Quem já viu o avião A-380 taxiando em algum aeroporto do mundo não consegue ficar indiferente ao tamanho. Agora imagina ver o grandão de perto, a menos de 50 metros. Foi o que a comitiva gaúcha que participa da Feira de Hannover, a maior do mundo em tecnologia industrial, experimentou. Ontem, um grupo com 24 integrantes passeou em meio aos prédios do colossal parque industrial em Hamburgo, no norte da Alemanha.
A visita faz parte do roteiro que permite aos empresários da missão, liderada por Sebrae-RS e Cirgs/Fiergs, por meio da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), conhecer ambientes de referência em tecnologia. A unidade da Airbus em Hamburgo é a segunda maior da companhia, somando 17 mil funcionários, com conjunto de instalações em área de 340 hectares às margens do rio Elba, e atrás da sede em Toulouse, na França, onde estão 22 mil empregados.
A comitiva conferiu fases de montagem de modelos como o A-320, que é o mais vendido da marca, e o A-380, maior avião do mundo, que será descontinuado em 2022, com produção de últimas unidades até 2021. Lançado em 2001, o avião pode levar até 853 passageiros, pesa 560 toneladas, tem 72,7 metros de comprimento, 24,1 metros de altura e autonomia para fazer 15,3 mil quilômetros e vale US$ 454 milhões. São três meses para concluir construção. A descontinuidade está relacionada à maior demanda por modelos menores, como o A-320, que é o mais vendido e usado por 350 companhias pelo mundo, como a Latam.
No complexo, onde visitantes não podem entrar com celular ligado, combinam-se modais aéreo e hidroviário, pois partes da montagem do A-380 são feitas em Hamburgo, enviadas a Toulouse e depois reenviadas. Algumas curiosidades sobre os aviões e o complexo impressionaram a missão: cada avião tem dois conjuntos de reserva de computadores para evitar panes, são 5 milhões de componentes por aeronave e três linhas de ônibus atendem ao transporte interno. Até 2030, a empresa que reduzir em 50% as fontes de energia que emitem gás carbônico.
"É impressionante o tamanho do parque da Airbus em Hamburgo! Fica muito distante da realidade das nossas empresas, mas é importante conhecer a estrutura que é preciso ter para fazer um avião", resume Gilson Rigo, sócio-diretor da Gomasul, de Bento Gonçalves.