Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

expodireto

- Publicada em 04 de Março de 2020 às 12:43

Fórum do Leite aproxima o produtor da pecuária de precisão

Para ter ganhos melhores, o produtor precisa de gestão e tecnologia, destacou Costa

Para ter ganhos melhores, o produtor precisa de gestão e tecnologia, destacou Costa


Alexandro Auler/JC
Thiago Copetti
Tema ainda pouco difundido no Brasil, a pecuária de precisão levou centenas de produtores ao pavilhão central da Expodireto, em Não-Me-Toque, nesta quarta-feira (4). O assunto foi abordado na palestra de abertura do Fórum do Leite, realizada pelo catarinense João Costa, professor assistente do Departamento de Ciências Animais e Alimentação da Universidade de Kentucky (EUA), que prendeu por quase duas horas a atenção dos presentes.
Tema ainda pouco difundido no Brasil, a pecuária de precisão levou centenas de produtores ao pavilhão central da Expodireto, em Não-Me-Toque, nesta quarta-feira (4). O assunto foi abordado na palestra de abertura do Fórum do Leite, realizada pelo catarinense João Costa, professor assistente do Departamento de Ciências Animais e Alimentação da Universidade de Kentucky (EUA), que prendeu por quase duas horas a atenção dos presentes.
Bem-humorado, assim como o título da palestra,- Pecuária Leiteira de Precisão: Escutando as Vacas -, Costa conseguiu traduzir para os produtores um tema nem sempre acessível. Ao longo da manhã, mostrou como o uso de sensores, análise de dados, controles e a tecnologia aplicada ao cuidado com o rebanho pode. revolucionar uma propriedade.
Ainda que o tema possa parecer distante dos produtores brasileiros, parte do que Costa apresentou ou já é parcialmente adotado por aqui ou deverá ser -ao menos se o Brasil quiser avançar no mercado mundial. O monitoramento individual do rebanho com sensores permite encontrar os animais no cio, identificar precocemente vacas doentes (como com mastite), controlar a alimentação e o comportamento no pasto, entre muitas outras funções.
Prevenir doenças antes mesmo que o animal apresente sintomas e conhecer o melhor para inseminação também estão entre outros benefícios do uso desses equipamentos, ferramentas eficientes para reduz custos, assegura o especialista. E com a abertura do setor lácteo da China para o Brasil em 2019, por exemplo, a competição com os grandes players mundiais, como a Nova Zelândia, só será possível levando a gestão das propriedades brasileiras a um novo patamar, assegura Costa, Doutor em ciências lácteas. “O leite é cada vez mais uma commodity, e para ter ganhos melhores o produtor precisa de gestão e tecnologia. Quem aqui não tem uma planilha de Excel cheia de dados e nunca fez nada com eles? Ninguém fica rico só produzindo dados. Precisamos traduzir e entender como levar esses dados para o manejo”, alertou.
Ele citou como exemplo de tendências para o Brasil, ainda que em médio e longo prazos, o rebanho de vacas da fazenda que ele ajuda a administrar nos Estados Unidos. Lá , cada vaca da propriedade tem oito sensores, desde os que emitem alerta sobre entrada no cio aos de movimentação, ruminação e saúde. “Mas isso só é eficiente porque observamos o que cada um desses dados nos dá e levamos essas informações para a decisão de como será o manejo, depois, para à tática de gestão e a estratégia do negócio. Há quem tenha monitoramento real do rebanho também no Brasil, mas usa só para se exibir aos amigos o fato de saber qual a localização de cada animal”, ressaltou o professor.
Para a indústria e até mesmo o comércio, a tecnologia de controle dentro e fora da porteira também deve ser outra demanda crescente. Costa contou que presta consultoria a duas redes de supermercados, para que implantem e gerenciem sistemas de pecuária de precisão em seus fornecedores e, assim, evitem danos futuros. “Essas duas redes investem no monitoramento nas fazendas para evitar riscos de um problema na qualidade do leite que vendem. Isso traria enorme prejuízo às suas marcas e ao marketing das empresas”, explicou Costa.

Gestão e tecnologia para ampliar exportações

{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2020/03/04/206x137/1_eco_expodireto_2020___caio_viana_da_ccgl_foto_2_alexandro_auler-8997886.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5e601e5da9076', 'cd_midia':8997886, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2020/03/04/eco_expodireto_2020___caio_viana_da_ccgl_foto_2_alexandro_auler-8997886.jpg', 'ds_midia': 'Vianna destaca comércio com a China', 'ds_midia_credi': 'alexandro auler/jc', 'ds_midia_titlo': 'Vianna destaca comércio com a China', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '533', 'align': 'Left'}
Novo posicionamento no setor depende de atitudes do produtor, ressalta Vianna
Caio Vianna, presidente da CCGL, cooperativa promotora do Fórum do Leite juntamente com a Cotrijal, ressalta que a atividade leiteira exige um novo posicionamento em termos de controles, ações preventivas, escala, eficiência e produtividade. O que não está ligado ao porte da empresa, mas às atitudes do produtor. “As mudanças são rápidas e temos de atualizar o produtor sobre o que ocorre no setor ao redor do mundo. O fórum tem entre suas preocupações debater o futuro da atividade leiteira. Ainda que a tecnologia não seja a solução para o manejo, pode ser uma ferramenta importante para melhorá-lo”, destacou Vianna.
O executivo revelou que a CCGL espera para ainda este ano fazer a primeira exportação de leite em pó para a China, um mercado que a cooperativa busca desde 2015. Vianna antecipa que a cooperativa já tem negociações em andamento e que acredita que os primeiros embarques serão feitos no segundo semestre deste ano. “Com a certificação de 24 plantas brasileiras em 2019 fica claro que está no radar chinês importar do Brasil. E o atual problema sanitário (gerado pelo coronavírus) deve estimular o Brasil, e o Rio Grande do Sul, como um importante fornecedor de alimentos para o País”, pondera Vianna.

Senar apresenta no parque o programa Leitec

Desenvolvido pelo Senar desde 2016, o programa Leitec será apresentado no estande da instituição nesta quinta-feira (5) e na sexta-feira (6). O programa opera com uma consultoria para aumentar a eficiência técnica e mudar a realidade das propriedades leiteiras ao longo de 12 meses e já beneficiou 2 mil propriedades com o serviço em cinco anos.
Na feira, os produtores irão conhecer como funcionam as atividades e como pode acessar o apoio técnico da instituição. Ainda que seja uma realidade razoavelmente nova para o produtor de leite, explica Pedro Faraco, gestor do Leitec no Estado, a pecuária de precisão começa lentamente a se fazer presente nas propriedades gaúchas e passa a ser um nome novo, com aplicabilidades bastante real, destaca o representante do Senar. “Pecuária de precisão significa ter controle individualizado de cada animal, saber quanto cada um produziu, o que consumiu e que genética deve ser reproduzida, por exemplo. Com as dificuldades de mão de obra, a tecnologia será ferramenta cada vez mais importante para esses controles”, avalia Faraco.
Hoje, a tecnologia mais comumente adotada pelos pecuaristas de leite estão nos chips de monitoramento e nos controles de ordenha por robôs. Mas como essa realidade, por questões de custos, ainda é restrita a propriedades de maior porte, a solução é focar na gestão para aumentar a rentabilidade e, com isso, investir posteriormente em sistemas de precisão, ressalta Faraco. “Por enquanto, o que a maior parte dos produtores precisa é fazer bem feito e melhorar a gestão na propriedade, que é o foco do Leitec ”, ressalta o gestor do programa.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO