos do grupo será enviar ofício formalizando as intenções para a Fiergs.

A companhia que só vende produtos importados para o mercado brasileiro tem a intenção de ampliar sua participação, que pode incluir no futuro uma fábrica dos dispositivos que hoje simbolizam uma das frentes da automação e digitalização de dados para maior controle dos processos e decisões na indústria. Um dos gestos para indicar prestígio no Sul é que a companhia informou que voltará a expor na Mercopar, em outubro, em Caxias do Sul. A última participação foi em 2015. 

Uma primeira conversa sobre os planos da companhia foi travada ontem pelo presidente da Fiergs e vice-presidente da Confederação Nacional da Induatria (CNI), Gilberto Petry, com executivos do board da companhia no estande da Pepperl Fuchs no parque da Feira de Hannover, que vai até sexta-feira na cidade alemã. O encontro durou uma hora, com a presença de outros dirigentes gaúchos, como superintendente do Sebrae-RS, André Godoy.  

Petry apresentou as condições do Brasil e posicionou as atratividades do polo metalmecânico e de tecnologia do Estado, indicando como o "segundo mais importante do País", definiu o presidente da Fiergs. "Eles deixaram claro que querem aumentar a presença no Brasil, mas que ainda não há definição de fazer uma planta ou não. Oferecemos que, se fizerem (a unidade), que seja no Rio Grande do Sul", pontuou Petry.

O dirigente se reuniu com o diretor de Operações Global da Pepperl Fuchs, Reiner Mueller, direto e Operações das Américas, Bob Smith, e o diretor para o Brasil, Dênis Leonardo, para repassar informações sobre o ambiente para investimentos no Brasil e no Estado, além de mostrar as condições gaúchas para suportar uma fábrica de sensores para indústria. Smith disse que "há muitas chances de ter uma fábrica no Brasil no futuro".

Uma operação mais robusta no Brasil também mira o mercado da América do Sul. A decisão da companhia dependerá da estabilidade na economia brasileira e de como se comportará a demanda regional e também na América do Sul. Não há prazo ainda sobre a definição e o valor de eventual do investimento, que dependerá do tipo de sensor a ser fabricado. No Brasil, o setor automotivo responde por 40% da demanda.

Leonardo disse que o primeiro movimento será reforçar a equipe de vendas, inclusive no Rio Grande do Sul, um dos mercados que mais cresce para os produtos da marca. Enquanto a receita em vendas no Brasil avança 25% este ano, o mercado gaúcho aumenta 30%.

Sobre a ida da empresa à Mercopar, o superintendente do Sebrae-RS, André Godoy, acredita que a notícia pode aumentar a atratividade para outros expositores. "Foi uma surpresa saber que a Pepperl Fuchs estará na Mercopar este ano. Vamos disseminar a informação para chamar mais gente. Foi a primeira multinacional a reservar espaço", comemora o dirigente. O Sebrae-RS é o organizador da mostra que vai de 1 a 3 de outubro.