Jornal do Com�rcio

Os alambiques ga�chos - reunidos no tradicional estande da Associa��o dos Produtores de Cana-de-a��car e seus Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Aprodecana) - esperam faturar, juntos, cerca de R$ 100 mil durante Expointer. Dos 18 s�cios da entidade, nove est�o representados este ano em Esteio. Oito deles tamb�m exp�em no Pavilh�o da Agricultura Familiar. L�, as proje��es s�o ainda mais otimistas e tendem elevar as estimativas tra�adas para o espa�o oficial da entidade.

Algumas marcas esperam elevar em at� 50% as vendas. Este � o caso de Luiz Ant�nio Scarton, propriet�rio da Bel Vedere. A cacha�aria de Augusto Pestana conta com o r�tulo Pergaminho, produto com tr�s selos obtidos em competi��es, para alcan�ar as metas. Scarton percebe um mercado ga�cho em plena transforma��o. Segundo ele, o foco atual dos alambiques ga�chos � desmistificar alguns estigmas que ainda pairam sobre a mais brasileira das bebidas para fomentar o consumo. "Nossa luta � para difundir a cacha�a artesanal como um produto de qualidade e compat�vel com os padr�es mais exigentes de consumo", comenta.

Atualmente, o Rio Grande do Sul n�o figura entre os principais estados produtores e consumidores do Pa�s. No entanto, a qualidade reconhecida em premia��es foi respons�vel por abrir os caminhos para os mercados internacionais. Essa � a realidade da marca Weber Haus. De acordo com Igor Pohn, o alambique de Ivoti - que produz 200 mil litros da bebida anualmente - j� destina 40% de suas vendas ao com�rcio exterior. Os dados coletados pela Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) indicam que em 2017, a exporta��es de cacha�a totalizaram US$ 15,8 milh�es, aumento 11,34% sobre os resultados de 2016.

Presidente da Aprodecana e propriet�rio da Cacha�aria Chica, tamb�m de Ivoti, Guilherme Carlin, comemora a sua primeira venda externa. Em setembro, ele deve selar o primeiro embarque com destino ao M�xico, ap�s 14 anos de atua��o no mercado. Durante a 41� Expointer, ele tamb�m recebeu um contato dos Estados Unidos, principal destino do produto nacional. "� uma longa caminhada. At� se chegar ao rotulo ideal, design de garrafas e deixar o produto pronto e apresent�vel. � sempre gratificante ver o resultado do trabalho sendo aceito e requisitado em mercados que possuem a mais alta exig�ncia", celebra.

No �mbito da entidade, Carlin percebe muito espa�o para elevar a presen�a das marcas ga�chas. A��es como a publica��o do cat�logo das cacha�as e alambiques do Estado, semelhante ao que j� existe em outros, e incentivo ao associativismo est�o no centro das aten��es. Programas de resgate das cacha�arias da regi�o de Santo Ant�nio da Patrulha (bastante conhecida pela sua produ��o) e de incentivo a regulariza��o de alambiques tamb�m podem contribuir com a expans�o do mercado.

Neste aspecto, o IBGE contabiliza 12 mil estabelecimentos produtores no Pa�s, dados n�o oficias coletados junto �s associa��es elevam o n�mero para 15 mil alambiques. Destes menos de 2 mil possuem registro no Mapa e na Receita Federal. No Rio Grande do Sul, a Aprodecana estuma que mais de 2 mil alambiques atuem na informalidade.