Porto Alegre, segunda-feira, 03 de setembro de 2018.
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Feira

Not�cia da edi��o impressa de 03/09/2018. Alterada em 03/09 �s 05h00min

Neg�cios na Expointer totalizam R$ 2,3 bilh�es

Klein (c) celebrou os n�meros e o significativo desempenho do setor de m�quinas e equipamentos

Klein (c) celebrou os n�meros e o significativo desempenho do setor de m�quinas e equipamentos


CLAITON DORNELLES/JC
Rafael Vigna
Os dados de fechamento da Expointer, divulgados na tarde de ontem, consolidaram o otimismo que esteve presente durante toda a 41ª edição da feira. Em nove dias, os negócios totalizaram R$ 2.300.360.769,81 - acréscimo de 13% sobre os resultados de 2017. Apesar da chuva, até as 17h de domingo, 380 mil pessoas haviam passado pelo Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Dessa forma, o público foi cerca de 7% menor do que os 411.914 visitantes registrados no ano passado.
O desempenho de 2018 foi puxado pelo aquecimento no setor de máquinas e equipamentos. Principal indicativo da retomada da confiança no campo, a comercialização de maquinários agrícolas andou em linha com a percepção antecipada pelo movimento nos balcões das concessionárias. Com R$ 2.284.813.575,30, as vendas no setor superaram em 18,8% os volumes registrados no ano passado.
A performance do setor ainda turbinou a procura por financiamentos. No Banco do Brasil, 2,8 mil propostas totalizaram R$ 700 milhões em intenções de negócios - alta de 35% na comparação com 2017. O Banrisul, por sua vez, prospectou R$ 225,2 milhões, com destaque para a busca por tratores, colheitadeiras e pulverizadores nas linhas do Pronaf, Mais Alimentos e Finame. Já no Sicredi, 834 pedidos somaram R$ 121 milhões em nove dias, com tíquete médio de R$ 145 mil. Os destaques foram nos segmentos de irrigação e energias renováveis.
Porta-voz dos resultados na coletiva de encerramento, o secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Odacir Klein, celebrou os números consolidados. "Disse que, durante a feira, não sentiríamos os efeitos de crises circunstanciais e instabilidades eleitorais. Os resultados reforçaram a minha impressão. O significativo desempenho, principalmente nas máquinas e equipamentos, atesta que os produtores estão com o olhar voltado para o futuro, a despeito de qualquer insegurança momentânea", declarou.
Na mesma linha, o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, afirma que "o grande indicador" vem do setor de máquinas. "Isso sim é o que nos dá o real tamanho da expectativa de crescimento para a nossa agricultura", complementa.
Um dos destaques desta edição, a ampliação do Pavilhão da Agricultura Familiar também trouxe bons reflexos aos expositores. Na maior variação percentual do balanço, as agroindústrias obtiveram receitas de R$ 4 milhões (na parcial até as 15h), um avanço de 40,3% sobre a última edição. No artesanato, 30.960 peças vendidas geraram faturamento de R$ 1.277.968,48 - aumento de 16% na comparação com 2017.
Para o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Tarcísio Minetto, os resultados do Pavilhão da Agricultura Familiar já eram esperados, em função do ganho de área no espaço. Por outro lado, ele afirma que a diversidade e a qualidade dos produtos contribuíram para o sucesso dos estandes. "É uma vitrine importante para esses agricultores familiares que têm a possibilidade de expor ao público da Capital. Os porto-alegrenses e os visitantes também são beneficiados com a oferta do que há de melhor nas agroindústrias espalhadas por todo o Estado", considerou.

Aumento dos r�sticos faz comercializa��o de animais recuar 3,6% na edi��o de 2018

Criadores negociaram R$ 10,269 milh�es, queda de 3,6% ante 2017
Criadores negociaram R$ 10,269 milh�es, queda de 3,6% ante 2017
CLAITON DORNELLES /JC
Ana Esteves
Marcada por uma mudança de perfil dos inscritos, com menos bovinos de argola e um aumento expressivo da participação dos rústicos, a comercialização de animais registrou queda de 3,6% nas vendas em relação à Expointer de 2017, chegando a R$ 10,269 milhões, ante os R$ 10,635 milhões vendidos na edição passada. Essa foi a terceira queda consecutiva na venda de animais na feira. A última vez que o segmento teve alta de negócios foi em 2015, quando registrou R$ 15,5 milhões.
Neste ano, participaram mais de 1,8 mil rústicos, contra os 1,4 mil do ano passado. Entre os bovinos de argola, houve queda de 548 para 513 inscritos. "Estamos vivendo um momento novo, com o aumento dos rústicos, pois é muito oneroso manter um animal de argola na feira, cerca de R$ 3,5 mil por animal, enquanto o rústico chega em um dia e é vendido no outro, não fica no parque", disse o diretor administrativo da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Schardong.
O dirigente afirma que, por outro lado, tem crescido a participação dos ovinos e também dos cavalos crioulos, que, mais uma vez, foram o carro-chefe das vendas durante a Expointer. "Não acredito que a Expointer venha a se transformar em uma feira só de rústicos, pois perderá seu brilho. Aqui é a grande vitrine, onde os criadores trazem seus animais para mostrar qualidade genética. Os rústicos também têm qualidade, mas são criados a campo."
Inserido na proposta de mudança de perfil da Expointer, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, defendeu o aprofundamento das Parcerias Público-Privadas (PPPs) para administração do parque, hoje realizadas entre governo do Estado, Farsul, Simers e Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos (Abccc).
"O Estado não tem condições de fazer mais investimentos no parque Assis Brasil, até porque acredito que não seja função dele. A Farsul tem um terço do parque, e estamos estudando uma ideia de criar novas parcerias para administrá-lo", afirma Pereira. O dirigente disse que a ideia é melhorar infraestrutura e reduzir a ociosidade do parque durante o ano. Schardong afirma que, sem as quatro entidades que hoje administram o parque, "não seria possível realizar a Expointer, devido à alta burocracia".
Em resposta à polêmica sobre a existência ou não de subsídios para a agricultura no Brasil, levantada durante visita do candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) à Farsul, Pereira atacou: "Não há crédito agrícola subsidiado na agricultura brasileira. Se tivesse, todos os produtores do País andariam de Ferrari", disse. O economista da Farsul, Antônio da Luz, explicou que os bancos podem destinar 30% dos seus depósitos à vista para o crédito rural. Logo, a primeira fonte de recurso do crédito rural são os recursos depositados nos bancos, e não do governo.
"A segunda fonte são os depósitos em poupança, também fonte de origem privada, e a terceira são os recursos livres, de títulos que os bancos emitem, sem juros controlados." O economista lembrou que, em 2017, o orçamento da agricultura foi de R$ 15,3 bilhões, dos quais R$ 5,8 bilhões vão para as agriculturas (familiar e empresarial). "Existe subsídio apenas para os pequenos que têm juros equalizados", disse o economista. 
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