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Agronegócios

- Publicada em 12 de Março de 2019 às 23:37

Colheita da soja deve ter a sua segunda marca histórica em 2019

Em 2017, produtores gaúchos colheram 18,74 milhões de toneladas

Em 2017, produtores gaúchos colheram 18,74 milhões de toneladas


/ANDRÉ NETTO/ARQUIVO/JC
Está sendo colhida no Rio Grande do Sul uma nova grande safra de soja, que deve ficar muito próxima do recorde alcançado em 2017, quando foram colhidas 18,74 milhões de toneladas. De acordo com dados divulgados ontem pela Emater, na Expodireto, a produção gaúcha no ciclo atual deve alcançar 18,54 milhões de toneladas. Se levado em conta o levantamento também divulgado ontem pela Conab, o Estado se aproximará ainda mais dos níveis de 2017 e deve somar 18,69 milhões de toneladas.
Está sendo colhida no Rio Grande do Sul uma nova grande safra de soja, que deve ficar muito próxima do recorde alcançado em 2017, quando foram colhidas 18,74 milhões de toneladas. De acordo com dados divulgados ontem pela Emater, na Expodireto, a produção gaúcha no ciclo atual deve alcançar 18,54 milhões de toneladas. Se levado em conta o levantamento também divulgado ontem pela Conab, o Estado se aproximará ainda mais dos níveis de 2017 e deve somar 18,69 milhões de toneladas.
Nacionalmente, segundo a Conab, a safra de soja terá redução de 4,9%, chegando a 113,5 milhões de toneladas. A quebra de safra, prevista em 5,8 milhões de toneladas, pode ser observada em estados como Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e a região do Matopiba, como na Bahia.
No Rio Grande do Sul, porém, com a soja vistosa no campo, se não ocorrer nenhum grande problema climático nas próximas semanas, as lavouras terão mais um ano excepcional em termos de volume. Não fosse a queda da produtividade em relação à safra 2016/2017 (que caiu de 3,38 mil quilos por hectare para 3,196, um novo recorde seria registrado).
No somatório geral dos grãos, o atual ciclo poderá render a segunda maior colheita gaúcha da história, com 33,4 milhões de toneladas, o que deve gerar aos produtores ao menos R$ 31,29 bilhões. Desse total, quase 70% com origem na oleaginosa. O valor é semelhante ao ano anterior, de acordo com o presidente da Emater, Iberê de Mesquita Orsi.
"O grande problema é seguirmos sempre baseados na exportação de commodities. Se exportássemos farelo, óleo e outros produtos beneficiados, o valor que ficaria no Estado seria muito maior", lamenta Orsi.
Apesar do volume recorde de produção, o ganho do produtor poderá não ser tão bom assim, já que boa parte do plantio foi feito com a compra de insumos com uma cotação elevada do dólar. Ou seja, o ganho real para o produtor é muito variável, destaca Alencar Rugeri, engenheiro agrônomo da Emater. O cálculo individual de lucro vai levar em conta a gestão financeira de cada lavoura, da compra dos insumos à venda e capacidade de segurar a venda até o melhor momento, diz Rugeri.
"O produtor é muito profissional no trabalho de cultivo, basta ver os ganhos de produtividade alcançados nos últimos anos. Já na gestão da propriedade, de custos e da tomada de decisão de compra e venda, ainda é preciso avançar", destaca.
Aos produtores, o agrônomo recomenda que façam os mesmos bons usos das tecnologias de plantio e colheita dos dados econômicos da lavoura, das finanças da propriedade e, principalmente, no acompanhamento do mercado. Mas Rugeri também diz que os preços da soja dependem de uma quantidade muito grande de variáveis, de questões geopolíticas (como o atual conflito Estados Unidos e China) a cotação do dólar e suas muitas fontes de influência na cotação, com fatores internos e mundiais.
"Claro que o produtor não vai acertar sempre e nem pode esperar que venderá sempre pelo melhor preço. Mas é preciso que use melhor todas as informações disponíveis para tomar as melhores decisões", alerta Rugeri.
Sobre a possibilidade de a China voltar a comprar soja dos Estados Unidos neste ano, como já anunciado, em um volume de até 30 milhões de toneladas, o técnico da Emater avalia que pode até ser positivo. Isso porque o Brasil se tornou, especialmente em 2018, demasiadamente dependente das vendas para o gigante asiático. Em 2018 a China foi responsável por 80% da compra da soja exportada pelo Brasil.
"É a velha teoria do risco de colocar todos os ovos em uma mesma cesta. O melhor, sempre, é diversificar para reduzir riscos", lembra Rugeri.

Conflito entre EUA e China torna o cenário nebuloso

Acordo entre os dois países representa o maior risco, alerta Pessôa

Acordo entre os dois países representa o maior risco, alerta Pessôa


/MARIANA CARLESSO/JC
Os produtores que ontem acompanharam a palestra de André Pessôa, sócio-diretor do Grupo Agroconsult, na Expodireto devem ter saído do auditório, no mínimo, com uma grande pulga atrás da orelha. Membro do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp da Câmara de Commodities Agrícolas da B3, o engenheiro agrônomo falou sobre as perspectivas de mercado para o grão. E não poupou alertas aos agricultores sobre os muitos riscos inerentes ao conflito comercial entre os Estados Unidos e a China em relação aos preços e até a liquidez da soja no futuro.
Ao traçar os cenários possíveis, o mais impactante deles é o de um acordo entre os dois países e que leve ao retorno da compra de soja norte-americana por parte dos chineses.
Pessôa destaca que, uma perspectiva que antes era difícil de ser concretizada agora é bastante possível que se torne realidade. Como os Estados Unidos estão hoje com seus estoques lotados com grãos que deixaram de ser comprados pelos asiáticos, ocorre uma preocupação sobre onde será armazenada a próxima safra.
O executivo destacou que os produtores rurais foram os principais eleitores de Donald Trump, e estão arcando com um grande prejuízo com a guerra comercial. Os Estados Unidos nunca se preocuparam com falta de espaço para armazenagem, e agora estão. Por isso, é provável que Trump venha fazer algum acordo com a China para que compre, nos próximos meses, esse excedente que se acumula nos armazéns do país.
"Com isso, a venda da soja norte-americana que está estocada será feita em um período inédito e que poderá coincidir justamente com o tradicional período brasileiro de exportações. Isso vai alterar preços e até mesmo a liquidez na venda da soja, o que é algo inédito", alertou Pessôa.
Outro fator que tende a alterar o consumo de soja na China, diz Pessôa, é o avanço da peste suína africana, que pode levar o gigante asiático a reduzir significativamente o plantel. O que automaticamente levará a redução da necessidade de compra de soja para alimentação animal.

Milho é destaque nacional e gaúcho

A safra de grãos 2018/2019 deve alcançar a marca de 233,3 milhões de toneladas, com aumentos de 2,5% sobre o ciclo passado, segundo dados do 6º levantamento divulgados ontem pela Conab. O desempenho é impulsionado pela produção do milho, principalmente.
No Rio Grande do Sul o cultivo do milho grão (sem considerar aquele direcionado à silagem, deverá ter aumento de 7,43% na área plantada, com expectativa de produção é de 5,52 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 22,32% em comparação à safra passada. É o maior crescimento estimado para as culturas de verão este ano. Em produtividade, o crescimento previsto é de 13,87%, que se refere a uma média de 7,3 mil kg/ha.
"Esse crescimento é expressivo e importante para o Estado, porque o milho tem grande importância para o Estado especialmente nas cadeias de suinocultura, avicultura e gado leiteiro", comemora o presidente da Emater, Iberê de Mesquita Orsi.