Jornal do Com�rcio

Depois de um ano afastados da Expointer, devido ao surto de gripe avi�ria em 2017, os expositores de aves est�o de volta a Esteio. As tr�s associa��es ga�chas que participam da feira em 2018 esperam comercializar cerca de R$ 130 mil - um acr�scimo de 70% sobre os resultados de 2016. H� dois anos, dos 595 animais inscritos, 295 foram vendidos, totalizando R$ 74,8 mil em receitas.

Agora, a demanda reprimida do �ltimo ano deve colaborar com as metas tra�adas. O com�rcio de aves de ra�a na Expointer e em outras feiras � a ponta de um neg�cio que termina nas pequenas propriedades. A principal demanda por galos e galinhas de linhagem � dada por agricultores familiares, interessados em obter melhoramentos gen�ticos em suas cria��es.

Existem exemplares espec�ficos para incrementar a produ��o de ovos, outros mais indicados para a reprodu��o de pintos e ainda ra�as t�picas para implementar o corte e a produ��o de carne. Em m�dia, os 523 exemplares inscritos na 41� Expointer custam em torno de
R$ 250,00, mas � poss�vel encontrar aves de at� R$ 1.300,00.

�O presidente da Sociedade Av�cola do Rio Grande do Sul (Sargs), Jairo Farias, conta que no primeiro dia de exposi��o repassou um galo da linhagem japonesa Shamo por R$ 800,00. A entidade, que re�ne criadores de Pelotas e regi�o, possui 156 animais de 17 ra�as distintas na Expointer. A estimativa � revender pelo menos 120 exemplares, gerando receitas de aproximadamente
R$ 40 mil.

"O nosso neg�cio � criar ra�as puras para expor e vender aos pequenos produtores. Este � o nosso mercado. N�o repassamos para ind�strias. Ao contr�rio do que muitos imaginam, somos a ponta de uma cadeia que ser� finalizada nas pequenas propriedades. L�, eles v�o explorar a carne, os ovos ou os pintos", resume Farias. No segundo dia do evento, ele j� havia comercializado 30, dos 94 exemplares que levou � feira.

O presidente da Associa��o de Criadores de Aves de Santa Vit�ria do Palmar, Vanderli Martins, por sua vez, projeta R$ 60 mil em vendas entre os representantes da entidade que possui 160 animais, de seis ra�as em exposi��o. "Como n�o estivemos aqui no ano passado, esperamos uma demanda reprimida que ter� os compradores habituais, que sempre vem, e tamb�m aqueles que vieram em 2017 e n�o encontraram as aves na feira", revela.�

No domingo � tarde, Perla Fagundes, adquiriu um casal de pav�es por R$ 1.500,00. O objetivo da compra � ornamentar o sitio familiar em Port�o, na Regi�o Metropolitana de Porto Alegre. "Achei os animais muito bonitos e resolvi compr�-los para o s�tio", comenta.

O presidente da Associa��o Brasileiras de Aves de Ra�as Puras e Ornamentais (APCA), J�natas Breuning, explica que este tipo de movimenta��o tem alavancado um dos mercados que mais cresce no Estado. Na Expointer, por exemplo, cerca de 20% das 523 aves inscritas em 2018 possui finalidade espec�fica de "embelezamento".

"H� uma tend�ncia de pessoas adquirirem pequenas propriedades rurais, pr�ximas dos centros urbanos. Como muitas vezes falta conhecimento para criar animais de maior porte e existe a vontade de povoar a propriedade, as aves surgem como uma alternativa", analisa.

O representante da entidade que re�ne 38 criadores de 27 munic�pios ga�chos, comenta que o setor carece de dados consolidados no que tange a movimenta��o financeira. Uma das raz�es � a falta de regulamenta��o existente em outras regi�es do Pa�s. Por essa raz�o, o Rio Grande do Sul concentra quase a totalidade do mercado, revendendo aves de ra�a para diversos estados como Paran�, S�o Paulo, Mato Grosso, Tocantins e Par�.

O calend�rio de mostras ga�chas conta com sete eventos anuais. O �nico fora do Estado acontece em Santa Catarina. As exposi��es, de acordo com Breuning, representam a principal via de propaga��o, divulga��o e comercializa��o das ra�as.